Uns dias desses eu estava pela internet, quando aparece na timeline sobre uma exibição dos filmes de Alien que ia ter... em São Paulo. Porém, o filme ia colocar nãoseioque no Geek & Game Rio Festival 2017 pra quem fosse. Eu fiquei: peraí, Geek & Game Festival... NO RIO?
Deixa eu explicar: esses festivais normalmente são um espaço que trazem um monte de coisas legais do universo nerd/da cultura pop, às vezes paineis e outras atividades interessantes, que a gente normalmente não tem muito acesso, porque... onde é que tu vai ver isso no dia a dia? É uma oportunidade de ter contato do lado de fora com coisa que a gente só vê na internet.
E vou te falar, depois da ClexaCon e de ficar vendo de longe eventos de cultura pop pelo Brasil e mundo, eu estava aqui chorando pra ir em alguma coisa assim.
Eis que surge a Geek & Game Rio Festival 2017.
Eu já queria ir antes de saber o que ia ter.
Depois de saber o que ia ter...
Bem. Não me interessei tanto por nenhum dos paineis, e tinha um workshop interessante sobre quadrinhos. Também me dei conta da quantidade de homem que tinha nisso e de como o evento parecia centrado em homem. E é claro que tinha mulheres se apresentando na programação, ia ter também elas jogando no campeonato de games. Mas existe aí no meio da cultura nerd um ambiente machista tóxico e a sensação é de que o evento seria isso.
Cheguei lá, feliz, já vendo gente de cosplay no meio do caminho - uma das partes preferidas desses eventos. Tinha música alta, de um lado uma arena pra os campeonatos e do outro, o que foi uma surpresa pra mim, o espaço de paineis no meio do espaço aberto do evento. Ou seja, quem estava falando ficava no palquinho, tinha vários puffs com o pessoal na frente e, mesmo que você não tivesse entrado, dava pra assistir de fora. Isso foi uma das minhas coisas preferidas, porque em um evento de porte pequeno como Geek & Game, dava pra ver quem tava se apresentando, se eu me interessava e de certa forma participar daquilo também. Em comparação com a CCXP, por exemplo, que os paineis aconteciam nas salas isoladas e ficava sempre tão cheio que eu não cheguei nem perto direito e nem me dei trabalho de saber o que tava acontecendo. É claro que se fosse do porte da CCXP, não dava pra fazer isso, mas ainda foi um bom uso do espaço que eles tinham de qualquer forma.
Bônus: Quando eu cheguei o Homem-Aranha estava fazendo uma pergunta.
Eu fiquei passeando pelo evento. Tinha uma Escola de Bruxaria com um Lupin mal encarado na entrada - e o efeito legal disso é que, de pouco a pouco, foram aparecendo várias pessoas vestidas com uniforme de Hogwarts, conforme iam comprando. Parecia um pouco o Roller Coaster quando você coloca um stand de chapeuzinho temático e de repente o seu parque fica cheio de gente usando.
A minha maior surpresa: tinha várias pequenas lojinhas vendendo funko!! Pra mim isso foi a principal coisa que tava sendo vendida lá. Os preços iam de 60 a 120 reais mais ou menos. Nem era tão ruim, acho que o único ruim é que muita gente vai pra esses eventos sem considerar que pode comprar isso e é caro.
Aliás, isso é uma das questões do Geek&Game e eu espero que eles pensem isso na próxima edição. O que exatamente ia ter no evento? Sobre o que é? Por exemplo, vou na Bienal e sei que vou comprar livros. Na CCXP tinha um monte de stands expondo filmes, séries, jogos; tinha umas lojinhas de quadrinhos legais. Agora, o que que eu ia ver ali?
Jogos?
Tinha um stand especial das lojas americanas. Ok. Mas se tinha algum outro lugar pra comprar jogo, eu nem vi. Tinha a Comix - loja de quadrinhos que costuma ter muita coisa boa e sempre fica cheia na Bienal, mas também era só. Tinha umas aleatórias com "Bugiganguinha", tipo um com bonecos de Lego da cultura pop por 20 reais (essa eu achei legal, peguei o cartãozinho e se chama Paixão por Minis) e umas camisas.
Mas no geral, o mais interessante de olhar de lugar em lugar foi os funkos, que infelizmente ninguém tinha Lexa ou os de Orphan Black (que meu irmão quer). Por outro lado, tinha vários outros legais tipo Capitã Marvel e Spider-Gwen, que eu só não comprei porque além de pobre, estou guardando pra comprar a minha Clarke e Lexa. No fim eu acabei não comprando nada mesmo.
Outra coisa que eu fui de olho e estava anunciado eram os jogos de tabuleiro, mas lá em si eram 3 lojas separadas, lado a lado, vazias e cheia de vendedores: ou seja, o apocalipse. Nem cheguei perto.
O stand do filme Alien não tinha nada de interessante, era praticamente um espaço vazia com cartazes e uma cabine sei lá. (Uma exibição dos filmes antigos ia ser bem mais legal)
Tinha vários stands e espaços com jogos de videogame, mas esses ficavam tão cheios e plmdds se eu quero ficar jogando joguinho eu fico em casa e abro o miniclip aqui. Senti falta da Playstation, estava querendo ver algo de Horizon Zero Dawn e vi um monte de nadas. Os fliperamas foram muito legais e uma das partes preferidas foi ver a quantidade de mães com crianças jogando ali. Ainda mais que parecia de graça.
Uma hora eu parei pra ver a arena de games que parecia que ia começar uma competição de CS entre as garotas, mas ficou eternamente pra começar e quando eu vi já tinha acabado. Uma coisa que o Valentino notou é que os horários programados para ter partida era SE houvesse necessidade de ter mais uma partida, então quando ele chegou no domingo pra ver, já tinham acabado todas. Eu sinceramente nunca acompanhei nenhuma competição de jogo assim, nem é algo que eu me interesso tanto, então não sei como normalmente é feito. Só sei que era uma oportunidade muito boa de atrair pessoas pra esse mundo e no fim das contas não vi nada, não aconteceu nada e o troço ficou lá vazio.
Outra coisa que eu acompanhei por acaso foi a premiação de cosplay. Eu nem sabia que era a Lorelay Fox apresentando, mas ela é muito boa e tornava engraçado e interessante, por isso eu fiquei pra assistir. Curiosamente, os cosplays da Disney foram uns dos melhores ali, o resto nem sabia o que fazer direito no palco. Eu sei que isso é uma competição, mas podia ser considerado que ou o povo não tem hábito de participar ou não foi avisado de como era e pensar como fazer algo interessante pra todo mundo.
E por sorte do destino (os puffs estavam vazio e eu decidi entrar pra sentar e descansar no momento que ele estava entrando no palco), eu assisti o painel com o Iain Smith que produziu filmes tipo Mad Max: Fury Road e foi bem legal. Apesar de que as legendas não só demoraram pra entrar, como eram todas erradas, e quando parecia eu tava ficando legal, acabou.
Ele falou duas coisas muito legais que eu salvei:
"Se você não sente medo, algo está errado" ele falando sobre filmes. Ele disse que isso é algo que certo modo serve como guia pra os projetos que ele escolhe. Contou a história de uma atriz que uma vez fugiu no meio da filmagem e eles tiveram que trazer o namorado dela dos Estados Unidos pra Europa pra conseguir fazer ir em frente. Falou que várias vezes já teve que ir atrás de ator/diretor assim, porque o pessoal surta e quer fugir. Ele disse que todo mundo tá com medo. HUAHAUH
Outra frase legal é:
"A loucura de fazer filme é que você está buscando um sonho que nunca pode alcançar," porque o filme nunca fica perfeito e quem faz sempre vê as falhas ou o que poderia ter sido.
Esse painel foi a coisa mais preciosa que eu vivi ali.
De resto, foi um evento legal, algo do tipo "em vez de vou no shopping, hoje vou passear lá pra ver algo diferente." A GGRF tem potencial e podia ser melhor, espero que eles continuem fazendo e na próxima tenha mais gente interessante / workshops. E também que se defina um pouco - o que exatamente eu vou encontrar nesse evento? É uma feirinha de funko? Legal, mas me diz antes. Podiam buscar pessoal interessado em vender quadrinho, pra ter diversidade. Podiam fazer os jogos de tabuleiro mais acessíveis. Podiam trazer mais jogos. E até a Artist Alley podia melhorar, meia dúzia de gato pingado meio perdido. Muda a localização pra o centro do evento, em um lugar onde o povo passa e vê. A divulgação do evento podia melhorar também.
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