#PrayForOrlando
CCSociedade
O que você tem que saber sobre o massacre de Orlando
13.6.16Dana Martins
Uma explicação simples e direta de tudo o que aconteceu no Massacre LGBT+ em Orlando, e por que isso é importante.
Ontem eu tava aqui vivendo a minha vida, e como nos últimos meses minhas redes sociais são 99% pessoas LGBT+ de várias partes do mundo, eu comecei a ver o #PrayforOrlando e informações sobre o que aconteceu em Orlando se espalharem. No início eu não dei muita atenção e até deixei de lado (não preciso de tragédia na minha vida vlw flw), mas assim como todas as coisas importantes que acontecem no mundo: chegou um ponto em que não dava pra escapar.
Ontem eu tava aqui vivendo a minha vida, e como nos últimos meses minhas redes sociais são 99% pessoas LGBT+ de várias partes do mundo, eu comecei a ver o #PrayforOrlando e informações sobre o que aconteceu em Orlando se espalharem. No início eu não dei muita atenção e até deixei de lado (não preciso de tragédia na minha vida vlw flw), mas assim como todas as coisas importantes que acontecem no mundo: chegou um ponto em que não dava pra escapar.
Então lá fui eu: O que aconteceu? #PrayForOrlando por quê?
Nesse domingo (12 de junho) lá em Orlando, na Flórida, houve um massacre em uma boate LGBT+, onde um cara sozinho atirou em 103 pessoas.
Algumas informações:
- - O nome do assassino é Omar Mateen
- - Ele invadiu uma boate LGBT+ chamada Pulse
- - Ele agiu sozinho, tava organizado e bem preparado (ou seja, ele foi lá com a intenção de atacar)
- - O ocorrido durou 3 horas, nas quais as pessoas ficaram presas dentro da boate com Omar, e terminou quando a polícia matou ele
- - 50 pessoas foram confirmadas mortas, 53 feridas
LADO 1- Assassinato em massa de pessoas LGBT+
- - O massacre ocorreu na Pulse, uma boate LGBT+ que estava tendo uma noite especial latina
- - Junho é o mês do Orgulho LGBT+, e ao redor do mundo e nos Estados Unidos estão acontecendo diversos eventos, como paradas LGBT+, para celebrar a comunidade
- - O pai de Omar declarou que "não tem nada a ver com religião", e que o filho era homofóbico e estava irritado depois de ver 2 homens se beijando em Miami recentemente
- - No mesmo domingo, houve um alerta de ameaça na Parada LGBT+ de Los Angeles
LADO 2- "Não teve nada a ver com religião"
O caso ainda tá sendo investigado, mas:
- - Omar é um cidadão americano, descendente de uma família afegã, e por isso algumas pessoas estão relacionando com religião
- - Segundo essa matéria, Omar ligou para o 911 para dizer que é fiel ao Estado Islâmico, mas até o momento não tem nenhuma confirmação de que o Estado Islâmico fez isso
- - A ex-mulher dele, que separou porque Omar era abusivo, disse que ele não era religioso
- - O pai dele declarou que a motivação não foi religiosa e que o filho não era religioso
- - No Estados Unidos, a perseguição de pessoas muçulmanas desde o 11 de setembro é muito forte, e a vilanização desse grupo na mídia tem profundas consequências. Ver: Jovem muçulmano é detido nos EUA por confundirem relógio com bomba
- - Esse é maior ato de terrorismo no país desde 11 de setembro (ataque das torres gêmeas)
- A mídia tem focado só nisso como questão religiosa, e tem causado revolta tanto de muçulmanos quanto da comunidade LGBT+
Ou seja, o fato é que não tem nenhuma confirmação da intenção de Omar Mateen, ele pode ser só uma americano homofóbico ou ter qualquer outra motivação, como nos 372 tiroteio em massa que aconteceram nos Estados Unidos em 2015. Mas o fato de já existir o preconceito com muçulmanos e ele ser descendente de afegãos faz as pessoas focarem nisso.
(fonte)
Terrel: Tem uma questão racial CLARA na forma como Dylann Roof [homem branco que fez o massacre em Charleston] e Omar Mateen são ou não rotulados terroristas
BlackGirlNeds: É muito claro. Além disso ninguém questionou as crenças religiosas do Dylann
LADO 3- Assassinatos em massa nos EUA
+ leis sobre armas
- - Esse é o maior tiroteio em massa ocorrido nos Estados Unidos (o com mais mortes)
- - Nos Estados Unidos existe uma longa discussão sobre o proibição do uso de armas, mas continua sendo liberado
- - O número de tiroteios assim nos EUA é gigante, por referência:
Esse é o número de vezes só NESSE ANO que uma pessoa com arma saiu atirando em todo mundo porque queria |
- - No dia anterior, 11 de junho, a cantora Christina Grimmie (ex-The Voice) foi assassinada nos EUA enquanto dava autógrafo para os fãs, o que também coloca em pauta o policiamento de armas
O Massacre de Orlando foi uma tragédia, um atentado terrorista, uma marca na História de que o medo existe e está aqui.
Ele é ainda mais interessante, porque ele mistura diversas questões importantes - homofobia, racismo, os conflitos de religião, a questão do uso de arma e a mídia manipulando informação. Não é uma só coisa, são diversas camadas coexistindo.
Não apague uma parte da realidade.
Não apague uma parte da realidade.
LADO 4- A homofobia é tanta que até quando a comunidade LGBT+ sofre um atentado as pessoas querem ignorar que elas eram LGBT+
E mais importante: não fale acima de uma comunidade atingida achando que você sabe mais se elas foram ou não atacadas
Isso não é sobre pessoas. É sobre um grupo constantemente perseguido que em Orlando, em um ato extremo, foi vítima de um assassinato em massa pelo fato de serem LGBT+.
Homofobia mata todos os dias, mas parece que, igual ao caso do estupro coletivo, é preciso um massacre pra que as pessoas enxerguem isso.— Paola. (@coffeeandpaper) June 12, 2016
Ontem eu vi o medo na comunidade LGBT+. Eu vi as pessoas chorando. Eu vi as pessoas sem esperança. Eu vi o desespero e a raiva. Não assuma que você sabe dizer o que é o real na vida delas.
"Tentem ver só como pessoas! Pessoas morreram! Pessoas!" Pessoas que morreram porque elas eram LGBT+.
E mesmo se não fosse por isso, aconteceu com uma comunidade que já é perseguida na realidade e é fragilizada com esse tipo de medo.
E qual o problema de focar no fato de que elas são gays?
Por que você tem que ir contra isso?
Tradução: As pessoas estão muito relutantes em admitir que homofobia foi um fator porque isso significa que elas compartilham um traço com alguém que matou 50 pessoas.
"Tentem ver só como pessoas! Pessoas morreram! Pessoas!" Pessoas que morreram porque elas eram LGBT+.
E mesmo se não fosse por isso, aconteceu com uma comunidade que já é perseguida na realidade e é fragilizada com esse tipo de medo.
E qual o problema de focar no fato de que elas são gays?
Por que você tem que ir contra isso?
People are very reluctant to admit that homophobia was a factor because it means they share a trait with someone who killed 50 people.— Tara O'Connor (@TaraOComics) June 12, 2016
Tradução: As pessoas estão muito relutantes em admitir que homofobia foi um fator porque isso significa que elas compartilham um traço com alguém que matou 50 pessoas.
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4 comentários
Como sempre, conversa cult me fala tudo que eu preciso escutar ou tudo que eu ja estava pensando mas nao sabia expressar :) obrigada
ResponderExcluirPost excelente!
ResponderExcluir"mas até o momento não tem nenhuma confirmação de que o Estado Islâmico fez isso". O ISIS já reclamou a autoria do massacre http://brasil.elpais.com/brasil/2016/06/12/internacional/1465757788_103808.html Às vezes, eu fico pensando se eles reclamam a autoria de qualquer desgraça que acontece só para todos acharem que eles são poderosos e imbatíveis.
Mas o pior é que é isso mesmo.
ExcluirAté agora o FBI não achou nenhuma ligação de fato entre o atirador e o ISIS, mesmo naquela época em que ele tinha sido investigado. Então ele até pode ter se radicalizado, mas o ataque foi totalmente obra dele, sem dedo do grupo. Até agora q
que tradução péssima HUAHUAHA eu vi isso, mas é mais aproveitando a onda. um cara foi lá, causou terror nos eua, por que não dizer que foram eles? e hoje também saiu algumas coisas sobre a possiblidade do cara não ser hétero, e talvez isso ser homofobia enraizada
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