A Garota Dinamarquesa Adriana Araujo

Intensivão do Oscar: A Garota Dinamarquesa

25.2.16João Pedro Gomes



A primeira mulher trans da história a fazer uma cirurgia de mudança de sexo: talvez seja assim que A Garota Dinamarquesa seja vendido. E apesar de ser um filme que novamente usa um ator cisgênero pra fazer o papel de uma pessoa transgênero, o que só reforça o apagamento e exclusão da comunidade de um filme que deveria a representar, ainda há muito mais do que um simples fato político pra ser discutido sobre o filme. Adriana, João, Bells e Eduardo estão aqui para contar o que mais eles viram nesse filme:

ADRIANA (@AdrianaAraujo31)Penso nesse filme e já tenho vontade de chorar. Esse foi o primeiro filme com alguma indicação ao Oscar que vi e não poderia ter começado a maratona melhor. A história é linda, forte e precisava muito ser contada. O resultado foi um filme delicado, que roubou meu coração. A Garota Dinamarquesa tem tudo que gosto num filme: uma história cativante, dramática, personagens reais e maravilhosos e atuações fantásticas. O Eddie tá tão perfeito que torço pra ele, apesar de também torcer pro DiCaprio porque né, gente, acho que chegou a hora dele. Também andei lendo que a Academia dá preferência pra quem nunca ganhou (Eddie ganhou ano passado com A Teoria de Tudo) e o Leozinho vem arrematando todos os prêmios esse ano. Enfim, Eddie, sem dúvida merecia, mas acho que não leva. Agora minha torcida tá com a Alicia Vikander pra atriz coadjuvante, porque ela arrasou.

Nota: 5 conversinhas, porque esse filme realmente tocou meu coraçãozinho gelado haha


JOÃO (@Coisas_do_Joao)Ah, como gostei desse filme :') Por mais que fale de transexualidade, A Garota Dinamarquesa lida com as coisas de uma forma bem suave. É na transição de Einar para Lili que você percebe a importância do tema, o filme não precisa empurrar ideias prontas. Até mesmo a desconstrução de preconceitos no meio das falas, que facilmente soaria plástica, é mostrada de um jeito completamente diferente quando vista da perspetiva de uma pessoa trans. Tudo é contado com base na empatia: o Redmayne tá muito bem, apesar de alguns gestos exagerados na linguagem corporal, e Alicia Vikander é a ponte com a qual boa parte das pessoas vai se conectar com Lili, acompanhando a jornada de rejeição > compreensão com ela ao longo do filme. Essa mulher é uma deusa e, sem ela, o filme perderia quase todo o poder.

E acho importante que não tenha só sofrimento o tempo todo: pelo contrário, a dor de ser rejeitada é equilibrada pelo fato de Lili ser cada vez mais quem é de verdade. Tem momentos felizes, onde ela encontra pessoas boas de verdade, que fazem sorrir, que dão esperança, e a cena final, em que ela realmente se encontra com sua natureza, é a coisa mais bonita.

Se faltou algo? Quando o filme acabou e disse que tinha um diário da verdadeira Lili, que inspirou a história, eu só me perguntei porque não usaram isso na narrativa. Seria um bom artifício para mostrar mais como Lili se sente de verdade e mostrar quem ela é pelos seus pensamentos tão bem quanto fizeram com suas ações.

Nota: 4 conversinhas.


ISABELLE (@theseabells): Gente, eu nem sei o que dizer sobre esse filme, só sei que fiquei acabada. De uma forma boa e ruim ao mesmo tempo. O filme é triste, mas também é bonito e eu tô sofrida com o final. Eu não sei, não sei nem o que dizer HUHGIFDHGIUDFHGIDFHGIDFHGID mas posso dizer que o Leozin tá correndo perigo porque o Redmayne merece MUITO, MUITO MESMO. E também que os personagens me conquistaram de uma forma que parece até que eu conheci eles de fato e que fiquei sabendo da história através deles mesmos, sabe. É uma coisa meio doida, não sei explicar direito. Destaque especial pra trilha sonora deliciosa e a fotografia.

Nota: 5 conversinhas. É tão bom que nem consigo fazer uma resenha decente.


EDUARDO (@dudusfe)Forte, poderoso e delicado como um lírio. A Garota Dinamarquesa me ganhou logo no início por sua delicadeza em contar a história de Lili e Gerda. Tinham tantas formas de um filme com essa temática dar errado e não ser nenhum pouco parecido com essas características, que o alívio por ele ser assim já valeu a pena.

É tão bonito ver essa pessoa descobrindo um mundo completamente diferente daquele que ela conhecia que chega ser difícil não se importar com a personagem.

O filme peca, apenas, por não ter focado numa narrativa da história pelo ponto de vista de Lili, por vezes parecendo um pouco impessoal quando poderia ser mais profundo.

Nota: 4 conversinhas.




Título: A Garota Dinamarquesa (The Danish Girl)
Indicações: Melhor ator, atriz coadjuvante, design de produção e figurino
Direção: Tom Hooper
Roteiro:  David Ebershoff (livro original), Lucinda Coxon (roteiro)
Elenco principal: Eddie Redmayne, Alicia Vikander, Amber Heard
Duração: 119 minutos
Ano: 2015

Nota geral:



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