"Kurt, there is a moment when you say to yourself: 'oh, there you are, I've been looking for you forever'".
Parecem frases soltas e bobas, mas quem viveu Glee em 2011 sabe muito bem o que elas significam: são o começo de um dos momentos mais importantes da série e da televisão aberta dos EUA na época.
Esse discursinho foi a maneira que Blaine (interpretado pelo maravilhoso do Darren Criss) encontrou de falar para Kurt (interpretado pelo Chris Colfer, outro maravilhoso) o que sentia por ele. Logo depois, se seguia um dos beijos mais intensos e mais românticos da série, que fez meu cérebro entrar em combustão.
Hoje, em 2017, parece muito tranquilo que role um beijinho de dois gays. Mas lá em 2011, foi um bocado polêmico - e chocante.
Glee era exibida na tv aberta dos Estados Unidos (o que resultou, mais de uma vez, em boicote e protesto), e um momento desses era MUITO raro nas emissoras da tv aberta.
E esse foi só o começo oficial de Klaine.
Os dois ainda passaram muita coisa nas mãos dos criadores da série - desde um pedido de casamento na escada onde se conheceram até Blaine namorar um abusador do Kurt -, mas nem a escrita preguiçosa da galera foi capaz de desmanchar esse casalzão da porra.
O mais bonito de Klaine é que, na época que surgiu, fez muitos adolescentes se assumirem, e mostrou que um relacionamento gay adolescente era tão ok (e, às vezes, até menos abusivo) quanto um relacionamento hétero.
Diferente de outras séries, onde o personagem gay é fetichizado ou o relacionamento surge do sexo, Glee sempre colocou Klaine como um casal que surgiu de um carinho muito grande. Klaine nunca foi sobre sexo ou ficar com alguém por medo de ficar sozinho, sempre foi sobre companheirismo.
Glee teve muitas (MUITAS) falhas, mas Klaine não foi uma delas. Outra coisa bem interessante é que a dinâmica do casal brincava com todo esse estereótipo de que casal gay tem que ter um afeminado, e mostrava um relacionamento de duas pessoas diferentes mas que, mesmo assim, sabiam e queriam estar uma com a outra.
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