Ariel Carvalho CCMúsica

Notas Brasileiras #19 - Cosmos Amantes

26.11.16Ariel Carvalho


Vocês lembram da Séculos Apaixonados? Pois é, foi por causa de um show dela que acabei conhecendo a Cosmos Amantes. Eles iam fazer um showzinho bem íntimo no Rio, dividindo a noite com a Cosmos Amantes, e ouvi a banda para poder me preparar.


A Cosmos Amantes é bem louca, e digo isso como elogio. O som é psicodélico e delicioso de ouvir (ao vivo, então, é melhor ainda). Eles tocam o tipo de música que eu colocaria como trilha sonora de várias coisas na minha vida.

Vale a pena dar uma ouvida com carinho nesse pessoal.

O que ouvir? Canto do Mar, Mantra da Sereia do Lago Sereno.

A Clara Cosentino respondeu às perguntas de sempre:

Como você definiria sua música para alguém que nunca ouviu?
Tudo começou com papos sobre space rock tupiniquim numa mesa de bar na Rua do Ouvidor, num jazz perdido semanal. E então veio o encontro desses devaneios com o universo lo-fi de um reduto chamado Escritório. 2 cariocas, 3 brasilienses, o Centro, e muito amor pra dar.  


Dentre as suas músicas, qual sua favorita?
Canto do Mar ❤


Como a banda se juntou?
Eu e o Lê sentados numa mesa de bar. Nada teria rolado se não fosse o Gui, porque um dia ele me levou no Escritório. Falamos muito sobre free jazz e bandas tipo Velvet, Sonic Youth e sei lá, Ty Segall. Na terceira vez que o a conversa foi pro mesmo caminho a gente se olhou meio sinfônicos e falou: bora montar uma banda? Já era o meu sonho de sempre, e esse encontro tava transformando minha cabeça musicalmente falando, daí sabíamos que seria assim, e que precisávamos de batera e synth além do Gui no baixo.


Como foi o processo de definir a sua identidade sonora?
Foi tudo muito orgânico. A gente nunca falou sobre isso. A primeira vez que tocamos para um público, numa 'sessão aberta’  no ano passado, nem tínhamos batera. Era só eu Poli, Lê e Gui. No meio do show o Vini surgiu como um anjo do lado da batera, tocou e nunca mais saiu dela. Toda a sincronicidade do encontro foi muito perfeita, risos.


Uma lembrança querida da carreira?
Muitas. Mas teve um dia que fizemos 2 shows. O primeiro foi no Parque Lage, depois a gente foi correndo, com todos equipamentos pro Escritório. Estávamos muito exaustos e também eufóricos, por termos tocado num lugar tão forte pro Rio de Janeiro, debaixo daquela floresta, cenário de tantas coisas. Então o segundo show comemorou o primeiro, foi um dia muito bom.


Qual você acha que é a maior dificuldade do cenário musical brasileiro atualmente?
Tenho sido positiva em relação ao cenário, tem muita banda boa rolando. Mas acho que uma dificuldade geral é conseguir ocupar as ruas, os espaços públicos, encontrar relação entre a música e as políticas públicas, etc. Dificuldade em vencer os problemas da própria cidade, dificuldade em juntar as forças, sabe?


Uma banda nacional que você acha que todos deveriam ouvir?
Hierofante Púrpura.


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