Essas parcelas sociais, então, tem que lutar para conquistar o que as pessoas pertencentes ao padrão conseguem mais facilmente, exatamente por não terem as complicações sociais que envolvem a vivência das tais minorias. No fim de tudo, o processo de aceitação, de luta contra inúmeros preconceitos gera indivíduos "orgulhosos", tanto da sua peculiaridade (seja mulher, preto ou lgbt), quanto o grupo (feministas, pessoas do movimento negro e pessoas do movimento LGBT). E nós sabemos a importância dessa luta na identidade dessas pessoas/grupos. É a afirmação, a aceitação e a revindicação do que eles são e não podem mudar.

Quando uma pessoa que não faz parte de nenhuma minoria "brada" pelo seu "orgulho" (orgulho hétero, orgulho macho, orgulho branco), essa é uma atitude tanto de infantilidade quanto de inveja. Pois pra uma pessoa que tem privilégios e nem mesmo tem a cara de pau de os reconhecer abertamente, querer MAIS UM PRIVILÉGIO, (sendo este o tal "orgulho") é mais que necessário. Porém, o real problema disso é que também é uma forma de "invalidar" a luta de pessoas que fazem parte da minoria. "Ah, você tem orgulho de ser preto? Pô, eu tenho orgulho de ser branco!". Dessa forma, parece que ambos sentimentos têm o mesmo "peso", o que diminui o significado desse "orgulho" para as pessoas que fazem parte de tal minoria.

Isso é uma parada mó escrota da parte de quem faz, mas fazer o que, né? Pessoas são essa merda mesmo, no fim das contas.

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Sobre o autor: Eu sou Bruno Peçanha, um rapaz do RJ que tem 22 anos. Sou um estudante, no momento, mas tenho grande afeição pela escrita e por políticas sociais.