Dia dos namorados chegando, todas as propagandas voltadas para isso, as lojas com as ofertas a mil, aquele sentimento de "merda, mais um 12 de junho sozinho" e eis que encontro um vídeo no youtube sobre as chamadas "mulheres sobra". Ao que parece, na China, mulheres com mais de 25 anos que não casaram recebem esse estigma, há toda uma pressão social, familiar e governamental em relação ao matrimônio.
O vídeo foca nas mulheres que estão sobrando, nas expetativas dos pais e na segregação social, mas deu a entender que os homens chineses também passam por essa pressão, não sei em que medida e se na mesma proporção. Porém, de uma coisa eu sei: mesmo se passando na China, mesmo que no Brasil não tenhamos nenhum "sobra", mesmo que nossos políticos não estejam preocupados com nosso estado civil, será realmente que essa realidade está tão longe de nós? Os termos "ficar para titia", "encalhado", "solteirona" parecem dizer o contrário.
Veja bem, eu adoro casamentos, são lindos. Eu vejo programas sobre casamentos. Eu não sou nada contra a relacionamentos amorosos, eu tive os meus e até já usei sites de encontros. Eu adoro receber presentes no dia dos namorados (e em qualquer outro dia também, gosto de presentes e pronto). Eu até faço bolo no dia 12 de junho (tudo bem que é por causa do aniversário da minha sobrinha, mas faço). A questão não é o casamento/relacionamentos, a questão é a obrigação, a ideia distorcida de que você só será feliz e realizado se tiver casado, e deixa eu falar China, você tá enganada.
O ano é 2016 e, na China, mulheres com mais de 25 anos que ainda não se casaram são consideradas "sobras" na sociedade. E nem precisamos ir muito longe pra saber que essa realidade se aplica para muitas outras mulheres, já que mesmo indiretamente ou de forma mascarada, recebemos essa pressão da sociedade.
Para mim, esse vídeo disse algo que a gente já devia ter aprendido faz tempo: quem é dono da nossa história somos nós, a nossa felicidade não precisa de ninguém para existir (alguém pode no máximo compartilhá-la conosco), e que por mais difícil que seja, lutar por nós mesmos nunca será em vão. Infelizmente nem sempre venceremos, mas a perda não será realmente uma perda uma vez que suas chamas já se espalharam por aí.
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Taiany Araujo
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