Hoje eu acordei com uma dor no peito, mas para ser sincera, já estava melancólica a semana toda, acho que estava me preparando para o dia 11 de outubro. Eu não tenho ideia do que fazia nesse dia 20 anos atrás, provavelmente uma das alternativas entre dormir, brincar ou assistir televisão, mas se eu soubesse como anos depois esse dia ia passar a ter uma significância (?) pra mim, teria preparado algo, uma homenagem, desenho...qualquer coisa que preenchesse esse vazio que 11 de outubro se tornou.

Eu não conheci o Renato Manfredini Júnior, não faço a mínima ideia de quem era o homem por trás do cantor, do artista, mas as letras dele me permitiu algo mais emocionante do que conhecê-lo, permitiu que eu me conhecesse um pouquinho, que eu me sentisse parte de algo, me sentisse compreendida ou ao menos que eu não me sentisse sozinha. 

Eu ia escrever um post hoje, pedi que deixassem a agenda livre para isso. Puxa, 20 anos da morte do Renato Russo merecia alguma coisa, mas eu sentei para escrever e tava difícil, muito deprê e pra baixo, então dois parágrafos é o que temos pra hoje: não passou em branco, foi lembrado.

Já que você não está aqui

O que posso fazer

É cuidar de mim

Eu nem sei porque

Me sinto assim

Vem de repente um anjo

Triste perto de mim

Hoje não estava nada bem

Mas a tempestade me distrai

Gosto dos pingos de chuva

Dos relâmpagos e dos trovões

Hoje à tarde foi um dia bom

Quando me lembro de você

Que acabou indo embora

Cedo demais

E quando você voltar

Tranque o portão

Feche as janelas

Apague a luz

E nossa história não estará pelo avesso

Assim, sem final feliz

Teremos coisas bonitas pra contar