Ariel Carvalho CCIndicação

Notas Brasileiras #17 - Hell Oh

3.11.16Ariel Carvalho


Quem acompanha o CC no twitter viu quando eu fiz propaganda do Vaca Amarela, festival goiano que veio pro Rio para uma edição olímpica e gratuita.


O festival, lindo, teve Baleia, Carne Doce e Deize Tigrona, que eu já conhecia, e muitas outras bandas que eu nem fazia ideia de que existiam (foram 6 horas de shows nacionais, em dois palcos diferentes).

A Hell Oh eu conhecia de nome, mas nunca tinha escutado com atenção. O show dos caras foi maravilhoso, eu me peguei dançando louca com as músicas e pensando "nossa, isso é tão bom que parece Artic Monkeys misturado com Smiths".

Depois foi que descobri que a banda era de Lumiar (um lugar que amo, aliás), no Rio, e que era formada por Raphael Heiderich, Maycon Rocha, João Curvello e Vinicius Amorim. Eles acabaram de lançar música nova e, se me perguntarem, acho que ainda vão muito longe.


Onde ouvir? https://soundcloud.com/hell-oh-1

O que ouvir? Hell Oh, Blush, Way Out

Como você definiria sua música para alguém que nunca ouviu?
Essa pergunta é complicada, pois até hoje nós mesmos estamos tentando definir nossa música rs. Mas, digamos que a gente encontre alguém que acabou de entrar em um ônibus que está partindo e a pessoa pergunta lá de dentro: fala aí qual é o som da sua banda! Acho que todos vão gritar de volta: "É rock!"

Dentre as suas músicas, qual sua favorita?
É difícil escolher qual música que fizemos é a preferida. É como perguntar a alguém que tem mais de um filho qual é o preferido. Cada uma tem sua história, seu momento. Geralmente a ideia é que a melhor é a que está por vir hehe. Então, digamos que a preferida do momento é a que estamos prestes a lançar.

Como a banda se juntou?
Todos já fazíamos parte da cena musical de Nova Friburgo e alguns de nós já tínhamos bandas anteriores em comum. Vinicius e Maycon, que estavam em outros estados, voltaram a cidade e iniciaram o projeto, convidando Rapha e Tulio (primeiro baterista). Os ensaios tomaram forma e em pouco tempo gravamos nosso primeiro EP. Em 2016 João, que também fez parte de algumas bandas friburguenses, entra para assumir as baquetas. Tamo aí!



Como foi o processo de definir a sua identidade sonora?
O processo é o movimento, não termina nunca hehe. Ao mesmo tempo nunca existiu uma preocupação em definir uma identidade. A banda é uma junção da identidade e das referências de cada integrante. De certa forma todos temos referências e gostos diversos, apesar dos quatro terem frequentado a escola do rock.

Uma lembrança querida da carreira?
Ter aberto o show do Marky Ramone no Circo Voador. Nunca imaginamos a possibilidade de abrir um show de um Ramone, ainda mais sendo escolhido pelo próprio, além de tocar no circo, sonho de todo músico brasileiro que se preze.

Qual você acha que é a maior dificuldade do cenário musical brasileiro atualmente?
A maior dificuldade é conseguir fazer música autoral e conseguir se sustentar com isso. A falta de valorização e incentivo, tanto por parte do governo como das casas de show é o que mais impede o crescimento da música autoral independente no Brasil. A falta de profissionalismo e união entre as bandas também é um agravante.

Uma banda nacional que você acha que todos deveriam ouvir?
Boogarins [MELHOR BANDA SIM]. Uma banda foda de Goiânia que está ganhando o mundo. Se você ainda não conhece, sem dúvidas que deve ouvir.


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