batDRAMA Dana Martins

Batdrama: esperança e realidade

18.4.16Dana Martins


Agora o clima é de... bem, mal. Não sei por que, mas eu me senti muito mal vendo o que aconteceu no Brasil hoje, acho que é porque eu não dormi direito e tô mais sensível. E são 02:41 e @ bells pf me diz o que eu faço (gente acabei de descobrir que dá pra marcar gente no google mais pelo post o.o) +Conversa Cult  +João Pedro Gomes não consegui marcar a Bells porque tem muita Isabelle Fernandes... Enfim. HAUHAUHA Eu só fiquei triste e nem ia falar sobre nada disso, eu FINALMENTE IA CONTAR OS BABADOS. Mas tudo mudou quando... bem, o Brasil foi atacado pelo que aconteceu.

Eu normalmente não entro em assunto político, mas de algum modo pareceu falta de respeito não falar, ainda mais por que meus últimos textos têm sido voltados bastante pra falar de causas sociais e essas coisas. E acho que o que me fez ficar triste é pela mesma razão que eu tô agora entrando no movimento: essa cegueira.

Tipo, ok não querer a Dilma no poder... mas quando uns caras que tão defendendo torturadores e ditadura estão defendendo tirar ela dali, a coisa tá estranha, ainda mais que o principal canal do país faz a cobertura completamente voltada pra desvalidar a presidente. É essa gente que você quer no poder? Eu não sei o bastante pra ter uma opinião informada, mas eu tenho medo do futuro do país. Crise eu consigo sobreviver, fim de liberdades de direito não. Como eu me sinto agora:




E agora vamos pra segunda questão aqui, que foi a minha semana antes disso tudo acontecer. Gente... gente... gente.

Eu nunca vi tanta merda na minha vida.

Até essa semana eu sempre achava idiota isso de Guerra Civil de super-heróis. Wtf. Por que eles estão lutando uns contra os outros? Eles não querem fazer o bem, não é? Não dá pra ter uma conversa?

Sempre lembro também de uma conversa que eu tive no Felipe sobre uma série aleatória aí, onde acontece muuita confusão, disputa de poder e etc, porque é pós-apocalíptico e os sistemas políticos não estão consolidados, são basicamente um bando de jovens no meio do mato tendo que se virar, e mesmo quando existem sistemas mais organizados, eles são bem instáveis e fica uma troca de poder infinita. Guerra acontece. Gente morre. Traição rola.

Aí nessa conversa o Felipe falou: mas por que eles não conversam logo??

Eu: Se todo mundo parasse pra conversar, não teria nem guerra, o problema é que eles não têm tempo, tem muita falta comunicação e às vezes conflito de interesse. A questão é que você tem que fazer algo antes que seja tarde demais, mesmo que você não esteja preparado.

(a conversa não foi tão assim, mas finge que foi HUAHUAH)

Nessa semana... wow. É como se eu tivesse vivendo nesse mundo. Eu fui parar no meio de uma Guerra Civil. No meio de uma campanha política. É sinistro.



A questão é assim: você tem lá um povo que quer algo, e você tem pessoas disposta a conseguir esse algo, só que se você é um Zé Ninguém, você não tem como fazer as pessoas acreditarem em você e te ajudarem. Como é que você vai provar? Como é que você vai fazer algo?

Imagina uma história hipotética em que uma garota chamada, sei lá, Elyza Lex, e essa Elyza Lex decide fazer algo pelo bem de seu povo. 1) Ou ela tem algum status já que tem influência, e aí pode fazer. 2) Ou ela vai ter que provar que faz bem como bem puder. É assim que você faz as pessoas acreditarem em você - fazendo.

Só que aí tem um problema a mais: se você é um Zé Ninguém, as pessoas não vão ver você fazendo. E aí a sua ajuda não vai funcionar. É tipo usar palavras de carinho e conselho... pra uma parede. Pode ter alguém do outro lado, ok, e você está ajudando e sendo foda, ok, mas se não tem essa conexão... não adianta. Aí é que entram os contatos e divulgação apropriada, que fazem essa ponte.

Basicamente, isso é Comunicação e Propaganda. Tem gente que trata propaganda como a Coisa do Mal que Engana as pessoas, mas ignoram o outro lado: ela pode carregar uma mensagem mais efetivamente.

Pensa um livro foda, com uma capa ruim, com sinopse ruim, com título ruim, que ninguém faz propaganda nem fala nada. A criação de identidade (o que é uma parte da propaganda) e divulgação podem mudar isso. De certo modo, propaganda é uma espécie de categorização eficiente. Sabe, pensa só em catalogar algo por cores pra ficar mais fácil achar, só que mais complexo. A propaganda cria uma espécie de catalogação que usar vários significados culturais como instrumento pra construir uma mensagem.

A merda é que, como o ace$$o a esse conhecimento é concentrado na mão de alguns, só quem tem o controle disso que pode mandar uma mensagem efetiva e controlar a própria mensagem, o resto só segura na mão de deus e vai.

E eu to falando tudo isso agora porque eu to numa espécie de batalha publicitária aqui. Engraçado é que - eu tranquei a faculdade onde eu estudo isso e aprendi bastante coisa que tá me ajudando agora (sabe aquele lance de que você não usa o que tá na faculdade? bem... eu uso. o tempo inteiro, agora mais do que nunca). Por isso que foi uma merda tão grande pra mim lidar com a faculdade. Eu gosto disso. Eu adoro. E queria ter umas aulas com a minha professora de Redação Publicitária agora. HUAHUAH Mas toda a situação de ir pras aulas e seja lá o que eu tava fazendo, aquilo era muito tóxico e eu precisei parar.

Acho que a verdade é que eu não queria ir estudar outra coisa, eu quero trabalhar logo e... o que tá acontecendo agora tá me dando a oportunidade de fazer algo. E pf me proíbam de trabalhar numa campanha política, não me deixem fazer isso nunca. Vlw flw

Aí tem esse lado das pessoas ao meu redor. Meu pai fica me empurrando pra fazer as coisas e quando eu falo com ele, é engraçado e trágico, porque dá pra ver tipo os olhos dele desfocando e ele não entendendo, e aí muda o assunto e fala uma merda. Por outro lado, mandei um "ok, já pensei nisso tudo, não vou mais conversar sobre isso." (e ele continuou e eu deixei ele falando sozinho...) E aí eu conversei com a minha prima, e deu pra ver que teve um resultado parecido.



Eu tô certa? Eu tô errada?

Eu não sei.

Eu sei que isso que tá acontecendo agora nunca aconteceu antes. Não num tempo anterior ao nosso, porque nunca existiu algo como a internet e o que isso significa para a existência humana. Pela primeira vez a gente tem um modo de difusão de comunicação eficiente e que não é controlado por uma minoria. É claro que, como fora da internet, aqui tem sempre pessoas/coisas no poder e influentes. Só que ao mesmo tempo qualquer um pode criar algo. O CC é um exemplo disso. E aí tem mais 92383298239823 ramificações, que no fim levam a: isso é diferente. Essa versão da História da Humanidade tá acontecendo agora.

Então sei lá, talvez eu me ferre e termine na rua no meio de uma ditadura pedindo esmola, ou presa sendo torturada porque o CC tem bastante coisa problemático pra um sistema sem liberdade de expressão. Aliás, as coisas terríveis que a humanidade fez não estão só no passado, não, elas podem estar no futuro. Quando uma pessoa de poder no governo fala publicamente sobre apoiar alguém que tortura pessoas e outras comemoram, isso está no presente.

Só que também tem outras coisas no presente.



Eu tava pensando como tirar print de algumas asks, aí tava olhando a imagem do arquivo no tumblr, pensando em como fazer isso fácil porque cansada e vi que dava pra ler várias de uma vez assim. Então tirei um print.

Alguns trechos traduzido porque minha saúde mental agradece:

"Vocês têm sido uma parte tão instrumental pra esse movimento..."

"Honestamente, eu espero que no fim vocês perceberam que isso é maior do que se xingar e orgulho. Eu não quero mais jovens se machucando ou lidando com trauma. Se a gente cai eles vencem, os nossos jovens perdem."

"Saiba que muitos de nós estamos dando suporte a vocês"

"Eu quero que vocês saibam que eu aprecio vocês por todo o esforço.'

"Vocês me falaram que vocês não nos deixariam e iam lutar por todos nós que não tem voz"

"Nós amamos vocês"

"Nós somos melhor do que isso. Nós somos aqueles que arrecaram 120k (dólares) pra o Trevor Project e vencemos uma votação com 2.8M de votos. Eles não vão nos dividir e nós não vamos deixar passar essa oportunidade de deixar a indústria nos ouvir passar."

"Ok, eu tô muito mal pra poder fazer uma mensagem coerente, por causa da merda xenofóbica que vocês receberam no twitter e vocês NÃO merecem essa loucura."

"Eu tô mandando sem ser anônimo porque eu quero que as pessoas saibam que eu estou do lado de vocês."

"eu te amo [/em português]. Isso tá certo? Tive que dar uma olhada. De qualquer forma, sua saúde mental e emocional é muito mais importante do que qualquer coisa acontecendo aqui. Então tire o tempo que precisar. [em português:] obrigado por tudo que você fez para nós. :) <3"

"parece que tudo deu merda, hein? EU IMPLORO A VOCÊS, nos ajude com esse movimento."

"você disse que nunca nos abandonaria quando o CS desativou :("

Como eu disse, essa semana foi tensa. Eu fiz um Batdrama há um tempo atrás sobre pessoas falando merda, e eu tava puta, né? E aquilo foi uma pessoa. Essa semana foi basicamente TODA SÓ DISSO. Ok, não só disso, mas muita merda acontecendo. Tenho chegado a conclusão de que quando você é uma pessoa "conhecida", não tem jeito. Tudo o que você faça tem alguém pra falar merda e achar que tem o direito de te mandar uma mensagem dizendo isso. Essa semana as coisas ficaram mais tensas porque essas agressões vieram de dentro do próprio movimento quando houve uma divisão.

esqueci de contar o conflito, mas tem aqui em inglês se você quiser ver

Resumindo o conflito: O movimento meio que nasceu involuntariamente, do desejo e dor de pessoas no mundo inteiro que queriam fazer algo pra mudar essa merda, porque escritores seempre fazem algo, e aí acham que eles não fizeram. Tipo, eles nem conseguem entender que tão fazendo merda, e isso cria um bloqueio na representatividade melhor ou coisas como o caso da Lexa, onde os fãs se deixam ser vulneráveis e criar uma conexão emocional com a história, só pra ter o tapete debaixo do pé e isso mexe muito com o estado mental da galera, que já vi em um contexto ruim (homofóbico, hey).

Eu tinha ouvido de alguns casos de suicídio, ataques de pânico e coisas assim logo que o episódio da série saiu, mas eu também tive a chance de conhecer mais de perto uma garota que tava no meio de um momento depressivo mais sério e acabou tendo uma overdose e quase morreu.

Pode não ser diretamente uma série, mas quando elas ignoram a existência de pessoas LGBT+, elas contribuem pra esse padrão que sufoca os jovens (e adultos) a ser mantido. E eu sei que é difícil entender, eu mesma até a morte da Lexa não tinha percebido, foi como um choque. Agora parece absurdo que alguma história seja escrita sem representatividade LGBT+. Cada vez que você faz isso, você tá jogando a oportunidade de melhorar uma vida desses jovens. Essas pessoas que vão pra internet e estão implorando pra pessoas desconhecidas ajudarem, porque o sistema, os pais, o governo, os escritores e qualquer outra pessoa - nenhuma delas tá lutando por elas.

É bizarro.

E é claro que eu vim parar bem no meio disso tudo, é óbvio, porque é isso que eu quero fazer na minha vida, eu quero poder melhorar a vida dessas pessoas que foram marginalizadas. Também quero viver, e ser feliz, e etc. E eu quero ter uma vida saudável pra mim, é óbvio. Mas se eu puder fazer os dois, é maravilhoso.

Ok, eu acabei de encontrar um post no tumblr com isso. Sabe o que é Clexa is Ours?
Uma tag que eu e as garotas do Clexa Brasil inventamos.
É chocante/deslumbrante ver que algo que eu tive parte na criação virou um símbolo de orgulho, esperança e empoderamento
pra pessoas que eu nem conheço. Hoje eu vi pessoas entrando em briga pra defender a gente, hoje
uma pessoa mandou pra gente um edit com imagens da Spider Gwen em minha homenagem, depois
que eu brinquei falando de super-heroínas respondendo uma ask *chora* eu nem li o que ela escreveu,
porque foram muitos feels e eu saí correndo

outras coisas que aconteceram:
Hoje vi uma espanhola e uma italiana nas nossas mentions conversando e ensinando uma a outra coisas na própria língua
Pessoas de várias partes do mundo me mandaram tweets, é legal que eles usam a bandeirinha!!!
Gringos usando google tradutor pra falar com a gente em português
Por alguma razão quando a gente tweeta algo em Port e em Ing, os BR respondem o em inglês e os gringo os em port
Acho que esse negócio do twitter de traduzir automaticamente tweets é muito bom, pq os gringos leem coisa em port
Fui colocar um meme da Inês Brasil com "Make Love" e esqueci que isso é em inglês, resultado é que os gringos
acharam que eu tava mandando uma atriz fazer sexo e começaram a falar merda HUAHUAHUHAUAHA
Minha prima maravilhosa veio aqui E ME AJUDOU A FAZER COBERTURA DE FTWD ENQUANTO
EU TOMAVA BANHO. EU TE AMO, LUANA


Mesmo que eu não consiga "nada" na indústria com isso, a gente tá construindo outras coisas. Hoje eu participei do trend topic ME AND MY LEASHY-LOO, que passou mais de 10 horas nos TTs brasileiros, foi pra o top 10 mundial, ficou nos TTs da Espanha, Rússia, México e nem sei mais onde. O que é isso?

Bem, isso é porque a atriz Eliza Taylor postou de madrugada uma foto com a Alycia Debnam-Carey (as duas fazem o par romântico Clexa), e colocou isso na legenda. Leashy-loo é apelido carinho que ela deu. HAUHAUH enfim, todos brasileiros surtaram no twitter ao mesmo tempo e o troço foi parar nos TTs, só que daí quando eu comecei a falar disso usando a conta do Clexa Brasil, atraiu as russas e espanholas e acabou indo parar no mundo todo. :)

Resultado?

A gente acabou ajudando a criar o Clexa_Argentina, para as fãs da Argentina se encontrarem, e também uma conta unificada para as fãs da América Latina. Enquanto isso, nas mentions, uma garota italiana conversava com uma espanhola trocando palavras sobre as duas línguas. Adoro os russos, mas quando eles falaram com aqueles códigos eu só dou like e torço pra ser algo positivo.

Vou compartilhar aqui uns momentos ótimos:




E ainda tem essa conversa inteira que eu vou guardar eternamente no meu coração. Espanha, Rússia, Filipinas e Brasil se amando muito.

e... e... E.... EU ME APAIXONEI PELA ESPANHA PORQUE ELA PEGOU O MEU GIF E:


Eu não sou exigente, tudo o que você precisa fazer para ganhar meu coração é me manda de volta um gif que eu te mandei numa versão melhorada. 

Pqp. Começou a tocar um cover de uma música que a Eliza Taylor faz cover também. Obrigada, youtube.

Enfim, não sei onde tudo isso vai dar, mas tem uma comunidade muito boa e eu adoro passar o dia inteiro interagindo com tudo que é gente do mundo inteiro. Sinceramente, até os problemas e desafio são interessantes, hoje/ontem eu tô tendo que lidar com um problema de "PR" interno, e ainda tenho que trabalhar pra fazer muita coisa. 

Eu sempre quis construir algo assim com o CC, e aí foi eu largar o ~osso~ e me jogar na vida, que eu acabei encontrando muita coisa que eu queria. Tipo, eu amo o CC, e no mínimo vou terminar essa história fazendo o ConversaCult Internacional, VAMOS EXPLICAR PRA O MUNDO INTEIRO COMO SER AMORZINHO E FAZER REPRESENTATIVIDADE DIREITO. Mas do mesmo jeito que eu tava presa a faculdade, eu tava presa aqui, com medo - medo de machucar a equipe, medo de ir embora e não ter nada, medo de... medo de não saber o que fazer. Então eu fui me obrigando a me afastar e pensar em mim. Como eu me sentia. O que eu queria.

Isso na maior parte do tempo foi escrever histórias e ler fanfics e fazer piada no fandom Clexa. E quem diria que eu ia perder uma das coisas mais importantes da minha vida de uma hora pra outra. Só que esse caos mudou outras coisas também.

É como se a minha mente tivesse se aberto sobre as possibilidades do mundo.

OLHA ESSE PANTERA NEGRA
você sabe que o mundo é racista e existe um privilégio branco fodido quando
teve filme do Homem Formiga e vai ter o do Dr. Estranho (que tá sendo racista) antes de um do Pantera Negra


E eu cheguei a falar que eu aprendi a escrever inglês em... um mês? Eu nunca escrevi e nunca conseguia fazer. Mandar um comentário de uma frase numa linha tipo "Thank you for writing this" era um sufoco. Mas eu fiquei tão tão puta com tudo isso, e ninguém tava fazendo as coisas, alguém precisava fazer. Aí eu comecei a escrever.

Não sei nem como, mas saiu. Muita coisa errada, óbvio. Minhas amigas são maravilhosas e têm sido um grupo de suporte e essa semana eu quase não falei com elas porque precisava resolver conflito ou tava muito tumultuada(?). Elas me aguentaram mandando os textões. Mas cada vez mais eu escrevo melhor e essa semana...

Essa semana eu fui comentar sobre a casa de Hogwarts da Lexa respondendo uma ask e EU FIZ UMA ANÁLISE INTEIRA.

GENTE.

EU FIZ UM POST DO CC EM INGLÊS SEM PERCEBER.

Deve ter coisa errada, mas não importa, tá feito. O lado grandioso disso é que eu ativei meu cérebro pra falar em inglês. Eu nem sei o que tô fazendo, não sei de onde as palavras vem, só vai. Isso foi uma das principais coisas que me mostrou que nós temos muito mais capacidade do que achamos que temos. O nosso medo de errar tá ali, ó, no nosso caminho. 

E eu encontrei algo que pra mim é mais importante fazer do que o meu medo de errar. 

curiosidade que eu acabei de perceber: os créditos no canto da imagem é "everdeen", sobre nome da katniss.
alguém que ama JV fez um gif de Korra e eu to usando pra falar de Clexa, as minhas 3 histórias preferidas
que tem me salvado e ensinado muito nesse momento. 
Vou te falar que quando eu comecei a escrever não esperava terminar aqui. Eu tava triste, eu não tava bem, agora eu tô. Isso me faz lembrar da Katniss, que no fim da história quando ela tá mal ela começa a listar coisas boas que ela viu as pessoas fazerem, isso é pra lidar com o trauma. Acho que a ideia é que quando você reconhece as coisas boas que aconteceram, você lembra que isso também existe no mundo e não se deixa ser tomado pelo medo das coisas ruins.

Jogos Vorazes sempre foi uma história sobre esperança e quebrar o ciclo de violência. A história começa com o Peeta dando um pedaço de pão para Katniss, e o conflito no primeiro livro é que ela sabe que o Peeta já tinha se sacrificado por ela. Ela sabia que existia a vontade de lutar contra a injustiça e pelos outros como amigos, o gesto do Peeta mostrou isso. Agora, Katniss faria isso por ele? 

No segundo livro o tema continua, quando os tributos se unem como um gesto de resistência e uma das frases principais é "lembre-se do verdadeiro inimigo". O inimigo não é a pessoa que está disputando com você para sobreviver, é o sistema que obriga vocês a lutarem entre si. 

No fim, Katniss não mata o Snow, porque ele sem poder não é nada. Katniss mata a Coin não por que ela é mal, mas porque ela permite o mesmo sistema continuar.

Mas nem era isso que eu ia falar, eu só não resisto a uma análise espontânea de Jogos Vorazes. HUAHAUH 

Eu vim escrever isso triste, e aí pensar nas coisas boas que aconteceram me fez bem. O que é curioso, porque eu meio que ia falar disso - o título foi a primeira coisa que eu escrevi. Eu tava pensando que realidade é um pouco o que a gente acredita. Pensa nesse post, eu tava me sentindo mal e passei a me sentir bem, o que mudou nesse tempo? Nada. Absolutamente nada. Mas mudou o meu foco, mudou o que eu vejo.

Às vezes a pessoa fica num ambiente tóxico onde o pessoal só fala merda, é fácil imaginar que o mundo é só isso e acabar se sentindo destruído achando que não tem saída. O oposto também é verdade: quando você tem pessoas ao seu redor num ambiente produtivo, o mundo parece cheio de oportunidades.

Eu sempre tive problema no CC com isso de às vezes as pessoas não fazerem as coisas e tomarem iniciativas, essa semana uma pessoa que eu nem sei o nome apareceu se oferecendo pra fazer um site baseado em uma ideia minha comigo, e até pagar pelo domínio. Ela não foi a única que apareceu se oferecendo a fazer coisas concretas. 

Isso ao mesmo tempo é incrível, e meio que deveria ser normal. 

Agora que entra a esperança - se várias pessoas acreditam na mesma coisa, por que não tornar isso real? tipo, pra mudar algo no mundo, tudo o que exige é um grupo de pessoas acreditando e trabalhando pra isso acontecer, mesmo que outras pessoas ao redor não entendam/não acreditem que isso seja possível. 

A parte complicada é manter a confiança. É não se deixar levar por essas outras realidades. É se manter firme. É manter mais pessoas ao seu redor acreditando no mesmo que você e trabalhando por tempo o suficiente pra essa mudança se tornar real. 

- E... o que vai acontecer se... eu enfrentar tudo isso?
- Eu não sei. Mas não vai ser interessante descobrir?
the legend of korra


Além disso, nós vamos colocar uns outdoors espalhados por Los Angeles perto dos escritórios de alguns estúdios, e está aberta a vaquinha. Precisamos de 15,000 dólares, e já conseguimos 10 mil em 2 dias!!! Enfim, clique aqui para doar e espalhe o link pra ajudar a gente conseguir fazer isso. 

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