Bojack Horseman Carol Cardozo

[CRÍTICA] Bojack Horseman, quarta temporada

16.9.17Unknown


Estreou no último dia 8 o quarto ano de Bojack Horseman. A série animada, que fala sobre a vida do astro de uma sitcom 20 anos depois do sucesso dela, começou com um tom de comédia (mais visto nas duas primeiras temporadas). A terceira já foi mais reflexiva e profunda, com os dois episódios finais da temporada bem aquele tiro gostoso no peito e direto nos feels, e a quarta temporada vem seguindo essa mesma linha.

(SPOILERS DA TERCEIRA TEMPORADA E LEVES SPOILERS DA QUARTA TEMPORADA ABAIXO. LEIA POR SUA CONTA E RISCO)


SE NÃO QUER SABER DE NADINHA,
CORRE!
No final da terceira temporada, Bojack resolve sumir por um tempo, por se sentir culpado pela morte da Sarah Lynn. A quarta começa com o início da corrida eleitoral mais doida de todos os tempos, Diane ligando para Bojack e contando as situações loucas que acontecem, mesmo que caia só na caixa de mensagem. Ao longo das temporadas, conseguimos ver que, por mais escroto que Bojack possa ser, ele é a pessoa mais próxima que entende pelo que  Diane está passando, suas dúvidas, suas bads, o sentimento de não pertencer ao lugar onde você está.

"Eu sou responsável pela minha própria felicidade?
Eu não sou responsável nem pelo meu próprio café da manhã!"
Aliás, falando em bad... essa certamente é a temporada mais pesada, que mais vai te fazer parar depois do episódio e dar uma olhada pro teto por uns minutos ou horas. Nessa temporada a gente tem mais contato com a família do Bojack (a mãe, no caso, e a filha dele) e o quanto nosso passado nos afeta e nos molda como pessoa, especialmente traumas familiares. Conhecemos mais sobre os pais e avós maternos do Bojack, tem muitos flashbacks, e quando fazemos as conexões das atitudes no presente com as tristezas no passado... caramba, dói bastante.


Essa temporada lida muito com perdas, com traumas, e me deixa pensando que a série atual que mais toca nas feridas e sabe pelo que a gente tá passando é uma animação com um cavalo humanóide como protagonista. O episódio que chama a atenção e que, na minha opinião, é o melhor da temporada e talvez até da série inteira, é o 6. "Stupid Piece of Sh*t" mostra aquela vozinha na cabeça que te fala que você é um pedaço de merda estúpido (traduzindo literalmente o título do episódio). Todo mundo já teve essa voz na cabeça pelo menos uma vez na vida. Aquela voz que te diz que você é um fracasso, que não vai dar certo, que você nem deveria tentar porque ninguém gosta e nem liga pra você.


Mas nem tudo é derrota nessa temporada (quase tudo é, mas não tudo). Temos o primeiro personagem abertamente assexual das séries! Todd já tinha falado no final da temporada passada que ele "Não gostava de garotas. Nem de caras. Talvez ele não gostasse de nada" e eu já fiquei "hmmmm serááá??" e aí se confirmou. Ele até vai em um encontro de pessoas aces, pra compreender mais e trocar experiências, mostram inclusive um casal de aces (apesar do estigma, assexuais se relacionam romanticamente). Dá uma aquecidinha no coração ver isso, ainda mais numa série relativamente grande e famosa.
           

"Sinceramente, é legal finalmente falar em voz alta"

NOTA:

É meio bad vibes algumas horas? É
Mas a vida é assim também. Não posso pensar em outra nota. 
Certamente a melhor temporada até aqui, e merece
muitas indicações nas premiações.


Ficha técnica:


- Estreia: 8 de setembro de 2017
- Criador por: Raphael Bob-Waksberg
- Disponível em: Netflix
- Gênero: Animação, Comédia, Drama
- Classificação: 16 anos


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