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Paulo em: um jornalista de papel assiste Cidades de Papel

7.7.15paulo











PRÓLOGO

“Na minha opinião, todo mundo tem seu milagre.” É o que diz Quentin, protagonista de Cidades de Papel logo no início do livro. O dele, por exemplo, é ser vizinho de Margo Roth Spiegelman. Eu não sei se concordo com essa coisa de milagre, pelo menos não com essa ideia de um único e grandioso milagre. Talvez a gente tenha alguns durante a vida. Mas independente do que eu ou o personagem de um livro achamos, posso dizer que tive algo próximo de um milagre recentemente: a Dana ligando para mim pelo WhatsApp. Era uma terça-feira de tarde, eu estava tirando um cochilinho e não entendi absolutamente nada quando recebi a ligação.


- Paulo, você tá vendo o grupo do CC?
- Que? [ou, o que é mais provável, algum barulho indecifrável numa voz sonolenta]
*Dana fala algo sobre e-mail, Intrínseca, responder imediatamente, Paulo fica ???*
- Vai, lê o grupo do CC.
- ...hmmm, ok.

Aí eu desligo. Aí eu entro no grupo. Aí eu leio INTRÍNSECA MANDOU E-MAIL OFERECENDO CONVITE PARA IR NA CABINE DE IMPRENSA DE CIDADES DE PAPEL E NA COLETIVA COM O JOHN GREEN E O NAT WOLFF, MAS SÓ PARA OS PRIMEIROS QUE RESPONDEREM!!!!!! Aí eu começo a pular na minha cama. Aí eu abro o e-mail e respondo com os meus dados. Aí começo a surtar com o pessoal no grupo.

Dois dias e algumas doses de ansiedade depois, a Intrínseca respondeu confirmando que, SIM, EU IRIA NA CABINE E NA COLETIVA DE CIDADES DE PAPEL. É, talvez tenha sido um milagre.



PARTE UM - A CABINE DE IMPRENSA

Se você mora no Rio de Janeiro, sabe como a Zona Oeste, onde eu moro, é bem distante de Botafogo, na Zona Sul, onde seria exibido o filme. Então tá, me programei para sair de casa duas horas antes do horário marcado. Porém, se você mora no Rio de Janeiro, também sabe que há engarrafamento o tempo todo em todos os lugares, especialmente nos horários de ida ao trabalho ou volta para casa - justamente quando eu estaria à caminho da cabine. E eu até pensei nisso… mas digamos que eu não sou muito bom com planejamentos.

Quando me dei conta de que teria que ir para o cinema no horário do retorno dos trabalhadores, coloquei na balança as minhas duas opções de caminho: 1) enfrentar ônibus e metrô lotados e chegar em menos tempo, ou 2) demorar um pouco mais no engarrafamento em dois ônibus vazios. Experiências anteriores em transportes públicos cheios me fizeram evitar o meio mais rápido e preferi arriscar no caminho com trânsito e… amigos, nunca façam isso. 

Acabei chegando na cabine atrasado e perdi uns vinte minutos do filme, isso porque a sessão também começou um pouquinho atrasada. Não fiquei perdido porque eu já tinha lido o livro, é claro, mas o que acabei perdendo mesmo foi o brinde que a Intrínseca deu para os parceiros. Parece que vão me enviar, mas fica aqui uma lição de vida: sempre sair mais cedo de casa.

No fim, a experiência valeu a pena. Não só pelo filme (que eu amei e vou comentar mais na resenha, em breve), mas pelo modo que foi mesmo. Tive que dizer de qual ~veículo de imprensa~ eu era para entrar, depois assinei um documento de embargo de crítica, dizendo que eu não poderia comentar nada sobre o filme até o dia 5. Quase acreditei que sou importante, quase.



PARTE DOIS - A COLETIVA DE IMPRENSA

Com o trauma do atraso fresquinho na minha memória, planejei bem o horário e cheguei no Copacabana Palace trinta minutos antes do horário marcado para o credenciamento. Vitória para mim, yay!

Até agora apaixonado por esse lustre.
Com o crachá no pescoço, entrei no hotel e… uau. Tive um super momento de deslumbramento com toda a luxuosidade do Copacabana Palace. Sério, aquilo é um sonho. Estou até agora com vontade de entrar na piscina de lá. Mas voltando à história, depois de entrar, todos seguimos para um salão, esperando com várias comidinhas e bebidas.

Esse é o momento em que eu admito que não conheço muitos blogueiros e, por culpa da timidez, não falei com ninguém além de quem eu já conhecia. Então passei o tempo com o Lucas (do NUPE), a Vivi (do Nível Épico), a Iris Figueiredo e a Babi Dewet.

Até que o grande momento chegou. A entrevista durou cerca de uma hora, mas pareceu ainda menor de tão agradável que foi. O John Green e o Nat Wolff são muito divertidos e têm uma sintonia incrível, você percebe que eles são realmente amigos. Infelizmente, eles responderam somente a perguntas de jornalistas de verdade, de grandes veículos de imprensa. Eu, jornalista de papel, e os outros blogueiros não perguntamos nada, o que foi bom (porque eu nunca conseguiria perguntar nada de tanto nervoso) e ruim (porque eu tinha uma pergunta realmente legal*)
*a pergunta é sobre a falta de diversidade nos livros e nos filmes das obras do John, gostaria de saber se ele pretende escrever sobre pessoas além do espectro branco cis hétero e incluir outras representações em livros futuros.

Não tenho nada muito revelador para contar a respeito da entrevista, até porque o pessoal de grandes sites que estavam presentes já publicaram matérias sobre (como essa do G1), mas me identifiquei muito com o John quando ele disse que, em alguns aspectos, ele prefere o filme ao livro. A minha crítica explicará melhor, mas considero o filme excelente na função de transpor a mensagem das páginas para as telas. 

O escritor e ator também falaram um pouco sobre o significado das cidades de papel (literalmente, são cidades falsas colocadas em mapas para identificar possíveis plágios por outras empresas) e sobre como o elenco ficou realmente unido e amigo (o que dizem sempre, mas o Nat garantiu que é absolutamente verdade). 


Com o fim da coletiva, percebi que não chegaria mais perto do John Green do que aqueles poucos metros que nos separavam. Ele até desceu do palco e deu um autógrafo para alguém que estava na primeira fileira e algumas pessoas se aglomeraram ao redor, mas a equipe rapidamente desfez o tumulto, porque não era momento para aquilo. E, mesmo com a distância, eu fiquei imensamente satisfeito de estar ali.

Eu não tenho nem dez por cento da energia do pessoal que foi para a porta do Copacabana Palace esperando ele aparecer, muito menos de quem ficou o dia inteiro na porta do Cine Odeon aguardando o tapete vermelho da première. É cansativo, e o contato que se tem nessas situações é tão efêmero que, para mim, não compensa o esforço. Além do mais, eu já tenho dois livros autografado pelo John (que comprei ela internet) e não ligo para fotos. A única coisa que eu gostaria mesmo era conversar com ele, mesmo que brevemente, e, bom, sabemos que isso é beeeem difícil. 

Por isso, ter essa experiência de dois dias, cheia de nervosismo e ansiedade e alegria, foi maravilhoso. 

Obrigado, Intrínseca, por ter me dado essa oportunidade de ser um jornalista de papel. <3


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2 comentários

  1. Ai Paulo, eu fui pra porta do hotel dps de muitos anos sem fazer isso e me senti otária, trouxa e etc. Tudo bem q eu fui quando ele tava dando milhões de entrevistas, foi depois da coletiva de imprensa. Fiquei umas duas horas e depois fui embora.
    A sua pergunta era realmente boa! É incrível qnd se tem uma oportunidade dessa de ficar pertinho e ainda mais por escrever coisas q a gente gosta.

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    1. Pooooxa, Nathalia :/ Eu só soube de um pessoal que falou com ele no dia anterior e outros que encontraram ele e o Nat andando na praia antes da coletiva.
      Foi incrível mesmo! Obrigado por comentar <3

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