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Sendo LGBTQ+ o que não falta são motivos para ter medo (+ Nanette de Hannah Gadsby)
22.7.18Jota Albuquerque
Acho lindo quem acha que "não há porque ter medo sendo LGBTQ"... pena que foge da realidade de muita gente. É ótimo que você não tenha medo (assim como eu não tenho toda hora ou todos os dias, na verdade eu nem fico pensando nisso sempre), mas o que não falta são porquês para ter medo (além de que é um sentimento, e por isso, foge de controle).
É mais que válido esse discurso de "sendo feliz e tendo auto aceitação, é a melhor coisa, já que não podemos ficar parado e aceitar as coisas como elas estão sem pensar no que queremos, e se sabemos que não vamos agradar a todos, basta nos sentirmos felizes". Até porque sim, é ótimo se sentir aceito por si mesmo, reconhecer à si mesmo e se amar, principalmente reconhecer que você não vai agradar todo mundo, mas não dá pra usar esse discurso para dizer que apesar de ser complicado ser LGBTQ+, não tem porquê ter medo.
Porque infelizmente vivemos num mundo que ainda não normalizou a gente e prova disso é tanta série e filme (sem falar das estatísticas) que reproduzem isso, tornando cada vez mais visual o que de fato acontece nas ruas de todos os países, inclusive, e principalmente, no nosso. Isso porque não estou falando de série/filme que reproduz bosta porque não desenvolve direito nem pesquisa com pessoas que eles querem representar.
E em Nanette (especial da Netflix), Hannah Gandsby fala sobre isso (e outras milhares de coisas, como transtornos psicológicos, infância e história da arte), sobre a vergonha que ela ainda sente sobre ela ser quem ela é, lésbica, e como viveu, as violências que sofreu. E é impressionante que ela vai preparando o terreno em meio às piadas que faz, com senso crítico muito bom e quando você vê, apesar de ser um stand-up ela tá te falando sobre tudo que enfrentou e como isso ferrou a cabeça dela, como ferrou com o corpo dela e tudo o mais e pelo menos no meu caso, foi impossível não se identificar de alguma maneira.
E é real, você se sente representado porque você sabe como é que as coisas acontecem, e se não sabia, passa a ter conhecimento vindo de alguém que está lhe contando sobre como de fato é.
É algo que se eu pudesse fazer todo mundo assistir, eu faria, justamente pela sua importância e críticas contidas, mas como não posso, só me cabe a recomendar e dizer que esse stand-up foi o melhor que eu já assisti e ele me trouxe um olhar ainda mais centrado para toda essa realidade de ser LGBTQ além da minha visão de homem de dentro da sigla.
Porque infelizmente vivemos num mundo que ainda não normalizou a gente e prova disso é tanta série e filme (sem falar das estatísticas) que reproduzem isso, tornando cada vez mais visual o que de fato acontece nas ruas de todos os países, inclusive, e principalmente, no nosso. Isso porque não estou falando de série/filme que reproduz bosta porque não desenvolve direito nem pesquisa com pessoas que eles querem representar.
E em Nanette (especial da Netflix), Hannah Gandsby fala sobre isso (e outras milhares de coisas, como transtornos psicológicos, infância e história da arte), sobre a vergonha que ela ainda sente sobre ela ser quem ela é, lésbica, e como viveu, as violências que sofreu. E é impressionante que ela vai preparando o terreno em meio às piadas que faz, com senso crítico muito bom e quando você vê, apesar de ser um stand-up ela tá te falando sobre tudo que enfrentou e como isso ferrou a cabeça dela, como ferrou com o corpo dela e tudo o mais e pelo menos no meu caso, foi impossível não se identificar de alguma maneira.
E é real, você se sente representado porque você sabe como é que as coisas acontecem, e se não sabia, passa a ter conhecimento vindo de alguém que está lhe contando sobre como de fato é.
É algo que se eu pudesse fazer todo mundo assistir, eu faria, justamente pela sua importância e críticas contidas, mas como não posso, só me cabe a recomendar e dizer que esse stand-up foi o melhor que eu já assisti e ele me trouxe um olhar ainda mais centrado para toda essa realidade de ser LGBTQ além da minha visão de homem de dentro da sigla.
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