Jonathan Tadeu é um dos expoentes da música independente de Belo Horizonte, de onde ultimamente anda saindo muita, muita coisa legal, como El Toro Fuerte, Fábio de Carvalho, Paola Rodrigues, Sentidor, Young Lights, Lupe de Lupe, esse último o próprio Jonathan já foi integrante, além de Quase Coadjuvante também.
Suas músicas tem uma vibe meio introspectiva, não é tanto pra tocar numa social (embora eu já tenha feito and I regret nothing), mas talvez pra aproveitar uma tarde nublada, enroladinho num cobertor, pensando na vida.
Seu lançamento mais recente é o disco Queda Livre, lançado em 2016. Ele também tem o Casa Vazia, que foi lançado em 2015. Ele tem influências como Elliot Smith, Nick Drake, Cat Power e Sparklehouse.
Seguem nossas já conhecidas perguntas pra ele.
1 - Como você definiria sua música para alguém que nunca ouviu?
A pergunta mais difícil do mundo. Da última vez que me perguntaram eu respondi que era um rock alternativo leve, meio lento, meio triste. Acho que é por aí, né?
2 - Dentre as suas músicas, qual sua favorita?
Queda Livre, disparado! Fiquei muito orgulhoso quando ouvi ela pronta pela primeira vez. Acho que é a minha canção emo definitiva. Eu nem tô usando guitarra pra compor o disco novo porque acho que já deu de coisa emo.
3 - Como você escolheu os músicos com quem tocar?
O João Carvalho (Sentidor/ El Toro Fuerte), Fernando Motta e o Gabriel (El Toro Fuerte) estão sempre próximos de mim. O João me acompanha desde o primeiro disco, o Nando foi o cara que ouviu as primeiras demos, então naturalmente eles acabaram me acompanhando na hora dos shows também.
4 - Como foi o processo de definir a sua identidade sonora?
Eu não tenho muito disso. Eu só saio compondo as coisas e depois gravo. Minha única preocupação é quanto ao discurso do disco, qual será o tema principal. Mas até isso acontece de forma natural, não é muito premeditado. Por exemplo, o Queda Livre é um disco mais rock do que o Casa Vazia, no entanto, o próximo disco não vai ter quase nada parecido com eles. É só uma coisa de ser livre pra compor dentro dos estilos que me influenciam. E aí entra emo, R&B, rock noventista, rap, música eletrônica. O que sair é isso mesmo.
5 - Uma lembrança querida da carreira?
O show no Festival Transborda aqui de BH. Tocamos no viaduto Santa Tereza, templo do Hip Hop, para mais de mil pessoas. Foi surreal.
6 - Qual você acha que é a maior dificuldade do cenário musical brasileiro atualmente?
Dinheiro. Sempre dinheiro. É difícil fazer arte aqui. Nós não gastamos grana com música, pelo menos não como as pessoas gastam la fora. Gravar disco, divulgar e dar turnês sem 1 centavo de incentivo não é pra qualquer um. A maioria das bandas acaba depois de uns 2, 3 anos e isso é bem triste.
O bom é que as coisas estão começando a mudar, graças aos esquemas de financiamento coletivo.
7 - Uma banda nacional que você acha que todos deveriam ouvir?
Ano passado saiu muita muita muita coisa boa. Recomendo demais o último EP da Paola Rodrigues, I Wi-Fi, o primeiro disco da Quarup, e o EP do Lvcasu.
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