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Histórias Quentinhas Sobre Existir (e ser gay)

16.3.20Dana Martins


Dessa vez, eu quis fazer diferente e perguntei se a galera por trás do quadrinho Histórias Quentinhas Sobre Existir topava falar sobre o que os levou a criar essas histórias, e agora tô aqui emocionada e sentindo aquele quentinho de felicidade. Esse negócio de história é um troço bom, né? E fico feliz por existir em mundo com artistas assim que se empenham em criar histórias LGBT+ mais positivas. 


Espero muito que esse projeto dê certo, e é por isso que eu tô aqui divulgando e compartilhando o link da campanha do Catarse deles:

https://www.catarse.me/historiasquentinhas2

Está acontecendo agora. Passe lá pra apoiar e divulgue o link.

Agora fiquem com os comentários quentinhos sobre histórias quentinhas!

Ellie Irineu e Dika:

A história "Eu Não Sou Gay" é sobre um adolescente que, como diz o nome, não é gay. Existe uma pressão muito forte nessa idade em estar sempre afirmando sua heterossexualidade, fazer um esforço contínuo para se encaixar, se provar normal e fazer parte do todo. Negar nossa identidade para poder ser aceita foi uma parte muito marcante da nossa adolescência, então quis retratar essa questão tanto para trazer ela a tona, como também para oferecer um final positivo para esse tipo de narrativa.

Ing Lee:

A minha história chama-se "금 (Geum)", palavra em coreano que pode significar "ouro" ou "rachadura".  Fui bastante inspirada pelo conceito do "kintsugi", que é uma técnica japonesa de reparar peças de cerâmica quebradas com remendos de ouro, tornando assim o objeto ainda mais valioso. Em outras palavras, é uma valorização da impermanência das coisas. Tendo isto como um fio condutor, crio uma narrativa sobre reconstrução e, acima de tudo, cura. Feridas, mesmo cicatrizadas, algumas ainda podem permanecer enquanto cicatrizes - e tudo isso constitui um processo, um ciclo.
A história é centrada na narrativa de uma personagem, chamada Sun-Mi, que é a mesma que vem me acompanhando em HQs anteriores ("Sólido Cinza", da antologia "Parafuso 1", e "Karaokê Box", publicação solo). Embora não seja necessário ter lido essas histórias anteriores, em Geum, Sun-Mi finalmente ganha um pano de fundo, onde é possível compreendermos melhor não somente suas dores e traumas, mas sobretudo a sua trajetória de transformação e um melhor entendimento de si mesma ao se deparar com seus destroços.

Camila e Emily:

Quem teve a ideia inicial pra Nunca Fui Beijada foi a Camila. Nós duas amamos comédias românticas e os tropes que vem delas e a gente queria trabalhar em cima disso, mas adaptando pra nossa realidade. Foi assim que surgiu uma aposta, que vira um acordo mútuo e honesto, e assim que surgem os jogos de "Eu Nunca", que sempre deixam a gente super desconfortável e deixam a Joana, nossa protagonista, desconfortável também – por nunca ter feito nada e por ser a pessoa que sabe que é gay tem certeza disso, mas nunca beijou ninguém pra "provar" (e basicamente é o meme do another day of being gay in theory but not in practice).
Além da ideia inicial, a Camila já tinha o outline meio pronto, e a Emily entrou pra fechar o roteiro, deixar ele redondinho e colocar coisas nossas mesmo – nosso lugar preferido de ir em encontros, onde a gente gosta de comer, uns easter eggs belorizontinos, etc.

Dani Franck:

A minha história é sobre uma garota que está muito nervosa para o seu primeiro encontro com a menina que ela gosta, no começo a protagonista esta bem fechada e com medo de se expor para todo este mundo de namoro e eu queria contar uma historia onde tá tudo bem você tomar riscos fazendo algo que você tem medo e que as coisas costumam ser mais simples do que a gente cria na nossa cabeça.

Eu gosto que na verdade as duas personagens estão nervosas durante o encontro hahahah e conforme as coisas vão indo elas vão se soltando um pouco. Gosto também que as duas personagens são mais caminhoneiras/butch, não que haja algo errado com feminilidade ou casais de lésbicas femininas, mas eu não vejo muito casais butch/butch em séries ou filmes, então gosto de desenhar mais disso também

Giovanna Gim:

Escrever essa história foi muito inspirador e novo pra mim! Quando fiquei sabendo que a proposta girava em torno de questões de pertencimento, tive vontade de criar uma história em que a personagem faz um mergulho em suas memórias e ao longo da trama vai crescendo, enquanto vai desenvolvendo uma relação com alguém. Gosto de pensar em personagens a partir do que eles sentem, das imagens que compõem seus universos, mas eu normalmente escreveria uma história um pouco triste e, pela primeira vez, escrevo uma declaração de amor, um manifesto que tem muito a ver com as relações que vivo. Tem muita coisa que aprendi nesses afetos que gostaria de representar de alguma forma nos quadrinhos. Sempre tive o hábito de trocar cartas, é uma recordação muito significativa na minha experiência como pessoa queer. Quis passar a ideia daquela lembrança, de passar um bilhetinho para uma pessoa que você gosta muito, mas prefere que a pessoa tenha tempo pra ler, que tenha a nossa letra de mão. Acredito que muitos de nós também sonham em formar vínculos saudáveis, ter alguém esperando a gente, querendo nosso bem-estar, sejam esses os nossos amigues, familiares ou amores. Elis, a personagem que criei pra narrar essa história, questiona quando foi que sua paixão por Marisa começou e como se desenvolveu pra chegar onde chegou. 

Gustavo Nascimento:

Escrevi essa história pensando na necessidade que tinha de partilhar a visão que tive da cidade de São Paulo quando cheguei aqui, a história não tem nada de novo, como um jovem que sofre violência de tantos lados pode ainda criar laços, LGBTfobia dentro da família, a pressão dobra quando a cada esquina você é fitado por um olhar branco diferente.

Essa HQ é a minha manifestação de criar coletivamente, de criar laços, fazer parte de uma comunidade! O carinho e amor que criei por mim mesmo enquanto escrevia essa história vem de pessoas que fizeram-me enxergar como indivíduo válido e necessário dentro de uma comunidade.

Também é a minha primeira vez fazendo parte de um projeto de quadrinho coletivo, escolhi minha vivência como referência (com muitas alterações), porque acho que o ponto de vista de uma pessoa LGBT racializade é um ponto de vista muito explorado, mas pouco lido, assistido, ouvido, sinto que o alcance dos outros artistas da coletânea podem ser uma ponte! Acho que é por aí, o projeto em si é uma oportunidade de construir em coletivo.

Apoie Histórias Quentinhas Sobre Existir aqui.

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29 comentários

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