CCdiário
CCLivros
O garoto que sobreviveu mostrou para o mundo que nós existimos
14.7.17Taiany Araujo
É preciso advertir que esse post não é imparcial e que talvez (provavelmente) minhas considerações estejam atravessadas pelas minhas experiências pessoais e não necessariamente pela realidade. Dito isso, gostaria de falar sobre essa saga que mudou a forma como as pessoas vivem uma história.
Quando eu penso num fandom participativo, que consome desde souvenirs até coisas que jamais associaríamos com aquela temática, a história mais antiga que me vem é Star Wars. No entanto, entre eles e Harry Potter não só o tempo é diferente como o público também. Não que crianças e adolescentes não possam gostar de Star Wars, só que quando a gente olha de longe não é bem isso que vemos. Harry Potter parece que foi aquele que deu o pontapé inicial para as sagas, para as literaturas voltadas ao público infanto-juvenil com histórias densas, histórias não tão bonitinhas ou fáceis. Não duvido que exista muita coisa antes de Harry Potter, mas esse prefigura como o primeiro a unir todos os mundos, talvez o fato de ter sido lançado quando a internet começou a caminhar tenha impulsionado isso, mas de toda forma, 20 anos depois de seu lançamento, Harry Potter ainda está tão vivo na memória das pessoas como no início e ainda consegue arrecadar uma boa grana dos bolsos de seus fãs.
Você pode até dizer que nunca leu os livros, talvez nem tenha visto os filmes, mas duvido que nunca tenha ouvido falar sobre um órfão que descobriu na verdade ser um dos bruxos mais famosos que existe, e que ironia né, Harry Potter realmente virou um dos bruxos mais famosos do mundo. Não sei se o diferencial dessa história foi trazer situações e personagens tão reais mesmo num mundo completamente ficcional ou se foi pelo fato de tratar as crianças e adolescentes como pessoas maduras o suficiente para ouvir sobre temas que não eram discutidos com eles, provavelmente foi isso e muito mais.
J.K.Rowling conseguiu falar sobre temas sociais como política, poder, diferenças, bullying (numa época que isso nem tava em pauta), assim como falar sobre ser quem é, pertencimento, relacionamento... A cada vez que leio a história, vejo os filmes ou mesmo leio fanfics, mais e mais coisas são percebidas por mim, coisas essas que quando li pela primeira vez lá em 1999 não tinha percebido. Coisas tão sutis, tão nas entrelinhas que à primeira vista podem passar despercebidas, mas que são de uma sutileza e grandiosidade enormes.
Quando eu tinha 8 anos e conheci uma garota chamada Hermione, não percebi como ela seria uma das primeiras figuras de representatividade para mim, entretanto, hoje olhando em retrospecto, como não seria? A menina inteligente, dentuça, com cabelos cheios e descontrolados. A menina que atropelava os outros na hora de falar e tinha fama de sabichona, a menina que sempre estava ali para os amigos, e que era rata de biblioteca. Ao pensar nesse universo que a J.K escreveu percebo que uma das coisas que mais me encanta são os personagens, suas características, suas jornadas e escolhas, aquilo que os fazem ser quem são, e a oportunidade ou escolha de mudarem apesar de tudo. Parece que há um personagem para cada pessoa no mundo, cada aluno de Hogwarts é cada criança e adolescente que existe de verdade, aqui no mundo real.
Tenho uns amigos que toda vez que nos encontramos falamos sobre Harry Potter em algum momento, isso se tornou um hábito tão legal que quando não acontece, alguém (geralmente eu) diz “ainda não falamos sobre Harry Potter, vamos lá”. Haja conversa, sempre tem algo novo - ou velho mesmo - para ser discutido, analisado.
Hoje percebo que a história não é a perfeição que achava ser, Rowling falou tão superficialmente sobre algumas coisas, e até mesmo sobre alguns personagens (cadê desenvolvimento da Hermione como nascida no mundo trouxa?). Harry Potter não é uma história tão inédita quanto eu acreditava, nem tão representativa e definitivamente não é inclusiva, mas a história tá ai, viva, e passível de melhorias, há tanta coisa pra contar ainda, pra desenvolver. Como uma criança que cresceu com Harry Potter e companhia posso falar que ainda tenho muito pra crescer, e eles também.
Quando eu penso num fandom participativo, que consome desde souvenirs até coisas que jamais associaríamos com aquela temática, a história mais antiga que me vem é Star Wars. No entanto, entre eles e Harry Potter não só o tempo é diferente como o público também. Não que crianças e adolescentes não possam gostar de Star Wars, só que quando a gente olha de longe não é bem isso que vemos. Harry Potter parece que foi aquele que deu o pontapé inicial para as sagas, para as literaturas voltadas ao público infanto-juvenil com histórias densas, histórias não tão bonitinhas ou fáceis. Não duvido que exista muita coisa antes de Harry Potter, mas esse prefigura como o primeiro a unir todos os mundos, talvez o fato de ter sido lançado quando a internet começou a caminhar tenha impulsionado isso, mas de toda forma, 20 anos depois de seu lançamento, Harry Potter ainda está tão vivo na memória das pessoas como no início e ainda consegue arrecadar uma boa grana dos bolsos de seus fãs.
Você pode até dizer que nunca leu os livros, talvez nem tenha visto os filmes, mas duvido que nunca tenha ouvido falar sobre um órfão que descobriu na verdade ser um dos bruxos mais famosos que existe, e que ironia né, Harry Potter realmente virou um dos bruxos mais famosos do mundo. Não sei se o diferencial dessa história foi trazer situações e personagens tão reais mesmo num mundo completamente ficcional ou se foi pelo fato de tratar as crianças e adolescentes como pessoas maduras o suficiente para ouvir sobre temas que não eram discutidos com eles, provavelmente foi isso e muito mais.
J.K.Rowling conseguiu falar sobre temas sociais como política, poder, diferenças, bullying (numa época que isso nem tava em pauta), assim como falar sobre ser quem é, pertencimento, relacionamento... A cada vez que leio a história, vejo os filmes ou mesmo leio fanfics, mais e mais coisas são percebidas por mim, coisas essas que quando li pela primeira vez lá em 1999 não tinha percebido. Coisas tão sutis, tão nas entrelinhas que à primeira vista podem passar despercebidas, mas que são de uma sutileza e grandiosidade enormes.
Quando eu tinha 8 anos e conheci uma garota chamada Hermione, não percebi como ela seria uma das primeiras figuras de representatividade para mim, entretanto, hoje olhando em retrospecto, como não seria? A menina inteligente, dentuça, com cabelos cheios e descontrolados. A menina que atropelava os outros na hora de falar e tinha fama de sabichona, a menina que sempre estava ali para os amigos, e que era rata de biblioteca. Ao pensar nesse universo que a J.K escreveu percebo que uma das coisas que mais me encanta são os personagens, suas características, suas jornadas e escolhas, aquilo que os fazem ser quem são, e a oportunidade ou escolha de mudarem apesar de tudo. Parece que há um personagem para cada pessoa no mundo, cada aluno de Hogwarts é cada criança e adolescente que existe de verdade, aqui no mundo real.
Tenho uns amigos que toda vez que nos encontramos falamos sobre Harry Potter em algum momento, isso se tornou um hábito tão legal que quando não acontece, alguém (geralmente eu) diz “ainda não falamos sobre Harry Potter, vamos lá”. Haja conversa, sempre tem algo novo - ou velho mesmo - para ser discutido, analisado.
Hoje percebo que a história não é a perfeição que achava ser, Rowling falou tão superficialmente sobre algumas coisas, e até mesmo sobre alguns personagens (cadê desenvolvimento da Hermione como nascida no mundo trouxa?). Harry Potter não é uma história tão inédita quanto eu acreditava, nem tão representativa e definitivamente não é inclusiva, mas a história tá ai, viva, e passível de melhorias, há tanta coisa pra contar ainda, pra desenvolver. Como uma criança que cresceu com Harry Potter e companhia posso falar que ainda tenho muito pra crescer, e eles também.
TAGS:
CCdiário,
CCLivros,
CCSexta,
especial harry potter,
fandom,
Harry Potter,
j.k. rowling,
literatura infanto-juvenil,
Taiany Araujo
1 comentários
Mais disso <33333333
ResponderExcluir