Só foi preciso uma música. Uma unicazinha música que apareceu no meu Descobertas da Semana do Spotify. Um música que me fez montar a atual playlist dos meus sonhos e me deu uma certeza: Eu tinha que trazer essa banda para o Notas Brasileiras porque a quantidade de pessoas que os ouvia não era o suficiente, mais e mais gente deveria conhecer o som do Vitrola Sintética e serem nocauteados como eu fui.
Formado por Felipe Antunes (voz e guitarra), Rodrigo Fuji (piano e guitarra), Otavio Carvalho (baixo e sintetizadores) e Kezo Nogueira, o grupo começou em 2007, mas o primeiro disco, “Notícias”, só saiu em 2009.
A banda pode parecer “nova no pedaço” para quem nunca a ouviu, no entanto, após o segundo álbum, “Expassos”, lançado em 2013, eles cruzaram a fronteira e realizaram sua primeira turnê internacional, com 4 shows na terra dos nossos hermanos argentinos. E se isso já não fosse um feito e tanto, “Sintético”(2015), terceiro trabalho do grupo foi indicado ao Grammy Latino como Melhor Artista Revelação e Melhor Engenharia de Gravação, mais uma turnê internacional ai foram eles. Los Angeles, Las Vegas, San Diego e Big Bear foram as felizardas da vez.
No Brasil, o disco também colheu importantes elogios. O prêmio Melhores da Música Brasileira elegeu “Sintético” o 34º melhor álbum de 2015 e a canção “Faz Um Tempo", a 2ª melhor do ano; o programa “Ouve Essa”, apresentado pelo crítico Ricardo Alexandre na Rádio 89FM, escolheu a música “Duvido Não Depois” como a 2ª melhor canção nacional do ano. Ou seja, eles estão chegando de mansinho e pra ficar (ainda bem), prova disso é que em 2016 um feito no mínimo louvável aconteceu, a banda foi nomeada pelo segundo ano consecutivo no Grammy Latino, agora na categoria Melhor Canção Alternativa, com a faixa “Deus”, que integra o vinil 7 polegadas “Sintético B”.
Bom, se isso tudo já não fosse motivo suficiente para dar uma chance ao som dos moços, espero que essa entrevista que fizemos com eles seja.
1 - Como vocês definiriam sua música para alguém que nunca ouviu?
Felipe: Acho que nossa música condiz com o que nos é real, porém de roupa lúdica, porque dessa forma os ventos de cada um o conduzirão pra sua própria história, ou, no mínimo, conduzirão pra imaginar uma história outra, ainda que não a sua. Conduzirão também a não se sentir só - a se acolher no outro. Enfim, talvez a gente não saiba sobre o estilo, mas sabe sobre o afeto.
2 - Dentre as suas músicas, qual sua favorita?
Otávio: É difícil perguntar para um pai qual seria seu filho preferido (risos). O bom de chegar no terceiro disco é a possibilidade de montar um show onde tocamos o que mais estamos curtindo do nosso próprio repertório. Além disso, temos tocado em formatos diferentes, vezes com sampler e programações, outras acústico e isso faz com que a forma de se relacionar com as execuções das músicas mude a cada show.
3 - Como a banda se juntou?
Felipe: Rodrigo e eu estudamos juntos no cursinho, mas não tocávamos juntos ainda. Ota conheci porque Leandro Beraldo, tecladista do começo da banda (quando ainda se chamava oito milímetros), me apresentou, eles são primos. E Kezo veio mais tarde, na turnê do Sintético e participando do Sintético B, a admiração mútua fez com que toda essa junção fosse natural. Mas não só admiração, é um lance de energia também, de sermos leves e respeitosos uns com os outros. A gente tem que se fazer bem pra durar.
4 - Como foi o processo de definir a sua identidade sonora?
Rodrigo: A identidade sonora não foi previamente definida. Ela foi amadurecida conforme entramos em estúdio. Foi e vem sendo um processo que está dando certo, sempre priorizando o que a canção pede, e não necessariamente "impondo" uma identidade.
5 - Uma lembrança querida da carreira?
Rodrigo: Nossas indicações ao Grammy Latino, como Artista revelação e melhor engenharia de gravação em 2015, e melhor canção alternativa em 2016.
6 - Qual vocês acham que é a maior dificuldade do cenário musical brasileiro atualmente?
Rodrigo: Hoje o acesso a música nova e/ou independente é muito mais fácil. Mas ao mesmo tempo mais difícil devido a quantidade de bandas e estilos diferentes para "escolhermos".
Felipe: Concordo com o Rods, é uma relação ainda difusa essa de ter comunhão com o público, menos pela disposição de ambas as partes e mais pela dispersão que estamos pra conseguir encontrar com quem e como se comunicar. A internet favorece a "liberdade" e algum longo alcance, mas enfraquece a profundidade e a verdade das informações.
7 - Uma banda nacional que vocês acham que todos deveriam ouvir?
Felipe: Gosto muito do "Supercolisor", além de terem músicas lindas e potentes, são também muito carinhosos e profissionais.
Otávio: Sim, nós adoramos eles! O disco Vertigem do Pedro Morais de 2013 nunca sai do meu rádio no meu carro, junto com o Barriga de 7 Janta do Meno, lançado no ano passado.
8 - Como acontece o contato para as parcerias/participações especiais?
Otávio: Normalmente as parcerias acontecem de forma natural, todas as parcerias que fizemos partiram do convívio pessoal/artístico ou da admiração que temos pelo artista e quanto mais caímos na estrada, mais vontade temos de fazer parceria com os artistas admiramos.
(Minha música favorita, justamente a que me fez conhecer a banda)
“Quando ouvi o disco do Vitrola Sintética, senti uma mistura de choque, alívio e esperança.” – MOOGIE CANAZIO, produtor e engenheiro de som que já trabalhou com João Gilberto, Maria Bethânia, Caetano Veloso, George Benson, Sergio Mendes, dentre outros.
E como coisas boas nunca são demais, o Vitrola Sintética vai estar hoje no Sensorial Discos (SP) e dia 26/05 no Pub Public House em Bragança Paulista(SP). Ainda dá tempo, correeeeeeeee.
Para saber mais sobre a banda:
www.vitrolasintetica.com.br
www.facebook.com/vitrolasintetica
www.instagram.com/vitrolasintetica
Ouça as músicas em: https://smb.lnk.to/SinteticoDlx
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