Minicrítica ~ Sinopse:

Simplesmente Acontece é a adaptação do sucesso literário Onde Terminam os Arco-íris, escrito por Cecelia Ahern (recentemente foi relançado pela Novo Conceito com o título de Simplesmente Acontece). Assim como no livro, o filme conta a história de Rosie e Alex, um casal de amigos desde a infância que vivem uma série de desencontros, mas o destino teima em mantê-los unidos. 

Fazia muito, muito, muito tempo que uma comédia romântica não me pegava de jeito. Desde P.S: Eu Te Amo que não chorava descontroladamente com uma história de amor. O bom de comédias românticas é que sabemos como elas terminam e, justamente por isso, que a química entre os atores é imprescindível para tornar a história crível. Logo nos primeiros segundos de filme fica claro que Rosie (Lily Collins) e Alex (Sam Claflin) estão apaixonados um pelo outro. Eles se olham de maneira amorosa, não conseguem ficar sem se tocar em nenhum momento e são o alicece um do outro. Lily Collins e Sam Claflin me fizeram comprar o amor e a amizade entre Rosie e Alex logo de cara quando compartilham shots de tequila. 

Como felicidade infinita não rende filmes interessantes é necessário que Rosie e Alex passem por turbulências antes do “felizes para sempre”. Quero deixar claro que não li o livro, então vou me prender apenas aos desenrolar dos acontecimentos do filme. O roteiro de Juliette Towhidi é bom, mas cheio de falhas. Como é que o pai de Katie passa CINCO ANOS sem nenhum contato e de uma hora pra outra volta todo interessado e amoroso? O roteiro tenta passar por todos os conflitos da vida ao longo de 12 anos sem aprofundar nada, o resultado é um copo de água com açúcar inverossímil. 

A direção de arte de Simplesmente Acontece é outra coisa inverossímil. Sério que quer que eu acredite que a Lily Collins, uma garota de 25 anos, tem 30 anos só porque ela usa um bob cut? Apenas mudar as roupas e cortes de cabelo não é o suficiente para diferenciar um adulto de 30 anos de um adolescente de 18! Além da direção de arte pecar ao não conseguir passar o desenrolar dos anos de forma clara, a trilha sonora não serve para cumprir esse papel, apesar do começo promissor com Macarena. A soundtrack de Simplesmente Acontece é agradável, mas não vale nem o tempo do download ilegal. 

Agradável também é a fotografia do filme que parece ter sido feita para agradar a turma do Tumblr. Se duvidar a fotografia de Love, Rosie tem mais efeitos de luz do sol que o Instagram e o Pinterest juntos! Tudo bem que é uma comédia romântica, mas não precisava transformar o mundo em cor de rosa. É interessante que a fotografia de Simplesmente Acontece tentar criar um mundo cor de rosa, de faz-de-conta, quando seu roteiro prefere ir pelo caminho do drama, apresentando a mocinha sofredora e batalhadora. Essas duas contradições resultaram em poucas risadas da minha parte. Na verdade só ri uma vez durante todo o filme: quando Rosie comenta com sua melhor amiga que não é justo ela encontrar e ficar junto do homem da sua vida de forma tão fácil, por sinal, essa cena parece ter sido tirada diretamente de Um Lugar Chamado Notting Hill. Parando para refletir: Simplesmente Acontece nada mais é que um Frankenstein feito de algumas das cenas e tipos de personagens emblemáticos de outras comédias românticas como, O Casamento do Meu Melhor Amigo, Um Lugar Chamado Notting Hill e Um Dia. 

Apesar de seus inúmeros defeitos, o primeiro filme em inglês do alemão Christian Ditter é doce e agradável do início ao fim, o que me fez gostar dele e fazer das tripas coração enquanto Rosie e Alex não ficavam juntos. No final das contas se você quiser de verdade uma história realista sobre o amor iria assistir um documentário sobre o tema, não uma comédia romântica.

Sobre a nota: 2,5 conversinhas. Na real fiquei em dúvida se dava 1 ou 1,5, mas como tenho o princípio de dar 1 ponto a qualquer coisa que goste não importando a qualidade da mesma, Simplesmente Acontece vale 2,5 conversinhas.

"Simplesmente Acontece"