Era uma segunda-feira, primeira sessão do dia, sete pessoas na sala de cinema (contando com o senhor que eu sempre encontro nas salas de cinema em dias de semana no primeiro horário do dia), a rádio cinépolis tocando aquelas mesmas músicas que eu já tô cansado de ouvir e pensar que quando chegar em casa vou procurar, mas nunca fazer isso. Nesse momento, eu não tinha a mínima ideia do que ia sentir assistindo esse filme.
Depois da eterna espera pelas luzes diminuírem e a mais eterna ainda espera pelos trailers, o filme, finalmente, ia começar.
Uma tela preta, então ondas quebrando na areia e a percepção repentina que aqueles gráficos não pareciam nada com os gráficos da animação de Procurando Dory. Até eu perceber que aquele deveria ser o tão falado curta da Pixar que iria anteceder o filme. Até eu ser surpreendido pelo curta-metragem da mais fofa ave e chegar até a pensar, durante seus créditos, que eu podia sair daquela sala naquele momento que a satisfação por ter conhecido a história de Piper teria valido meu ingresso.
E o sentimento de satisfação que só crescia a cada cena do tão aguardado filme.
Dory sempre foi minha personagem favorita de Procurando Nemo e somente a ideia de ter um filme sobre a história dela e suas raízes já me fazia criar grandes expectativas. Mal sabia que todas elas seriam superadas e eu estaria assistindo um filme nada previsível.
Logo no início do filme vemos uma mini Dory toda fofa junto a seus pais. E logo no início já percebe-se que toda a história do filme vai girar em torno da sua perda de memória recente.
Um ano após os acontecimentos de Procurando Nemo, encontramos uma Dory vivendo junto de Marlin e seu filho Nemo. Mas também, encontramos uma Dory que se lembra. Depois de ser questionada sobre seus pais, Dory começa a ter flashs de seu passado.
E é aqui que sua jornada em busca do passado começa. Guiada por sua memória e, após um pequeno infortúnio, levada até o Instituto de Vida Marinha, Dory começa a se lembrar de detalhes que sempre estiveram em sua memória mas que ela nunca se recordou.
Com o passar do filme, todas as peças de quem é Dory e das experiências que essa personagem maluquinha que sempre se esquece passou vão se encaixando pouco a pouco provando que nossas experiências passadas são extremamente importantes para a formação de quem somos.
Na jornada ela encontra amigos, como o polvo Hank, a tubarão baleia míope Destiny e o beluga inseguro que não consegue usar seu maior dom. Todos eles muito semelhantes à Dory por possuírem limitações.
Procurando Dory é muito mais que uma animação para crianças. É um suspiro de nostalgia de quem cresceu assistindo Procurando Nemo. É sobre família e essa não ser apenas aquela em que nós nascemos. É sobre enfrentar e superar suas limitações e não deixá-las te reprimirem. Procurando Dory é muito mais que uma continuação de Procurando Nemo.
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