Ariel Carvalho CCAnálise

Firefly nunca acaba

18.5.16Ariel Carvalho


Todas as vezes que eu ouço "The Ballad Of Serenity", sinto uma vontade enorme de chorar. Poucas séries deixaram tanta saudade quanto Firefly.

Se você não está familiarizado com a série, não sabe o ódio que quem assistia passou. A série foi exibida na Fox, e estreou em 2002. Ao contrário de séries como The 100 e Glee, o maior problema não foi que destruíram os personagens. O maior problema foi a Fox.

Imagine que você vai começar a acompanhar uma série. A lógica diz para você começar pelo episódio piloto, certo?


Não para a Fox. Eles exibiram primeiro o segundo episódio, depois o terceiro, e foram pro sexto! Para vocês terem uma noção, o episódio piloto foi o último a ser exibido. Então lógico que não ia cativar os telespectadores, certo?

Pois é. Na época, o sucesso não foi lá tão grande e a audiência não foi a esperada, e cancelaram a série depois de uma mísera temporada que mais servia para instaurar dúvidas do que para saná-las. Mas, de alguma forma, Firefly conseguir conquistar uma legião de fãs (seja a galera que viu a série na época da estreia ou que procurou depois para ver), que ficaram possessos com esse cancelamento (inclusive eu).


E o pior: essa ordem super louca, 100% sem sentido, foi adotada em outros países, fazendo a série não ter sentido em lugares como Portugal também.

Firefly é uma espécie de série de cowboys no espaço. É a melhor mistura de western com Star Wars. A trama gira em torno da nave Serenity, seu capitão, Malcolm Reynolds, e o resto da tripulação (bem esquisita, na verdade) que ele adota no meio do caminho. A tripulação consiste em Nathan Fillion (de Castle) como Mal, Morena Baccarin (de tanta coisa nerd que nem sei por onde começar) como Inara, Jewel Staite como Kaylee, Sean Maher como Simon, Gina Torres como Zöe, Alan Tudyk como Wash, Adam Baldwin como Jayne, Summer Glau como River e Ron Glass como Derrial.

Ah, e Firefly é do maravilhoso Joss Whedon (de Vingadores, Dr Horrible's Sing A Long Blog, Buffy...).


Em 2005, dois anos depois do cancelamento da série, lançaram um filme que serviria para finalizar a história que Firefly tinha começado a contar. O filme, apesar de bom e de explicar algumas coisas que haviam ficado em aberto, tem uma morte terrível (eu chorei horrores) e ainda deixa muitas brechas.

Onze anos depois, ainda tem uma quantidade absurda de fãs pedindo o retorno da série, chorando e lamentando o buraco que a série deixou na vida de cada um.

Traz Firefly de volta, por favor, nunca te pedi nada
Mas o que faz Firefly ser tão maravilhosa?

Já me perguntei isso algumas vezes, e acho que a melhor resposta seria o conjunto. Não só por ser uma série de western no espaço, mas também por:

- ter casais extremamente cativantes e humanos: Wash e Zöe são muito goals de relacionamento para mim, e em momento algum a dinâmica deles é tida como perfeita;


- apresentar as mulheres com todas as suas complexidades e não como um acessório para o desenvolver da história: Kaylee é doce e gentil com as pessoas, é uma mecânica incrível e a que melhor conhece os segredos da Serenity. Já Inara é uma prostituta que não ter vergonha de ser o que é, ao mesmo tempo em que é apaixonada por um homem. Zöe já lutou na guerra e segue as direções de Malcolm, e não se deixa oprimir dentro do relacionamento com Wash, porém fica bem claro que o ama. E River, enquanto é cheia de segredos, é extremamente ligada ao irmão e se mostra cheia de compaixão;

- ter histórias complexas e emocionantes que te deixam com o coração na boca;

- mostrar como as amizades podem surgir de onde menos se espera e como os amigos podem ser família.


Me parece que todos os envolvidos sentem falta da Serenity e que rolam alguns arrependimentos (no especial de dez anos, confessaram se arrepender da morte que aconteceu no filme) e, correndo o risco de ser clichê, queriam Firefly de volta.

Aproveitem que Castle acabou e o Nathan Fillion está disponível, por favor. Porque sejamos sinceros, é como Summer Glau disse uma vez: "Firefly nunca acaba".

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