Estreou no último dia 8 o quarto ano de Bojack Horseman. A série animada, que fala sobre a vida do astro de uma sitcom 20 anos depois do sucesso dela, começou com um tom de comédia (mais visto nas duas primeiras temporadas). A terceira já foi mais reflexiva e profunda, com os dois episódios finais da temporada bem aquele tiro gostoso no peito e direto nos feels, e a quarta temporada vem seguindo essa mesma linha.
(SPOILERS DA TERCEIRA TEMPORADA E LEVES SPOILERS DA QUARTA TEMPORADA ABAIXO. LEIA POR SUA CONTA E RISCO)
SE NÃO QUER SABER DE NADINHA, CORRE! |
No final da terceira temporada, Bojack resolve sumir por um tempo, por se sentir culpado pela morte da Sarah Lynn. A quarta começa com o início da corrida eleitoral mais doida de todos os tempos, Diane ligando para Bojack e contando as situações loucas que acontecem, mesmo que caia só na caixa de mensagem. Ao longo das temporadas, conseguimos ver que, por mais escroto que Bojack possa ser, ele é a pessoa mais próxima que entende pelo que Diane está passando, suas dúvidas, suas bads, o sentimento de não pertencer ao lugar onde você está.
"Eu sou responsável pela minha própria felicidade? Eu não sou responsável nem pelo meu próprio café da manhã!" |
Aliás, falando em bad... essa certamente é a temporada mais pesada, que mais vai te fazer parar depois do episódio e dar uma olhada pro teto por uns minutos ou horas. Nessa temporada a gente tem mais contato com a família do Bojack (a mãe, no caso, e a filha dele) e o quanto nosso passado nos afeta e nos molda como pessoa, especialmente traumas familiares. Conhecemos mais sobre os pais e avós maternos do Bojack, tem muitos flashbacks, e quando fazemos as conexões das atitudes no presente com as tristezas no passado... caramba, dói bastante.
Essa temporada lida muito com perdas, com traumas, e me deixa pensando que a série atual que mais toca nas feridas e sabe pelo que a gente tá passando é uma animação com um cavalo humanóide como protagonista. O episódio que chama a atenção e que, na minha opinião, é o melhor da temporada e talvez até da série inteira, é o 6. "Stupid Piece of Sh*t" mostra aquela vozinha na cabeça que te fala que você é um pedaço de merda estúpido (traduzindo literalmente o título do episódio). Todo mundo já teve essa voz na cabeça pelo menos uma vez na vida. Aquela voz que te diz que você é um fracasso, que não vai dar certo, que você nem deveria tentar porque ninguém gosta e nem liga pra você.
Mas nem tudo é derrota nessa temporada (quase tudo é, mas não tudo). Temos o primeiro personagem abertamente assexual das séries! Todd já tinha falado no final da temporada passada que ele "Não gostava de garotas. Nem de caras. Talvez ele não gostasse de nada" e eu já fiquei "hmmmm serááá??" e aí se confirmou. Ele até vai em um encontro de pessoas aces, pra compreender mais e trocar experiências, mostram inclusive um casal de aces (apesar do estigma, assexuais se relacionam romanticamente). Dá uma aquecidinha no coração ver isso, ainda mais numa série relativamente grande e famosa.
"Sinceramente, é legal finalmente falar em voz alta" |
NOTA:
É meio bad vibes algumas horas? É Mas a vida é assim também. Não posso pensar em outra nota. Certamente a melhor temporada até aqui, e merece muitas indicações nas premiações. |
Ficha técnica:
- Estreia: 8 de setembro de 2017
- Criador por: Raphael Bob-Waksberg
- Disponível em: Netflix
- Gênero: Animação, Comédia, Drama
- Classificação: 16 anos
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