aladdin CCSexta

Crise Existencial: O que fazer da vida?

18.7.15Dana Martins


Ok, acabei viajando durante a última semana e coisas aconteceram. O que dessa vez? Várias coisas, mas a principal é que eu comecei a ler "O Livro da Filosofia" ao acaso e fiquei chocada com introdução do livro. É o resumo dos primeiros posts sobre a Crise Existencial!

"Nós, humanos, somos criaturas naturalmente curiosas e não conseguimos deixar de fazer perguntas sobre o mundo à nossa volta e o nosso lugar nele. (...) Os primeiros filósofos, nas antiguidades grega e chinesa, foram pensadores que, insatisfeitos com as explicações usuais fornecidas pela religião e pelos costumes, procuraram respostas embasadas em justificações racionais."

*gritinhos de animação*

Sabia que esses filósofos eram o caminho!



Nesse 3º texto eu quero discutir sobre essa busca por respostas. O Felipe em um dos comentários falou algo tipo que talvez esse fosse o meu propósito. Por que não? Talvez eu me importe tanto com essas perguntas existenciais porque essa seja a minha missão na Terra! Ou talvez não. 

Esse é um dos problemas de dividir um texto grande, parece que são assuntos isolados. Mas não, são partes do mesmo processo (que só termina na última sexta). E a crise existencial em si não é a busca por essas respostas, isso é uma consequência comum de entrar em crise porque está perdido. Aliás, é quase lógico! O que você faz quando está perdido?

Procura um caminho. Um destino. Uma razão pra estar ali, pra começo de conversa. 

ou um gênio. o que você encontrar primeiro

Você pode não encontrar respostas exatas, mas pode encontrar respostas que fazem sentido e te fazem bem. To com fome e tão vendendo coxinha ali na esquina, vambora. Aliás, é sem ter a resposta "real" que cada ser humano do planeta vive e viveu. Então é possível.

Tipo... eu. Eu não tenho as respostas, mas vou encontrando pequenos pedaços que fazem sentido pra mim. E, verdade seja dita, não são nem coisas super elaboradas. É mais sensações de como as coisas são do que explicações. 

Por isso eu acho que a crise existencial não é uma jornada para encontrar respostas. A gente não tá aqui EU QUERO SABER A RAZÃO DOS SERES HUMANOS EXISTIREM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! É mais pra: TEM ALGO ERRADO. ME DÁ UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL. POR FAVOR. UMA EXPLICAÇÃO. UM CAMINHO. UMA CERTEZA.

Acho que todo filme assim tem um momento ~crise existencial~
e interessante como ele tá mal, não por que ele não saiba o que quer ou não acredite em nada,
é mais porque o mundo em que ele vive diz que ela não pode ter o que quer (esse gif seria ótimo na última sexta)

Essa certeza vem de várias formas. Ou nem vem. Acho que o que queremos é acabar com esse algo errado que nos deixou em crise. Contando que acabe, não importa. 

Ok, eu sinto que talvez esteja voltando. Não sei se eu consigo escrever sobre Crise Existencial como uma linha temporal, é mais como um círculo - fica dando voltas e voltas. O que faz sentido, porque estar em crise é um buraco. Você fica indo e vindo na esperança de que em algum lugar apareça uma saída. 

Você não sabe o que fazer, como fazer, o que é certo e parece que não tem a quem perguntar. Às vezes dá até pra entender a lógica do negócio, mas não o como


EU DEVERIA FAZER O QUE? SÓ ME DIZ ISSO. COMO EU FAÇO PRA DAR CERTO? 

Isso me lembra de um episódio de Sex and The City (primeira vez e única que assisti). Era sobre acreditar ou não em amor e na pessoa certa, aí as personagens vão numa palestra motivacional. A palestrante tá dizendo que você tem que "se colocar lá fora" para encontrar o amor.

Aí a personagem que é apresentada como “a otimista sonhadora que acredita no amor” fala da plateia:

“Mas... eu me coloco lá fora e o amor não aparece.”

A palestrante: “Se você não encontrou, é porque você não se colocou realmente lá fora.”

E aí ela aceita e senta, mas a amiga protagonista cética pega o microfone.

“Mas ela se coloca lá fora! Eu vejo!” 

“Ela precisa se colocar mais lá fora.”

“Mais como??????”

“Mais!!!!!!!!!”

E é uma sátira a essas coisas auto-ajuda que diz “é só você fazer que você vai conseguir”, mas não dá nenhum manual direto sobre como fazer. VAI LÁ E FAZ. O que? FAZ.



Mas talvez é porque não exista mesmo uma solução. Um guia prático. Há coisas que funcionam, tudo por convenção social, tipo você ir pra o emprego e ganhar dinheiro. Ou ser preso se você roubar uma loja. Mas na mecânica acho que nada é garantido. Mesmo o "emprego dos seus sonhos" na hora H pode não ser o paraíso imaginado. 

O filme "Namoro ou Liberdade" mostra isso de uma maneira legal. Nós conhecemos três amigos e um deles é o estereótipo do bem sucedido. Ele fez medicina, tem uma vida boa, uma casa boa, é casado, é legal e... a mulher pede divórcio. E o personagem fica tipo: como assim? Eu completei todos os requisitos!

Tipo, ele literalmente fala isso, como se tivesse feito uma lista da vida perfeita e assinalado as caixinhas do que precisava. Completou todas. E ainda assim a mulher quis ir embora. 



Acho que o nosso pensamento ignora muito esse lado humano. A gente procura um “o melhor” ou diz coisas como “vai lá e faz isso”, mas ignora como a gente se sente. 

Acontece também quando a gente faz to-do list. VOU FAZER 30932 COISAS, VOU SER SUPERPRODUTIVO. Agora quero ver se alguém programa dia com to-do list colocando horários pra comer, pra tomar banho, pra falar com a família, pra descansar, pra assistir série. Essas coisas são importantes também. Mas são ignoradas na nossa imaginação da "vida boa".



Aliás, acho que essa é a razão das minhas dúvidas existenciais do momento. Planejei minha vida, me joguei com tudo, só que eu não contava que eu ia me sentir como uma merda indo pra faculdade, ia ter problemas pra dormir, problemas pra acordar, problemas pra ficar acordada (...). Eu fico mais perdida ainda porque eu gosto da matéria, eu adoro aprender o que eu aprendo, Publicidade leva a algumas áreas de trabalho "normal" mais atraentes pra mim... Mas a matemática da vida não me preparou pra o fato de que eu sou um ser humano. E eu não sei o que fazer com isso. 



Eu posso, sei lá, me divertir aqui escrevendo, ler livros legais ou dormir quando eu quiser. Mas volta para o fato de que é como uma boia, não a solução para sair do mar. Algum dia a gente sai do mar? Ou eu devo virar surfista? Eu sinto que o John Green questiona isso de alguma forma quando fala sobre o labirinto em "Quem é você, Alasca?" - vamos torcer para algum dia eu conseguir reler e descobrir. 

Pera. Como seria ser surfista de uma forma não metafórica? Na vida real. O que exatamente eu faço????

Então essa é a principal parte do terceiro texto. Talvez o que estejamos procurando não seja o manual do mundo, talvez seja uma forma de viver no mundo que nos preencha. Buscar grandes respostas é só uma forma de encontrar alguma solução. A crise existencial é o sinal de que o que temos agora não tá dando certo. E, no fim do dia, a agonia cresce porque não temos a menor noção do que fazer.



O problema é que cada pessoa experimenta tudo de uma forma única e não dá pra definir o que vai dar certo. Tem coisas que ajudam, mas é um empurrão, o resto do caminho você tem que fazer sozinho. 

fim da parte 3






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ATÉ MAIS

Então por hoje é só. Semana passada quero falar sobre a morte, só que é um dos trechos meu de texto mais vazio. Já sinto que vai dar merda. Inclusive, acho que meu último post foi uma porcaria. Tá sendo difícil dividir meu texto de forma que faça sentido em partes isoladas. Sinto que to me distanciando do propósito de tudo e... ficando perdida. Coisas que a Dana consegue: Uma crise de escrita no meio de uma crise existencial. Bem, alguma coisa vai sair. Alguma coisa está saindo. E tenho a impressão de que talvez essa seja a resposta principal para todos esses textos: a vida continua. 

Ou....

Para o próximo texto. É, essa é uma boa deixa. Vou lá escrever. 

(plot twist: o próximo foi o melhor texto pra escrever)



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2 comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. opa. seu comentário foi removido, mas ele tá inteiro no meu email e eu li antes de ver isso aqui, então vou responder.

      Pra começar, você não é a única. Mais gente passa por isso do que parece. :)
      E essa situação das pessoas não entenderem/não darem apoio... é a pior coisa. Eu não sei o que fazer quanto a isso. Eu não sei nem o que fazer na minha própria vida. Mas algo bom é o que o próprio Felipe disse aqui: focaria em fazer o que me faz feliz. O que te faz bem agora? Dormir? Jogar videogame? Se você puder, faça isso. Eu acho que também vale buscar ajuda médica e, se não tá funcionando, lembra que você não precisa se contetar com o mesmo! Se o médico vem e nada melhora, você pode procurar outros. Tenho amigos que passar por 3 ou 4 antes de encontrarem um que realmente melhorou.

      Você não precisa se sentir assim. Tem solução. E se você precisar conversar, pode vir aqui ou mandar email pra conversacult@gmail.com :)

      Fica bem <3

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