Assim como qualquer jovem dessa era Millennial, Chioro adora livros, séries, filmes, quadrinhos e musicais, chora suas agruras no twitter, e vive nesse loop entre procrastinar e produzir. Vem ler a entrevista que fizemos com ela, e aproveitem para pegar umas dicas de escrita!
Como e quando você começou a escrever?
Eu devia ter uns dez anos quando escrevi minha primeira ficção. Eu até lembro que foi um exercício da escola, tínhamos que inventar essa história com uma moral, mas daí eu acabei me empolgando demais e continuei escrevendo algo maior com o mesmo enredo em outro caderno. Depois disso, acho que não teve mais volta.
Quais os livros que você já escreveu? Comente um pouco sobre eles com a gente.
O primeiro trabalho que eu publiquei na Amazon foi uma novela chamada A rosa de Isabela, uma adaptação LGBTQ+ e com protagonistas negras de A Bela e a Fera. A história se passa numa cidade fictícia no interior de São Paulo e tem muitos toques de cultura brasileira salpicando essa base no conto de fadas. O segundo livro foi Sonhos que ganhei, uma antologia de quatro contos de Natal, minha época do ano favorita. Têm contos românticos, sobre família e amizade, todos trazendo aquela sensação gostosa que a gente vê em livros e filmes natalinos.
Você possui alguma rotina pra escrever?
Quando estou trabalhando em um projeto, eu tento manter o hábito de escrever um pouco todo dia. Eu crio metas pra bater diariamente, mas mesmo se não conseguir, pra mim o importante é manter essa rotina de escrever sempre até terminar o projeto pra não perder o ritmo. Às vezes, quando não dá para escrever de fato, eu gosto de estar envolvida com a história de alguma forma, seja procurando fotos de referência ou fazendo playlists sobre a história. Eu fico bem imersa no projeto que estou trabalhando.
Quando você resolveu publicar um livro seu? Quais foram as dificuldades que encontrou?
Chegou um momento que eu percebi o quanto eu amo escrever e o quanto eu gostaria de seguir com essa carreira, foi aí que eu comecei a pensar na melhor forma de fazer isso e decidi publicar independente. Acho que a maior dificuldade foi a insegurança no começo. Não saber como seu texto vai ser recebido e quem vai alcançar, mas isso que a gente precisa ir se acostumando porque faz parte.
Como você definiria seus livros pra quem nunca leu?
Acho que no geral eu escrevo ficção jovem adulto em que o tema principal é o amor. Às vezes casais, às vezes amigos, às vezes família, mas sempre sobre o amor entre essas pessoas. Todas as minhas histórias também trazem representatividade (sempre faço questão de ter protagonistas não-brancos, por exemplo), algo que é muito importante para mim.
Como foi o processo de definir a sua identidade no meio literário?
Eu acho que ainda estou no começo dessa caminhada e ainda no processo de definir melhor essa identidade.
Dentre suas histórias, qual sua favorita? Por quê?
Não sei se tenho uma favorita, mas tenho um carinho especial por A rosa de Isabela, por ter sido a primeira publicada e pelas portas que essa história abriu para mim.
Quais suas inspirações?
Eu estou sempre lendo e conhecendo autores maravilhosos que com certeza me empurraram de pouquinho em pouquinho nessa estrada. Victor Hugo e Jane Austen são dois ídolos que eu amo há muito tempo, com quem aprendi a amar o poder da ficção. Chimamanda Ngozi Adichie me ensinou a importância das histórias que sempre quis contar. Laura Pohl, Olívia Pilar, Iris Figueiredo, Bárbara Morais, Mareska Cruz e Lavínia Rocha são constantes inspirações que diariamente me deixam impressionadas. Esses são só alguns dos muitos nomes que eu poderia citar aqui.
Um autor nacional que você acha que todos deveriam ler?
Olha, eu acho que Conceição Evaristo é uma autora que não pode ficar de fora das listas de quem ama ler. No gênero jovem adulto, Iris Figueiredo e Bárbara Morais, que, como disse antes, são duas inspirações, além de profissionais incríveis.
Qual a maior dificuldade do mercado editorial brasileiro?
Eu não sei se é algo enquadrado como uma dificuldade do mercado (até porque é algo muito maior do que isso), mas algo que sempre me incomoda é ver o quanto é difícil encontrar autores e histórias diversas sendo publicadas por editoras grandes. Principalmente na área que eu trabalho, com o público jovem adulto, é muito triste ver o pequeno número de autores brasileiros não brancos publicados de forma tradicional. Acaba sendo uma reprodução bem precisa das dificuldades que encontramos na nossa sociedade como um todo, mas ver isso presente no mercado editorial ainda me desaponta bastante.
Qual a importância de uma agente literária para quem quer publicar seus livros por editora?
Eu acho que MUITA. Ter uma agente, que vai te apoiar e trabalhar com você o seu texto, te mostrando o que pode melhorar e te ajudando a trazer o total potencial pro seu livro, ajuda e muito nessa caminhada. É, sem dúvida, muito melhor encarar essa jornada de levar o seu livro para uma editora quando você tem do seu lado um profissional no qual você confia; sem contar que com um agente você pode se deixar focar mais na sua escrita. Então eu acho que é bastante importante, inclusive sou muito grata por hoje ser parte dos autores agenciados da Agência Página 7 e ter a Taissa Reis trabalhando comigo.
Uma lembrança querida da carreira?
Como disse antes, eu ainda estou começando a trilhar esse caminho, mas já posso dizer que todos os momentos com os amigos que fiz e os eventos nos quais pude encontrar essas pessoas maravilhosas são lembranças muito queridas.
Quais seus projetos para o futuro?
Eu terminei o manuscrito do meu primeiro romance ano passado e estou começando a trabalhar nele com a minha agente, então não tenho muito o que falar sobre ainda. Tenho alguns projetos que vão dar as caras por aí ainda esse ano, mas como também ainda não posso falar sobre eles, só fiquem de olho que vai ser coisa boa! E, bem, no meio de tudo isso, eu sigo escrevendo.
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