Meu relacionamento com o Porta dos Fundos é bem complicado: às vezes, eu amo muito; às vezes, eu odeio com todas as minhas forças.
Como a maior parte das coisas de humor, não é sempre que o Porta dos Fundos acerta. Alguns vídeos do canal são espetaculares, com um humor ácido e inteligente, enquanto outros são extremamente fúteis ou problemáticos.
Eu queria ver o filme do Porta por culpa da promoção, que foi ótima, e também porque o filme estava para sair há tempos. Os esquetes pareciam funcionar, mas será que eles tinham fôlego para mais de uma hora de duração? A série " O Grande González", lançada esse ano por eles, não me agradou, e eu comecei a ficar com sérias dúvidas a respeito do longa metragem. Mas fui ao cinema mesmo assim, esperando me surpreender de forma positiva.
Mas não rolou.
As cenas são bem bonitas, o filme é extremamente bem feito, elaborado, e você percebe todo o cuidado com cada detalhe. A cenografia é ótima, os planos são bem legais, a fotografia é show. O Ian está de parabéns. Mas o roteiro...
Além de cair nas piadas recorrentes e clichês do Porta, tem alguns problemas graves (que eu não posso contar porque spoilers, mas vocês vão ver quando assistirem). Os atores não têm muita voz, e acabam interpretando personagens muito bidimensionais, com as quais é difícil se relacionar ou criar empatia.
Parece mais um filme do Gregorio, do Fábio e do Ian do que um filme do Porta dos Fundos. Uma outra crítica é que nossa, quanto homem! As únicas mulheres no filme são a Thati Lopes e a Júlia Rabello, e as duas esbarram em clichês horrorosos. Thati faz a "mulher beleza", que só se preocupa com a sua aparência, e Júlia interpreta uma durona - reprisando o papel da preparadora de elenco. É interessante, porque Clarice Falcão falou da questão do machismo no Porta, em uma entrevista desse ano.
Os únicos que se destacam, por terem mais espaço e mais cenas, são o Fábio Porchat e o Gregorio Duvivier. E mesmo suas personagens são fracas e muito caricatas. A sensação que ficava, em muitos momentos, era a de que estavam tentando recriar algo de outras pessoas - Monty Python, principalmente.
Para mim, as únicas coisas que valem a pena são a atuação MARAVILHOSA do Totoro e as participações especiais. De resto, é bastante previsível, meio sem sal, meio entediante. Era melhor ter ficado na internet.
Nota:
2,5 conversinhas. Melhorem no próximo, por favor |
TAGS:
CCFilmes,
CCResenhas,
comédia,
contrato vitalício,
fábio porchat,
Gregorio Duvivier,
ian sbf,
Júlia Rabello,
porta dos fundos,
Thati Lopes,
totoro
0 comentários