Nessas eleições, a gente lidou com um fenômeno muito chato, porém curioso: fake news. Não é como se elas não existissem antes da eleição, mas a quantidade e a frequência com que elas foram divulgadas foi SURREAL.
Se você está precisando de uma luz sobre como lidar com essas notícias falsas e com as pessoas que as mandam pra você, estou aqui para te ajudar!
Caso você não saiba, fake news é um termo inglês que quer dizer, literalmente, notícias falsas. São aqueles textões sem fonte que você, sua vó e sua tia recebem no Whatsapp. Mas como saber se uma notícia é falsa ou não?
1. Cheque a fontes!
Como bibliotecária, uma das coisas mais importantes que aprendi na graduação foi checar as fontes. Ah, mas como assim, "checar as fontes"?
Então, a fonte é o site/revista/etc. de onde você tira uma notícia. Existem as fontes confiáveis e as não-confiáveis. As confiáveis são aqueles sites de jornais renomados, de revistas conhecidas, e as não-confiáveis são aqueles sites que são muito aleatórios e você nunca ouviu falar.
2. Estranhe de erros gramaticais, emojis, exclamações, áudios e informações vagas
Erros gramaticais acontecem, é claro, mas as fontes confiáveis sempre se esforçam para manter o texto limpo e correto. Nas fontes não-confiáveis, é muito fácil achar textos com erros de gramática, de concordância... Por isso, estranhe sempre.
Aviso urgente! Cuidado! Não tome o Paracetamol que vem escrito P/500. É o novo Paracetamol, muito branco e brilhante. Os médicos provam que contém o vírus Machupo, considerado um dos vírus mais perigosos do mundo, com alta taxa de mortalidade. Por favor partilhe esta mensagem para todas as pessoas e familiares e salve a vida das mesmas.
A mensagem acima foi uma fake news bem disseminada pelo Whatsapp (o link que comprova que é fake tá aqui: https://bit.ly/2Qs9O4R). Se você reparar, tem várias exclamações e AVISO URGENTE e CUIDADO. Tudo para ser alarmista e chamar à atenção. É muito difícil você ver esse mesmo tipo de linguagem e pontuação em um artigo real.
Também é importante perceber que essa mensagem não diz quem são esses médicos que "provam que contém o vírus", não contém nenhuma imagem ou link de qualquer pesquisa ou site que comprove o que está sendo dito. É muito vaga.
Os emojis também fazem parte de uma linguagem informal, e não são usados em notícias em portais confiáveis.
E quanto à questão dos áudios, é simples: qualquer um pode te mandar um áudio no Whatsapp e, ao contrário de mensagens escritas, é mais difícil você saber quem mandou ou checar se é real ou não. Mas fique atento e pesquise o que você ouviu.
3. Procure num site de fact checking
O fact checking é nada mais do que checar as informações existentes numa notícia ou mensagem. E olha só que ótimo: muitas das mensagens que você e sua família recebem já foram checadas por agências que fazem esse trabalho. As minhas três favoritas são:
- Aos Fatos - https://aosfatos.org/
Tem certificação da IFCN (International Fact-Checking Network), e explica de forma super didática, linka para outras fake news parecidas, indica o que é real, exagerado ou fake e ainda tem uma página super interessante que expõe o método que eles usam para verificar as informações. Mais voltada pra assuntos políticos.
- Agência Lupa - https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/
Foi a primeira agência do tipo no Brasil, e também é certificada pela IFCN.
- Boatos.org - http://boatos.org
4. Dá um Google
Parece óbvio, né? Mas muita gente esquece que só de jogar uma notícia ou chamada no Google, você consegue achar maneiras de confirmar se é real ou não. Fácil, fácil.
5. Passe adiante
O fio condutor das fake news é que elas se espalham. Então, quando verificar que uma notícia falsa, passe adiante a informação. Por exemplo, se você recebe uma mensagem dizendo que a Pabllo Vittar vai ser candidata pelo PSOL, mas descobre que não é real, encaminhe a informação verdadeira (com links mostrando que é fake news, de preferência) para quem te enviou mensagem.
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1 comentários
Sabe o que é pior nesses boatos do whatsapp? As pessoas ainda comentam com um "não sei se é verdade, mas estou repassando mesmo assim". Caralhoooo, se você não tem certeza que é verdadeiro e nem vai se dignar a checar, pelo menos não espalhe!!
ResponderExcluirEu tinha gente na família que repassava aqueles "avisos" com fotos de criminosos até eu mostrar aquela reportagem da mulher morta por ser confundida com uma outra pessoa que supostamente sequestrava crianças pra rituais. Também mostrei o caso na Índia e aquele do México. Ela me disse que não repassa mais. :)