Foto por Lucas Moraes
Estamos aqui para chutar bundas e beber cerveja
Esse é o lema da Kinderwhores, banda carioca formada pela amigas de infância Marcela Valverde (Vocal/Guitarra) e Thaís Catão (Guitarra), junto com Beatriz Casarotto (Baixo/Vocal) e Amanda Mattos (bateria). Nos shows elas tocam covers majoritariamente de bandas com vocais femininos, E CARA, A ENERGIA É INCRÍVEL, DE VERDADE. Eu fui num show delas e tomei um chute na cara (de uma forma boa).
Essa era eu de boas, antes do show começar. |
E essa era eu no final do show, com o cérebro completamente derretido. |
Apesar delas ainda estarem trabalhando em músicas autorais, eu precisei chegar nelas (talvez de modo meio efusivo, se assustei vocês, peço desculpas aqui) pra pedir uma entrevista pro Notas porque GAROTAS ADOLESCENTES TOCANDO E CANTANDO LINDAMENTE, O MUNDO PRECISA OUVIR ISSO!!!
Aqui vão as respostas das meninas pra nossas já conhecidas perguntas:
1 - Como vocês definiriam sua música para alguém que nunca ouviu?
A gente ainda está se descobrindo como banda porque passamos muito tempo tocando covers, até que decidimos dar um passo em direção às músicas autorais. Sem perder as nossas influências e a sonoridade dos anos 90, das bandas riot grrrl e grunge.
2 - Dentre as suas músicas, qual sua favorita?
Ainda estamos trabalhando nas nossas músicas autorais, então por enquanto estamos tocando covers em nossos shows. As preferidas são as do Hole, mas tocar Rebel Girl do Bikini Kill, é sempre muito foda, porque as meninas se soltam e sobem no palco para cantar junto com a gente. Esse “ritual” começou com uma amiga nossa, a Márcia, e agora todo show cada vez mais pessoas sobem no palco, e a energia é muito boa.
3 - Como a banda se juntou?
Eu (Thaís) e Marcela nos conhecemos na escola, quando tínhamos 15 anos começamos a tocar como uma brincadeira de amigas. Minha prima também se juntou a nós e foi nossa primeira baterista. Depois da aula a gente se encontrava e tocava as músicas das bandas que nós levamos até hoje como influências. No ensino médio cada uma foi para um colégio, e foi então que a Marcela conheceu a Bia, que aprendeu a tocar baixo para tocar com a gente. Ficamos bastante tempo tocando em casa, até que a evolução da banda veio em 2015, quando fizemos nosso primeiro show e foi como se a banda tivesse realmente se oficializado. Depois de um tempo a minha prima acabou saindo e passamos por outras formações até que encontramos a nossa atual baterista através da internet, formação que tem dado muito certo.
4 - Como foi o processo de definir a sua identidade sonora?
Foi um processo muito natural, fruto da nossa admiração pelas bandas femininas de rock que a gente curte, como The Runaways, Hole, The Donnas, L7, Bikini Kill e várias outras.
5 - Uma lembrança querida da carreira?
São muitas lembranças boas, mas teve um acontecimento que a gente acha meio “cômico” que rolou quando tocamos no Efusiva Fest, no MOTIM.
Dois peruanos antes do show puxaram assunto com a Bia na porta do evento e decidiram assistir o show. Só que a gente não imaginava que eles só iriam fazer merda. Eles entraram sem pagar falando que eram amigos da banda e depois um deles começou a assediar algumas meninas, além de insistir em fumar ali mesmo sendo proibido. Foram repreendidos seriamente pela organizadora do evento, mas o desrespeito continuou, então as meninas que estavam assistindo ao show se uniram e jogaram o cara em cima do palco. Na hora a gente não tinha noção do que estava acontecendo, só vimos um homem voando em nossa direção e o equipamento todo caindo. Continuamos a tocar mesmo assim até que ele foi retirado do evento. Depois nos explicaram o que estava acontecendo e a gente achou muito boa a atitude das meninas que demonstra união e que elas estavam protegendo umas às outras.
6 - Qual vocês acham que é a maior dificuldade do cenário musical brasileiro atualmente?
A maior dificuldade com certeza é ter espaço. Rola muita panelinha de banda, são sempre as mesmas pessoas tocando nos mesmos lugares. Isso se torna um pouco frustrante para quem está começando.
7 - Uma banda nacional que vocês acham que todos deveriam ouvir?
Trash no Star, uma banda que a gente adora, da Letícia Lopes, a pessoa que mais nos incentiva e nos apoia.
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