Como prometido, hoje vamos falar sobre ninguém mais ninguém menos que Olívia Pilar. Escritora e formada em Jornalismo pela PUC-MG, Olívia começou a escrever com fanfics, mas foi a falta de representatividade de personagens negros que fez com que essa mineira resolvesse em fim abraçar a escritora que havia nela.
Desde do primeiro Estante Nacional, já deu para perceber que os autores entrevistados são muito gente como a gente, e com essa autora não foi diferente. Ela tem cincos cachorros - isso mesmo CINCO cachorros, uma pessoa dessa só pode ser um anjo, não tem o que questionar. Quando não está paparicando seus bichinhos ou sofrendo por futebol, tá na internet debatendo a importância da representatividade da mulher negra na mídia. Talvez por isso mesmo tenha criado junto com a Solaine Chioro um podcast chamado Duas Limonadas, que discute cultura pop e representatividade.
Assumidamente fangirl, Pilar possui uma paixão por celebridades teen e séries de televisão, estando à postos no twitter para surtar sobre isso e muito mais. Vem com a gente conferir a entrevista dessa fofíssima e ficar ansioso com o "misterioso" projeto no qual ela está trabalhando.
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Como e quando você começou a escrever?
Infelizmente, não me lembro de ter uma história bonitinha sobre como comecei a escrever ainda criança. Eu lembro de ter tentando escrever uma história baseada em Planeta dos Macacos quando eu era bem nova e essa foi, provavelmente, a primeira fanfic que passou pela minha cabeça, mas nada mais do que isso. Então, de fato, a primeira história que eu realmente escrevi foi uma fanfic, baseada no girlgroup Fifth Harmony, no começo de 2017.
Quais os livros que você já escreveu? Comente um pouco sobre eles com a gente.
Escrevi três contos “Entre estantes”, “Tempo ao tempo” e “Dia de domingo”, e um romance ainda não finalizado no Wattpad, “Dois a dois”. Além de participar de duas coletâneas, “Qualquer clichê de amor” e “Formas reais de amar”.
Minhas histórias são contemporâneas, que focam no dia a dia de mulheres jovens. “Entre estantes”, por exemplo, meu primeiro conto publicado, acompanha Isabel em suas recém descobertas, tanto como uma jovem universitária, como uma jovem mulher.
Você possui alguma rotina pra escrever?
Queria poder dizer que sim, mas a verdade é que não sou nem um pouco disciplinada e mesmo quando tento me organizar, não consigo. Consegui recentemente melhorar um pouco minha rotina colocando pequenas metas diárias de escrita.
Quando você resolveu publicar um livro seu? Quais foram as dificuldades que encontrou?
Quando escrevi “Entre estantes” achei que era hora de mostrar um pouquinho do que eu escrevia para o mundo. A maior dificuldade foi conseguir superar esse processo de ter uma história minha por aí. É uma montanha russa emocional saber que as pessoas vão ler suas histórias e é preciso estar preparado para as respostas, positivas e negativas.
Como você definiria seus livros pra quem nunca leu?
Costumo dizer que minhas histórias são sobre jovens mulheres negras que se apaixonam por outras mulheres (risos). Obviamente, tem mais do que isso, mas acho que o enredo central sempre acaba esbarrando na questão racial e da sexualidade.
Como foi o processo de definir a sua identidade no meio literário?
Não acho que esse processo acabou e, para falar a verdade, ele ainda nem começou direito. Sou muito nova no meio e acho que cada dia é um aprendizado e uma nova forma de enxergar as coisas, o que contribui para que minha identidade sempre esteja mudando um pouco.
Dentre suas histórias, qual sua favorita? Porquê?
“Dia de domingo”. Apesar de ter sido o meu terceiro conto publicado, foi a primeira história que escrevi e, de certa forma, a que me deu confiança e vontade de continuar nessa caminhada.
Quais suas inspirações?
Não consigo imaginar minhas inspirações sendo somente no meio literário. Acho que tudo acaba influenciando na minha escrita, mas, principalmente, mentes criativas que eu admiro muito, como a Ava DuVernay, Beyoncé, Camila Cabello, Taís Araújo, Lázaro Ramos. No mundo da literatura, eu poderia citar Conceição Evaristo, Chimamanda Ngozi Adichie e Nicola Yoon.
Um autor nacional que você acha que todos deveriam ler?
Pode ser três? Acho injusto da minha parte ter esse espaço e indicar só um. Então, Jim Anotsu, Iris Figueiredo e Bárbara Morais!
Qual a maior dificuldade do mercado editorial brasileiro?
Não sei exatamente se é uma dificuldade ou talvez ainda uma mentalidade que não tem essa visão, mas gostaria de ver histórias e autores mais diversos por aí — falando especificamente no meio em que estou inserida, da literatura jovem adulta. Também sinto que falta um apoio maior para a literatura nacional.
Qual a importância de uma agente literário para quem quer publicar seus livros por editora?
Eu sinceramente não sei o que seria da minha vida sem a Taissa, minha agente. Apesar de ser muito esquecida e, por muitas vezes, acabar não repassando informações para ela, a Tassi me ajuda em tudo (e sei que o mesmo acontece com todos os escritores agenciados pela Agência Página 7). E é basicamente como se ela me dissesse “eu faço isso e aquilo, e você escreve” e acho que essa é a melhor definição da importância do agente. O escritor escreve e se preocupa com isso, o agente faz o resto — que acaba sendo muita coisa também. Um trabalho em conjunto que dá muito certo quando as duas partes estão comprometidas.
Uma lembrança querida da carreira?
A primeira vez que me pediram um autógrafo. Foi meio louco e eu lembro de estar tremendo desde o momento em que vi que ia acontecer, mas guardo essa memória no coração.
Quais seus projetos para o futuro?
Terminei no ano passado meu primeiro manuscrito de um romance e é só o que posso falar sobre isso. Tenho alguns projetos em mente para o restante do ano, mas nada muito concreto ainda, a não ser as ideias.
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Olhem essas capas LINDAS e me digam que não dá vontade de ler todas as histórias???
Você pode encontrar os textos da Olívia Pilar aqui:
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Podcast sobre cultura pop, apresentado por Olívia Pilar e Solaine Chioro: https://anchor.fm/duaslimonadas
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Taiany Araujo,
Tempo ao tempo
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