Porque evento que tem nudes intergalácticos merece ser comentado!

Não sou muito fã de encontros literários porque sou uma anti-social que tem preguiça de levantar a bunda da frente do computador, mas quando soube que a Editora Aleph vinha a Fortaleza não pude ficar em casa maratonando Fringe. Eu pedi, votei e praticamente implorei para ter um Encontro Intergaláctico aqui na minha terrinha, então não poderia ficar de fora! 

Confesso que mesmo com toda a empolgação quando o dia do evento chegou bateu a preguiça, mas quando vi a foto da zoeira do pessoal da Aleph curtindo as praias do Cumbuco pensei “PRECISO CONHECER ESSES CARAS!”. Resultado: correndo como uma louca para chegar a tempo no evento. Por algum milagre que vai além da minha capacidade de compreensão cheguei meia hora antes do evento começar e fui uma das primeiras a entrar no auditório. Falando a verdade o auditório da Livraria Leitura não é bem um auditório, tá mais para uma sala com cadeiras e um projetor, o que na hora me bateu um arrependimento por não ter ido no Encontro Intergaláctico que ocorreu na sexta, na Livraria Cultura, que tem, de verdade, um auditório. Mesmo sendo uma das primeiras a entrar sentei na terceira fileira, outra escolha estúpida, que mais a diante explicarei o porquê.

O evento foi apresentado por Adriano Fromer, grão-almirante da Aleph, e Daniel Lameira, space publisher. Ao olhar para os dois meus primeiros pensamentos foram: “garotos espertos, usaram protetor solar fator 50. Melhores cortes de cabelo EVER!” Logo no início, os meninos começaram a apresentar a editora, explicando que ela não surgiu como especialista em ficção científica, mas que apenas nos últimos anos se tornou a Aleph que conhecermos e amamos. Uma curiosidade interessante contada pelo Adriano é que no começo eles tinham a estratégia de fingir para os livreiros que não publicavam ficção científica para que os livros fossem adquiridos pelas livrarias. “O livro trata de assunto tal, tal e tal e Por acaso tem um robô, pro acaso se passa no espaço”. Essa estratégia foi adotada pela editora porque o mercado editorial tem a ideia que ficção científica não vende no Brasil. Mas eles deixaram bastante claro que essa visão está mudando com a popularização da ficção científica e que o gênero ganhou fôlego nos últimos anos. 

Logo em seguida, eles contaram um pouco sobre a trabalheira que foi convencer a Disney que a Aleph é a editora certa para publicar os livros de Star Wars, aqui no Brasil. Como fã da maior franquia de todos os tempos vou te dizer que o plano de dominação do mundo publicação da Aleph é de deixar qualquer um emocionado. Em 2 anos eles pretendem lançar 30 livros, sendo 13 apenas nesse ano, tanto os que possuem o selo Legends, quanto os canonizados e outros mais “curiosos”, como por exemplo Darth Vader e filho, A Princesinha de Vader e Jedi Academy. 

Fechando o evento, que durou mais de duas horas por causa de alguns imprevistos (e porque tava muito bom e ninguém queria ir embora), o Adriano e o Daniel deram uma verdadeira aula sobre ficção científica. Foi espetacular! Como leitora recente de ficção científica (séries e filmes consumo a bastante tempo, mas livros comecei ano passado) foi ótimo levar o banho de imersão da Aleph. Se eles quiserem fazer hangout semanal destrinchando mais sobre o gênero pode ter certeza que participo! Eles falam com propriedade e sem medo nenhum em tocar em assuntos que poderiam afastar potenciais leitores, como o machismo, fanatismo e o esteriótipos que existem no universo da ficção científica.