amizade
CCdiário
Quando um gesto é tudo o que se precisa (ou um post que parece uma newsletter)
14.3.16Taiany Araujo
Vira e mexe tem alguém falando sobre as pequenas coisas que
fazem toda a diferença, sobre amigos que são nossos incentivadores, sobre
família ou qualquer outra coisa que ajuda aquela pessoa num momento de bad e
isso tudo até é muito cliché, mas sendo assim não é real?
Esse mês aconteceram três coisas comigo (vou falar sobre cada uma) que me fizeram perceber a necessidade de falar “Ei, eu to aqui tá, não sei como ajudar, mas pode contar comigo”, mesmo correndo o risco de estar sendo estranha ou meio idiota.
Não sei se vocês sabem, mas estava rolando uma promoção no
Subway na qual você comprava um combo e ganhava um poster de Star Wars. Eu queria, é claro, no entanto comer em fast food está fora da minha realidade no momento
(desempregada), então deixei pra lá. Eis que meu irmão me traz dois pôsteres LINDOS,
que seriam justamente os que eu escolheria (nem sei como ele conseguiu, deve ter
comido o tal combo), e ficaram faltando dois para eu ter a coleção.
Mas de qualquer forma eu nem tava ligando muito, tava bem com os que tinha. É aí migues, que um pequeno gesto me faz chorar, de verdade.
Parece que a gente aqui do CC super se conhece e vai pra
casa um do outro todo final de semana, mas não, tem membros de outros estados,
e por mais que a gente tente manter contato, todo mundo tem uma vida um tanto
atribulada. Além disso, eu sou relativamente nova no blog, ou seja, eu conheço
todo mundo, mas não conheço todo mundo. E dentre os “todo mundo”, o Diego era
um dos quais eu não tinha muito contato. Pois bem, nós estávamos falando sobre
os pôsteres citados ali em cima, e o Diego disse que ia tentar conseguir
também, só que quando ele foi no Subway perto da casa dele não tinha mais. Aí foi um tal de todos ficarem meio tristes por ele, e esse moço diz que nem
queria os pôsteres para ele, mas iria conseguir os que faltavam para mim
(detalhe: ele mora em São Paulo e eu no Rio, ia ter que enviar pelos correios).
Gente vou repetir, eu chorei. Não era nada demais, mas só o fato da pessoa
pensar em você, querer fazer algo por você...talvez se fosse em outro momento eu só
agradeceria e pronto, mas naquele eu precisava me sentir querida, e
uma pessoa que nem sabia disso me abraçou mesmo estando a quilômetros de distância.
Mas parece que a gente tem uma memória muito fraca, ou é o
fato de que quando estamos na bad precisamos ser o tempo todo relembrados das
coisas boas e significativas, quando mais uma vez eu tava meio mhé e um amigo me
perguntou se eu tava bem e que eu podia contar com ele, que se eu quiser
falar ele ia me ouvir. Só isso, simplesmente isso. Segundo ele, quando os seus futuros filhos existirem ele dirá “Sabe a tia Tay, eu conheci ela por
causa do Los hermanos, num aplicativo que tinha no celular e nos tornamos
bons amigos desde de então.” Eu sempre tive dificuldades para manter amizades,
depois de alguns anos eu percebo que elas não existem mais e às vezes nem sei o
que houve no caminho. Então estava meio cheia das melancolias e tinha pessoas
falando que eu podia contar com elas e a logo prazo. Se vai ser para sempre as
amizades eu não sei, mas enquanto é, isso basta.
Lá vem história... |
E como se esses dois acontecimentos por si só já não
tivessem me dado uma sacudida, chega o meu presente de amigo oculto do CC. Desde
da fita que prendia a embalagem até a cartinha que veio, eu senti que era um
gesto de carinho, e eu fiquei emocionada e tocada por isso. Meia dúzia de palavras, meia dúzia de
palavras nas três situações que foram como anos de abraços, como dizer que
gestos pequenos não são relevantes? Por vezes eles importam mais do que alguma
outra coisa em si.
Isso me fez perceber que nos preocupamos tanto em dar algo
material para as pessoas, quando o que fica daquilo tudo foi o fato de você ter
lembrado dela, ter pensado, ter querido bem. Pelo menos comigo foi assim, como
naquele filme A Corrente do Bem, onde para cada favor que você recebe você
retribui para três pessoas. No fim, todos saem um pouco melhores das situações.
Então, mesmo que falar de gestos, palavras, coisas
motivacionais pareça banal ou cansativo, quando é disso que você precisa, quando
você recebe livremente de alguém, essas coisas ficam sob um novo prisma, menos com cara de "ihhh que chato, isso de novo" e mais com jeito de "É isso ai, vamos dançar todos juntos em volta da fogueira".
Esse post provavelmente deveria ser uma news, o estilo de
escrita e tudo mais faria mais sentido ali, no entanto, eu quis publicar aqui
no blog porque queria deixar meu gesto para qualquer um ver.
Obrigada a você, por se disponibilizar a ler o que nós
escrevemos aqui, por perceber o quanto isso nos é importante, por nos mandar mensagens
de apoio quando os textos só dizem o quanto estamos mal e por vibrar com a
gente quando estamos bem. Obrigada por nos ajudar a pensarmos fora da caixinha
(ou tentar). E se precisar de um “Ei não se desespere”, pode ter certeza, estarei
enviando para você no sopro do vento ou quem sabe através dos raios de sol.
Ah, eu queria muito falar de uma epifânia que tive essa
semana, não tem muita relação com esse texto, mas quem sabe...
Uma amiga tava muito mal, bem depressiva e talz e eu disse
para ela pensar em algo bom e etc (tinha todo um sentido que não vou entrar em
detalhes agora), pois bem, ela pensou, a gente conversou e isso ajudou bastante, mas depois ela ficou pensando que era muita fragilidade se agarrar assim numa
coisa. Mal sabíamos nós que essa “fragilidade” era um mega sinal de força. Me
pareceu ridículo comparar o que conversávamos com Harry Potter, só que eu
comparei mesmo assim e não ajudou só a ela, como a mim também. A gente fica
se achando fraco, mas aí pensamos em como os dementadores querem sugar tudo de bom e ainda
assim ainda há algo de especial que faz os bruxos conjurarem um patrono, ainda
há alegria e esperança ali, mas deve requerer muita força trazer isso a superfície.
Quando a gente tá mal, achar uma coisa boa nesse caos não é sinal de fragilidade,
é sinal de que apesar de tudo, a gente ainda tá lutando. Você tá conjurandos
seus patronos em meio a todos esses dementadores. Estamos...
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7 comentários
Que post felizinho. <3
ResponderExcluirTambém amo esses pequenos gestos (que de pequenos, não tem nada). Eu uso muito o "estava fazendo isso e me lembrei de você".
Andrea, o "estava fazendo isso e me lembrei de você" é quase minha deixa de começos de conversas, uso muito tb.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNossa Heatnix, que bonito isso. Que vocês possam manter uns aos outros enqto puderem.
ExcluirPrecisava ler esse texto hoje. Obrigada <3
ResponderExcluirE eu agradeço pelo seu comentário. <3
ExcluirAcho que estou passando por uma fase parecida. Ultimamente qualquer gesto tem me deixado bastante sensível e toda vez que alguém faz isso um nó se forma em minha garganta e sinto aquela vontade de chorar. Eu adorei o seu texto e por favor, não parem de falar sobre o que sentem, a blogosfera precisa muito disso, me faz ter vontade de escrever também <3
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