A primeira vez que eu ouvi falar de Persépolis foi através de uma amiga que tinha acabado de ler, e adorado. Não sou lá muito interessada em quadrinhos, mas quando ela narrou tudo o que ela descobriu sobre o Irã e o Oriente Médio só de ler essa graphic novel eu definitivamente fiquei muito interessada.
Vamos admitir: não sabemos quase nada de lá. E eu, particularmente tinha meus conhecimentos limitados ao presidente Mahmoud Ahmadinejad, burcas, produção de energia nuclear e a eterna dúvida:::: porque diabos cismam tanto com o Irã? Com Persépolis, eu passei a conhecer um pouco da história desse país (e tive a pergunta respondida), das caralhadas de conflitos que rolaram lá e nos países da região e das mudanças que ocorreram no país e impactaram a vida da Marjane e a sua família.
Uma das coisas mais marcantes na graphic novel é que a Marjane consegue trazer leveza às coisas, porque olha....vou te dizer....aconteceram umas paradas bem horrorosas. Eu passei a história inteira morrendo de medo que os pais dela morressem ou coisa assim, inclusive, porque as coisas lá vão de mal a pior. E o mais triste é que não era assim.
É muita história política pra contar aqui e eu prefiro que você aí que está lendo essa resenha descubra com a história (porque é bem didático), mas resumindo: tinha um governo marromenos no poder, o povo ficou puto, houve uma revolução e aí um pessoal mega tradicionalista entrou no poder. Foi aí que foi instaurada a obrigatoriedade do véu pras mulheres, foram proibidos qualquer tipo de jogo (até baralho!!), bebidas alcoolicas, etc. A família da Marjane sempre foi ultra politizada, então eles iam em manifestações, debatiam política, mesmo com toda a repressão que foi piorando aos poucos.
Enquanto isso né, a Marji foi crescendo. Essas tretas todas começaram quando ela tinha 10 anos e me deu uma dor no coração de ver uma criança tendo que assimilar várias merdas, ao mesmo tempo em que a vida continua, né. Aí vem a segunda coisa que achei mais marcante: os mini atos de rebelião. Noites de carteado, festas escondidas nas casas, uma maquiagem daqui, um tênis da nike dali...o ser humano sempre encontra uma forma de fazer resistência à opressão. por menor que ela seja.
A moça em questão e seu amado cigarro |
Acho que Persépolis devia ser lido por todo mundo, não só pra conhecer o que as pessoas que viveram no Irã naquela época passaram, como também pra desfazer esse estereótipo que o ocidente tem do oriente médio. Foi muito engraçado ver a Marji toda louca por punk, as várias referências pop foram o máximo, assim como ver ela tendo aquelas crises de adolescente que basicamente TODO MUNDO, mas o que eu mais adorei foi ver o amor que ela tem pelo o Irã. Esse país tem uma história e uma cultura incríveis, só foi muito mal-tratado pelas inúmeras invasões, guerras e regimes opressivos.
Nota:
Essa é daquelas histórias que você devora em horas |
Ficha Técnica
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1 comentários
vou ler!!
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