aplicativo assexualidade

A procura pela sua própria comunidade assexual

31.10.17Isabelle Fernandes


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Hoje é terça, mas é o último dia de outubro então nada mais justo do que encerrar o mês de visibilidade assexual com um texto especial. Uma das questões que mais perturbam os assexuais (aces) é a solidão, algo que de alguma forma sempre aparece pra gente. Viver numa sociedade essencialmente alossexual (com maioria de pessoas que sentem atração sexual) faz com que muitos de nós nem considere a possibilidade de ser assexual e se sinta incapaz de se encaixar entre as outras pessoas, coisa que continua mesmo depois de se descobrir.

Afinal de contas, as pesquisas oficiais dizem que só 1% da população é assexual, então realmente pode ser bem difícil de achar outro assexual por perto. Só que, amigos, temos o advento da INTERNET e o que não falta nela é aces procurando pela sua patota. Então esse post vai dar o caminho das pedras pra você aí que tá precisando encontrar a sua também.

Gostaria de começar dizendo bonitinho como comecei a achar a minha patota ace, só que eu não lembro direito HAHAHAHAH. O que eu sei é que de alguma forma eu topei com a Comunidade Assexual e foi lá que tive meu primeiro contato com pessoas assexuais. O fórum é um lugar ótimo pra tirar todo tipo de dúvida, socializar com a galere e compartilhar experiências e gente...isso faz a maior diferença. Cada um tem suas particularidades, mas as histórias tem características em comum com quase todo mundo, que te passa aquela coisa de "CARALHO, SIM" e "NOSSA EU TAMBÉM VAMO SE ABRAÇAR".


Só que com o tempo fui ficando mais preguiçosa pra entrar e também passado o momento de "ai meu deus encontrei aces", começaram as diferenças. E nem tô falando do óbvio como idade (tem muitas pessoas acima dos 30) e gostos pessoais, mas sim das diferenças relacionadas à assexualidade em si. Aces podem ser sexo positivos (tem interesse e fazem sexo se quiserem), indiferentes ("tanto faz, tanto fez") e sexo negativos ("PELO AMOR DE DEUS, NÃO") e não só no fórum como nas páginas gringas tem uma maioria dos últimos dois grupos. E assim, definitivamente não sou negativa HAHAHAHA, então às vezes eu chegava até a duvidar da minha própria identidade. Acho que foi por isso que passei a entrar menos por lá.

Daí esse ano, de uma forma que eu também não me lembro mais, comecei a procurar contas relacionadas a assexualidade no twitter, achei umas pessoas ace que seguiam outras, fui seguindo essa galera toda e quando fui ver tava com uma pá de gente ace na tl HHAHAHAHAHAHAHA. É engraçado que mesmo não interagindo muito passei a me sentir menos sozinha.

Eis que esse mês um desses arrobas, o Contato Ace, teve a ideia genial de criar uma espécie de sistema de "apadrinhamento", onde aces interessados em ajudar guiariam aces em dúvida a trilhar o Caminho Ace, ao mesmo tempo em que nasceu uma ace squad no whatsapp. Foi aí que eu finalmente soube qual é a sensação de achar a sua rapeize, de se sentir acolhida e bem, se sentir normal.

Cara, isso é muito bom
Esse foi o meu caminho atrás da minha patota, mas podem existir outros também. Não gosto muito de grupos no facebook, mas tem o Assexuais e o Assexuais do RJ, que vira a mexe marca uns encontros aqui na cidade. Também tem surgido aplicativos como o AsexualWord, o ACEapp e redes sociais como o Asexualitic (que é pago) e o Acebook, mas nunca usei então não sei são bons, além de serem em inglês. Quem sabe mais pra frente não surge alguma rede brazuca? Oremos.

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