Antonio Skármeta
Ariel Carvalho
[Resenha] O Filme da Minha Vida, Selton Mello
11.10.17Ariel Carvalho
Assisti a O Filme da Minha Vida no começo do mês, mas passei todo esse tempo pensando no que dizer sobre ele. Não foi fácil.
Em primeiro lugar, não foi fácil porque o filme me atingiu de forma muito pessoal. Em segundo lugar, porque eu amo o Selton Mello, então tive medo de parecer parcial demais. Em terceiro, porque eu li o livro e senti todos os sentimentos do mundo, então precisei de tempo para organizar os pensamentos.
Antes de mais nada, O Filme da Minha Vida é belíssimo. Não tem uma cena que seja feia, e o cenário (a serra gaúcha) é de tirar o fôlego.
A história é simples: um garoto que, ao volta da universidade em outra cidade, encontra o pai já partindo. Como ele mesmo diz, ele chegou e o pai foi embora. A partir daí, o rapaz tem que lidar com a falta do pai e das questões que o assolam no começo da vida adulta. Tanto o livro quanto o filme são deliciosos. A trama é envolvente e as personagens são queridas, tudo que acontece dá um quentinho gostoso no coração. Apesar de ser ficção, é muito verossímil, e rola uma identificação.
O grande pulo do gato está na adaptação cuidadosa do Selton. O livro - intitulado Um Pai de Cinema - se passa no Chile, e o diretor teve a sacada de adaptar para a serra gaúcha. Funciona, e funciona muito bem. Todas as modificações feitas por ele trouxeram um quê a mais para a história, ao mesmo tempo que mantiveram o enredo fiel ao texto original.
A sessão a que fui teve um bate papo com o Selton bem interessante, onde ele disse que o filme foi feito com muito carinho. Foram dois anos trabalhando o texto de Antonio Skármeta - o mesmo autor do tristíssimo O Carteiro e O Poeta - e o adaptando e moldando de forma coerente e bela para as telonas. E isso é perceptível: todo o calor, carinho e amor humanos estão muito visíveis no filme.
Ver um filme desses, tão bonito, bem feito e bem pensado, me faz lembrar da importância de apoiarmos o cinema nacional. O próprio Selton comentou que é uma luta dura: são pouquíssimas as salas que exibem filmes brasileiros, principalmente quando comparamos esse número com o número de salas que exibem filmes estrangeiros. Espero que, com o reconhecimento de O Filme da Minha Vida, possamos melhorar esse quadro e divulgar, ainda mais, a nossa arte para o mundo.
Para o filme e para o livro, só amor |
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1 comentários
Estou louca para assistir o filme e agora que vc fez essa resenha, bateu um arrependimento de não ter ido ao cinema vÊ-lo.Realmente temos que apoiar o cinema nacional e quanto um filme brasileiro estiver em cartaz eu vou assistir.
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