Minha história com as fanfics começou quando eu tinha 12 anos e era a) leitora compulsiva, e b) fã de Jonas Brothers a níveis absurdos.
Fazia parte da comunidade no Orkut dos Jonas Brothers, e lia as fanfics que eram postadas lá, e consumia muito tudo o que escreviam (até me aventurei a escrever alguma coisa, mas nada muito substancial).
Quando Glee estreou, eu comecei a ler mais assiduamente. Os roteiristas de Glee só faziam desgraça na série, e meu ship favorito (Kurt e Blaine, ou Klaine) sofria horrores nas mãos deles, então eu recorria às fanfics como uma maneira de apagar do meu cérebro quão destruídos estavam meus personagens favoritos.
A primeira vez que escrevi algo com mais de 50 páginas foi uma fanfic de Glee, e tudo o que eu queria era que as pessoas lessem o que eu estava escrevendo. A cada atualização de capítulo, eu recebia elogios, e eram eles que me faziam escrever mais e mais e mais.
Além de ajudar a vencer o medo de lerem algo meu, as fanfics me ajudaram a aprender a ler em inglês, a descrever melhor personagens e cenas, e me trouxeram algumas das histórias mais lindas que eu já li na vida (tô olhando pra você, The Luckiest).
Então, quando chegou a hora de escrever meu TCC, eu queria explorar essa coisa que as fanfics têm de estreitar os laços dos fãs com aquilo do qual são fãs, e como estimulam a leitura e fazem a gente querer consumir mais, debater o que leu. Isso tudo sem falar na questão dos direitos autorais (que me interessa muito) e de toda a colaboratividade (nem sei se essa palavra existe) que cerca a produção de fanfic.
Passei um ano e meio lendo artigos e livros que falavam sobre fanfics, fazendo uma revisão de literatura do que está sendo produzido no meio acadêmico sobre o assunto.
O resultado foi um trabalho que me deu muito prazer escrever, e do qual eu tenho muito orgulho. Acabei descobrindo muitas coisas interessantes (como a origem do termo slash, que aconteceu por causa de Kirk e Spock) e percebi que as fanfics servem muito para ensino de uma segunda língua e de estímulo de leitura.
Por incrível que pareça, as fanfics ainda são pouco estudadas, mas eu acredito que tenham um futuro gigantesco pela frente.
Para ler mais: esse artigo maravilhoso do Geekiary, que discute por que é tão difícil falar sobre fanfics? [em inglês]
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