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O Ladrão de Raios, Rick Riordan

7.1.17Isabelle Fernandes


É, eu sei. Esse livro já foi lançado há DEZ ANOS lá nos states (chocada porque fui descobrir isso agora) e quase dez aqui também, mas durante a Semana Rick Riordan eu me dei conta de uma coisa: NÃO HÁ RESENHAS DE PERCY JACKSON E OS OLIMPIANOS NO CC!!! Na verdade tem resenha de nenhuma das séries, a não ser Magnus Chase, e durante o especial no mês passado contamos que o blog surgiu graças a um fã clube SOBRE PERCY JACKSON.

VERGONHA!!!!!!

Então, decidida a mudar isso, vou resenhar TUDO, começando pelo saudoso e meu amado O Ladrão de Raios, agora com a visão da Isabelle de quase 24 anos na cara (deuses.....).

Não me lembro exatamente, mas acredito que tenha lido esse livro pela primeira vez  lá no finzinho de 2009, depois de a Carol ter sido iniciada na quase seita que é ser fã de Percy Jackson por um colega nosso HAHAHAHAHA. Eu tenho uma memória horrorosa, mas lembro das sensações que eu tive lendo esse livro e do quanto fiquei maravilhada e apaixonada. Mas é aquilo: na época eu tinha 16 anos, tinha outra mentalidade. Reli o livro várias vezes nos últimos anos, só que fazia já um tempo que eu não pegava nele de novo então eu estava preocupada. Será que eu ia continuar amando? SERÁ QUE O LADRÃO DE RAIOS É TÃO BOM QUANTO EU SEMPRE ACREDITEI QUE FOSSE??


A resposta é: com certeza!!



Se por um acaso você aí viveu os últimos anos debaixo de uma pedra e não faz ideia do que se trata a história, irei resumir brevemente. Tudo começa com Percy Jackson, um menino de 12 anos que tem Transtorno e Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) e dislexia que passou por muitos, mas muitos problemas em toda escola que ele estudou (spoiler: uma pra cada ano letivo praticamente). Agora ele tá num internato e claro, vive arrumando confusão com deus e o mundo pra proteger seu único amigo, Grover Underwood. Até aí tudo relativamente bem, né. Normal já pra ele. Mas eis que em uma excursão coisas extremamente esquisitas acontecem, e Percy começa a se dar conta de que tem alguma coisa errada. Seu professor de latim e seu melhor amigo parecem estar de conluio, tendo o Percy como tópico das conversas. Ao que parece, ele corre risco de vida!!

MAS POR QUÊ??? Então tretas acontecem e é aí que ele descobre: seu pai é um deus grego, o que significa que ele é um semideus, assim como os heróis da mitologia grega!!! A partir daí ele é sugado pro meio de um furacão de acontecimentos onde ele precisa provar sua inocência perante o todo poderoso Zeus e ainda evitar que uma Terceira Guerra Mundial aconteça entre os três grandes deuses do Olimpo.

Tanto naquela época quanto nessa última leitura eu fico impressionada/angustiada por ver crianças de 12 anos tendo que segurar uma marimba dessas, cruzar o país e tentar salvar o mundo. O Percy era só um garoto, mas teve que se virar sozinho e tomar decisões que até mesmo um adulto maduro sentiria dificuldades. Quando eu penso sobre isso fico triste, mas durante a leitura você nem sente tanto porque é o que eu falei lá no meu post sobre o Tio Rick: a escrita é muito leve. Você sabe que a situação é bem merda, ele deixa claro, mas você embarca na história com tudo e ainda se diverte.

Além do mais, eu tinha me esquecido da quantidade de suspense e plot twists que a saga tem desde já. O melhor é que são realmente surpreendentes, não dá pra imaginar o desenrolar das coisas não HAHAHAHAHAHA e eu como amante de um bom suspense sempre achei ÓTIMO. Também não posso deixar de comentar sobre as adaptações dos mitos que são tão criativas e divertidas que nossa, só tenho vontade de berrar com os feelings.

ESSA GAROTINHA SOU EU HFSUIDHIDSHFIDSHFISH
Agora, algo que eu não tinha percebido na época e que eu achei lindo na última leitura é a postura da Sally, a mãe do Percy. Depois que comecei a me desconstruir e a problematizar passei a ver coisas decepcionantes nas minhas histórias favoritas e durante essa releitura eu tive medo de que o mesmo acontecesse. Porém para a minha alegria não achei nada grave. É claro que tem uma ou outra coisa, mas é a narrativa de um garoto de DOZE anos, então ele ainda tem muito resquícios daquela coisa de criança de chamar os outros de feio, de considerar meninas chatas, etc. Aí eis que chego no final do livro e tals, Percy está conversando com a mãe sobre o padrasto nojento e ela solta essa:

"- Eu acho que você sabe, Percy, eu acho que é parecido o bastante comigo para entender. Se é para a minha vida ter algum significado, tenho de vivê-la eu mesma. Não posso deixar que um deus cuide de mim... ou o meu filho. Eu preciso... encontrar a coragem sozinha. A sua missão me fez lembrar disso."

E aí no final da cena, Percy também se dá conta disso:

"- Ei Sally! - berrou ele - E aquele bolo de carne, heim? 

Uma expressão de raiva, dura como aço, brilhou nos olhos da minha mãe, e eu pensei, quem sabe, talvez eu a estivesse deixando em boas mãos afinal. As dela mesma."


Eu berrava enquanto lia como se fosse a primeira vez HAHAHAHAHAHAH.

Então acho que a essa altura já mostrei que essa coisa maravilhosa merece ser lida, que meus medos foram infundados e que aquela adaptação horrorosa pro cinema só é ~legal~ se ignorar totalmente a existência do livro. Sério, até o Rick odeia essa merda.


Nota:


DEPOIS DE TODOS ESSES ANOS?
SIM


Ficha Técnica


                        

Aquele momento em que um livro tem TRÊS CAPAS DIFERENTES


- Autor: Rick Riordan
- Editora: Intrínseca
- À venda em: SaraivaAmazon , Livraria CulturaSubmarino.

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