Guerra dos Mundos é um livro sobre alienígenas invadindo o mundo, mais precisamente a Inglaterra, porque em 1898 quando o livro foi publicado pela primeira vez, acho que dava pra acreditar um pouco que isso era verdade. E por que eu queria ler esse livro além do óbvio de ALIENÍGENAS!!!?

A primeira é que o livro é do H.G. Wells, e você não fala sobre ficção científica sem ouvir o nome do autor. E mesmo que eu não goste muito de ler livros antigos, eu ainda quero porque acho que é importante como bagagem literária.

O segundo é que esse livro tem uma história engraçada. Uns anos depois de ser lançado, Orson Welles fez uma dramatização pra rádio de Guerra dos Mundos - e as pessoas que ouviram, acharam que o mundo tava mesmo sendo invadido por alienígenas!!!! Imagina que tu liga o rádio de manhã e, boom, ELES ESTÃO CHEGANDO! OS ALIENÍGENAS! ELES ESTÃO AQUI!

Só sei que isso causou um pânico nos Estados Unidos, e teve gente até ligando pra rádio pra se alistar e lutar contra os alienígenas.

Acho que deve ter ajudado que o rádio ainda era algo mais recente na época, então acho que deve ter sido o relativo a tio que clica em propaganda spam que sai abrindo achando que é verdade. Só que em escala maior. E com pânico.

Desde então eu tive uma curiosidade maior.

Nada disso me fez ler, na verdade. Até que a Suma das Letras lançou essa edição nova e eu "quer saber? vou pedir pra ler."

O livro chegou e: eu não tinha muita vontade de ler, mas peguei e comecei mesmo assim. Minha primeira surpresa foi descobrir que o livro é de 1898. Eu tinha assistido o filme "recente" baseado no livro, Guerra dos Mundos, e por ser uma modernização, eu pensei que a história era beeem mais recente.

E isso acabou sendo uma das coisas mais legais do livro: ver uma história de ficção científica que se passa no passado.

Depois de ler Guerra dos Mundos, eu descobri que esse é considerado o primeiro livro de invasão alienígena escrito!! Reflita que esse é um conceito que eles nem tinham, enquanto a gente já é abarrotado desse tipo de história. Até Supergirl é uma variação desse conceito. (na época, super-heróis não existiam também...)

Então eu imagino que deve ter sido sinistro ler um livro como Guerra dos Mundos antigamente. Enquanto agora... não é muito além do que o que a gente já viu mil vezes.

É uma história até bem simples.

O protagonista vivendo a vidinha dele (um filósofo. escritor. curiosamente parecido com o próprio H.G. Wells...), e aí cai um cilindro com alienígenas perto da casa dele, e os bichos matam todo mundo e o pânico começa a se espalhar, alcança todo o país, as pessoas correm para todos os lados e depois de dias precisam lidar com sobrevivência, passar longe dos alienígenas, encontrar comida, lidar com outros sobreviventes... e aí a solução. Tudo retorna ao normal. Pronto, livro acabou.

Não tem nem 300 páginas.

o livro tem ilustrações

Então a melhor parte pra mim mesmo foi ver esses conceitos com os quais eu estou acostumada, mas há um século - quando não existia nem rádio, quando as pessoas andavam de charrete e até o governo funcionava diferente. Além disso, foi antes das guerras mundiais acontecerem, e ele trata Londres como se fosse o mundo inteiro (o que os americanos fazem agora HUAHAUH).

Maaaaaas depois de algumas páginas, quando a invasão realmente começa, eu comecei a ficar curiosa pra ver o que aconteceria, e aí ler o resto foi fácil.

No geral, ler Guerra dos Mundos foi bem mais rápido e interessante do que eu imaginava. É uma leitura que eu estou feliz de ter feito.

E pra completar, essa edição em capa dura de Guerra dos Mundos que a Suma das Letras lançou agora vem com ilustrações, duas introduções e uma entrevista com o autor no final. Só li a primeira introdução, e foi legal saber um pouco mais sobre a época.

duas coisas boas: quando o livro é legal E a capa é legal