Ariel Carvalho CCdiário

A banda da vida

8.9.16Ariel Carvalho


Há um tempinho, falei sobre Roadies, e sobre como eu estava amando a série. A primeira temporada acabou agora, e o criador, Cameron Crowe, ainda não deu notícias se ela volta ou não para uma segunda, mas eu estou torcendo MUITO para ela voltar.

Dentre as muitas coisas maravilhosas que aconteceram nessa série, a que mais me marcou aconteceu no episódio 7. Eis que todos os roadies estão sentados no trailer, ouvindo o querido da equipe, Phil. Até que alguém pergunta: “qual é a sua banda?”, e Phil responde “você não escolhe, é ela que te escolhe”.


Fiquei pensando nisso por muito tempo. Mesmo não sendo roadie, a música sempre teve um papel importante na minha vida, e meus amigos costumam brincar que eu sou fã de milhares de bandas diferentes, o que é verdade. Mas e então, qual seria a minha banda? Aquela que mudou minha vida?

Para contar essa história, eu tenho que fazer como o Phil e voltar no tempo. Quando eu tinha uns 8, 9 anos, eu tinha um melhor amigo que era meu vizinho. Na época, eu era daquelas meninas que dançavam Rouge e amavam Sandy & Junior, e ele – mais novo do que eu por um ano – tinha um gosto super sofisticado e ouvia várias bandas “de adulto”, incluindo Beatles.

Minha madrinha era fã de Beatles e meu pai ouvia casualmente, mas meu primeiro contato real foi através desse amigo. Ele tinha um LP de A Hard Day's Night e sempre colocava para tocar quando íamos brincar de alguma coisa mais quieta. Eu achava muito maduro, muito adulto, e gostava das músicas.


Por influência do meu pai, eu conhecia um pouco a carreira solo do Paul McCartney e, justamente por isso, resolvi assistir um especial que o Multishow estava fazendo sobre os Beatles. O especial durava uma semana, com exibição de documentários, filmes e shows. Foi uma semana deliciosa, e a cada nova informação que eu absorvia sobre os Beatles, eu me apaixonava um pouco mais. O ápice veio com a exibição de “Help!”: era uma comédia muito diferente do que eu costumava ver, muito engraçada e eu me apaixonei. Depois desses dias, baixei toda a discografia da banda, vi dois filmes sobre a vida e a carreira dos Beatles, comecei a pesquisar mais sobre eles.

Não sei exatamente quando ou como, mas virei fã do quarteto de Liverpool de uma forma que eu nunca fora fã de nada na vida (só tive um gostinho parecido com os Jonas Brothers, mas não da mesma forma). Em menos de um ano, eu sabia toda a história da banda, desde quando ainda era Quarrymen até o momento em que John foi assassinado por um fã.


Nos anos seguintes, eu só aprendi mais sobre eles, individualmente e como grupo. Quando chegou a hora de fazer minha primeira tatuagem, eu não tive dúvida alguma: tinha que ser algo relacionado ao George Harrison (meu Beatle favorito). Um ano depois da tatuagem, fui eu pro show do Paul chorar horrores com ele cantando Here Comes The Sun.

Desde que conheci o trabalho dos Beatles, virei fã de muitas outras bandas, e mais duas ganharam espaço na minha pele, mas é diferente, sabe? A sua banda não é necessariamente aquela que te salvou de alguma coisa, nem aquela que você conhece há mais tempo, mas sim aquela que você responde, sem hesitar, quando perguntam qual é a sua banda favorita.

Phil disse que é a sua banda que te escolhe, e eu concordo. Os Beatles encontraram muitas maneiras de chegarem até mim, e insistiram até se tornarem a minha banda.


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