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Por que o que a Clarke fez na finale da 2ª temporada de The 100 é tão pesado?

14.3.15Dana Martins



Esse é um texto onde eu analiso as duas primeiras temporadas de The 100 e faço paralelo com The Legend of Korra e Kingsman (evito spoilers desses) para poder entender por que o que a Clarke fez na season finale da segunda temporada de The 100 foi pesado. Afinal, não é como se ela já não tivesse feito bem pior antes... Então por que agora é assim?

Tem spoiler e é voltado para quem assistiu The 100, mas ainda é uma discussão interessante pra quem gosta de refletir sobre ciclo de violência, sacrifício e ~harmonia entre diferentes culturas~.  Além do que significa como a violência é representada nas telas. 

No dia seguinte da season finale, eu fui com os meus amigos ver Kingsman Serviço Secreto. Em uma cena de luta fantástica, um personagem é controlado pelo vilão e mata um monte de gente (digamos que tantos quanto as pessoas de Mount Weather). Mais tarde, no mesmo filme, toda população do mundo é ameaçada como um sacrifício para salvar o mundo e a espécie humana, mas os heróis conseguem impedir isso matando, em vez disso, aqueles que sobreviveriam. É um show de explosão de cabeças na tela, a parte nojenta substituída com fogos de artifício e uma trilha sonora animada dá um tom cômico a tudo. O dia é salvo, o herói resgata sua princesa e o filme termina com um close na bunda nua de uma mulher.



Pera, não era um post sobre The 100? Se você prestou atenção, ainda é. Sacrifício, violência e assassinato são elementos principais nas duas histórias. Aliás, em Kingsman Serviço Secreto o vilão faz até um paralelo sobre como está montando a Arca de Noé, que é exatamente o que fizeram na nave de onde Clarke veio, the Ark.

O que Clarke faz no fim da 2ª temporada, decidindo matar aquele monte de gente, é algo destruidor. Para mim, para a história, para a personagem. Você sabe que não é uma decisão que vem sem consequências. Então foi realmente estranho sentar no dia seguinte para ver um filme que faz exatamente o mesmo com música animada no fundo e ponto. 

Mas qual é a diferença? Por que é tão pesado o que ela fez?

E se você pensar, ela já fez pior no passado. 



Aquelas pessoas morrendo em Tondc, por exemplo. Clarke ia deixar a Octavia e o Kane morrerem, personagens dificilmente colocados ali à toa, porque são dois dos principais da história e que nós, assistindo, temos conexão emocional. Eles em Tondc fariam a gente sentir o quanto a Clarke está escolhendo sacrificar. Então se ela permitiu tanto do próprio povo morrer, por que ela não mataria o povo dos outros que está torturando seus amigos?

Eu acho interessante que a reação da Clarke nessa parte de Tondc nem é muito lógica. Ela diz pra Octavia depois que fez o sacrifício pra poder salvar o Bellamy, mas a Clarke sabe que o Bellamy nunca a perdoaria se ela tivesse deixado a Octavia morrer. (isso não é falha no roteiro, já vou explicar)

Aliás, tem um paralelo muito legal da parte que ela mata o sniper depois do bombardeio em Tondc com o momento que ela mata o ex-presidente Dante na finale. Em um ela tá tipo "FODA-SE QUERO MATAR MUITO" e no outro ela tá vacilando porque não quer fazer.




Melhor história sobre 11 de setembro.
E indicam Sniper Americano ao Oscar. Wow. O Oscar é mesmo uma merda. 


E se a gente pensa que esse é o pior que ela fez, não é. 

Vamos lembrar da primeira temporada? Onde ela matou queimado 300 guerreiros grounders? Por tudo o que ela sabia naquela época, poderia ser todos os grounders ali, um genocídio como ela fez em Mount Weather. E é importante lembrar disso, porque é algo que é trazido na segunda temporada. Eles mostram os corpos queimados no chão, Lexa coloca a responsabilidade direta do que aconteceu na Clarke. 

Além disso, já é na season 1 que Clarke assassina alguém pela primeira vez, quando é capturada por Anya para salvar a menininha e foge rasgando o pescoço do guarda com uma faca. (eu não tenho nem 100% certeza de que esse é o primeiro assassinato dela, não vou contar aquele momento bizarro que ela mata o garoto queimado pela névoa pra ele não sofrer mais)

E se formos mais pra trás um pouco, lembramos que a menininha machucada é consequência do grupo da Clarke explodir uma ponte. Foi muito sensível de The 100 pensar nessa cena, no melhor estilo "olha só o que você fez, agora conserta". O problema é que às vezes é tarde demais pra consertar.



Agora eu reparei que eles usam muito esse paralelo: um assassinato, um assassinato em massa.

Finale da temporada 1 com Clarke.
Vila em Tondc com o Finn.
Bombardeio em Tondc com Clarke.
Finale da temporada 2 com Clarke.

Só que cada vez é abordado de uma maneira diferente, o que torna a série tão grande.

Mas antes de ir em frente, quero lembrar que a Clarke não é a única fazendo isso. A premissa da história começa com o sacrifício de 100 jovens para salvar toda a humanidade. Depois temos o momento que eles decidem matar umas 200 pessoas na nave para dar mais tempo para o resto. Muito bem pensado, diga-se de passagem. Eu realmente gostei como eles fazem isso e um segundo depois descobrem que não era necessário. Quais são os sacrifícios que nós fazemos sem saber que tem uma solução melhor? E teria como fazer diferente? Não é como se eles soubessem que existia opção. Depois, ainda na Arca, eles precisam decidir quem vai porque não dá todo mundo na nave Exodus. Todos esses exemplos são focados em sacrificar parte do próprio grupo em nome de todos. 

Já indo para o final da segunda temporada, temos o fato de que os 3 líderes dos 3 grupos (Lexa, Dante e Clarke) são confrontados com a mesma decisão, que é se vão escolher o melhor para o próprio povo ou sacrificar alguns em nome do bem geral.

Uma curiosidade: desses 3 a única pessoa que escolhe uma decisão de acordo com o bem geral é a Lexa. Ela escolheu sacrificar todos os jovens da Clarke? Sim. Mas são o que? 50 pessoas? Compare isso com a quantidade de mortes no exército grounder e do povo de Mount Weather que ocorreriam com uma invasão. Pelo amor de Deus, é bem capaz de que já tenham morrido mais de 50 pessoas só naquele confronto antes do portão abrir. Sem falar que isso leva a outras possibilidades, que poderiam resultar em menos mortes ainda: verdade seja dita, o povo de Mount Weather tinha mais chance de sobreviver com a Clarke invadindo do que com o exército grounder. Se a Clarke tivesse sido forte o bastante (isso custaria deixar a Octavia, Maya, a mãe e talvez a Raven morrerem, quem sabe até o Jasper e outros), ela poderia ter contornado a situação.

Só que ela não foi boa o suficiente. 

É interessante que, diferente de Jogos Vorazes que também desenvolve sobre o sacrifício de poucos em nome do bem geral, porque cada vida importa. Em The 100 nós aprendemos a ver que cada vida importa, mas somos jogados com a questão: e quando você tem que decidir entre duas vidas? Em o Cavaleiro da Trevas o Batman faz a mesma escolha que a Clarke. 

Esperando sair a season finale, eu fiz uma lista dos personagens ULTRA-NECESSÁRIOS QUE NÃO PODIAM MORRER (sério, eu tive que colocar só o essencial), porque eu tinha tempo, tava sofrendo com expectativa e queria saber o quão vulnerável eu tava (love is weakness!), a minha lista final tinha 9 pessoas e é quase todo mundo que eu citei que teria que morrer no último parágrafo. 

Não é que teria que morrer, mas é só que o pessoal de Mount Weather não tava disposto a parar e levaria um tempo pra neutralizar. O momento em que Clarke e Bellamy puxaram a alavanca, Octavia e Maya estavam com arma na cabeça (e já vimos que os soldados não hesitam em matar nem os seus, né. olha aí mais um sacrifício de poucos para o bem maior), a mãe da Clarke tava na maca sendo furada e o Jasper ia morrer (ele podia até cortar o pescoço do Cage, se conseguisse, mas ia levar um tiro na cabeça). 

Se você chegou até aqui, chances são de que você adora a maioria desses personagens e não suportaria vê-los morrendo.



Levanta a mão quem quase morreu vendo a Raven naquela maca.



Isso é muito legal porque nós somos colocados diante de uma situação que vem se repetindo em The 100 de vários pontos de vista, mas acho que pela primeira vez nós, como a Clarke, somos colocados no controle diante de um caso pessoal. Nós vemos o quanto custariam esses sacrifícios. Clarke escolhe não pagar esse preço e assume, para si, outra dívida. 

Aliás, é nesse momento que vemos que a Clarke é diferente da Lexa. Ela invade uma montanha com roupa grounder, toma decisões difíceis em Tondc com apoio da Lexa e escolhe matar pessoas em nome do próprio povo, mas ainda assim, ela não consegue fazer algo puramente... calculista. Ela fez aquela escolha com o coração. Mas pra escolher o coração ela foi obrigada a destruir outras coisas dentro de si.

E, é claro, é ótimo que ela seja diferente da Lexa, porque se as duas forem iguais se transforma em um ship muito destrutivo (Tondc que o diga) e ninguém aprende nada com ninguém e o mundo continua o mesmo. Eu falei pra minha amiga quando tava na metade da segunda temporada: Clarke precisa se afastar da Lexa e se reconstruir, porque elas ficam muito bem juntas (não to falando só romanticamente, mas como uma dupla de líderes que vai conquistar o mundo inteiro), mas o eu "emocional" da Clarke também tem que influenciar a Lexa e não tem como fazer isso se a própria garota tá perdida. 



Espero que ela se encontre.

Não é só uma questão da gente (eu, você e a Clarke) sentirmos na própria pele o que todos fizeram. Tem um outro detalhe que muda a perspectiva desse momento final. Ao longo das últimas temporadas nós fomos treinados a perceber as consequências disso. No início, matar 300 soldados queimados não parece muito porque é pura defesa. Mesmo a garotinha que morreu na batalha, ela "não deveria estar lá e esse povo é selvagem e violento e não sabe o que faz". O primeiro assassinato da Clarke também foi defesa.

Depois nós vemos o Finn fazer aquilo tudo. É um desenvolvimento do personagem incrível, porque ele era o mais pacifista de todos e nós o vemos perdendo o controle. Nós de fora sabemos que não foram os grounders que pegaram a Clarke e percebemos como Finn está perdendo a linha, a ponto de que um grounder mente só pra poder sobreviver. A cena do ataque na vila também é linda, porque mostra a dissociação do momento com o personagem, ele cruzou a linha. Perdeu o controle. Você sente que no fundo, até porque você conhece o Finn, ele não quer fazer nada daquilo e ainda assim não consegue parar porque está tão desesperado.

Ele só quer sobreviver. Ele só quer salvar a Clarke. Ele tenta ser legal e só recebe pedrada. 

É mais doloroso ainda o que vem a seguir, com ele percebendo o que fez e tomando consciência da própria responsabilidade. Ainda assim sem poder fazer nada para voltar atrás ou até garantir que não vai repetir.

Nós também enxergamos o que acontece da perspectiva da Clarke, então julgamos o que o Finn fez. Condenamos.


Não é nem questão de odiar o Finn. Assistindo eu fiquei angustiada, porque fazia os cálculos e não tinha saída. Você sabe que ele é uma pessoa legal, você não pode garantir que ele não vai matar mais pessoas. Mesmo que em um mundo perfeito você poderia encontrar uma solução, o universo de The 100 está longe de ser esse mundo (e o nosso também). A pouca segurança que existe é com base na confiança e justiça. Se você deixa o Finn sair impune, o que isso significa para o povo como um todo? Como você vai confiar que ninguém pode sair matando quando der vontade? Mas estou divagando aqui, essa série tem muito o que falar. *respira fundo*

Depois da morte do Finn nós vemos a própria Clarke começar a rachar. Dá vontade de aplaudir ver a Clarke desafiando a mãe, mas dá pra sentir que o poder subiu à cabeça. Ela quando quer matar o cara depois de Tondc e quer se vingar matando todo mundo em Mount Weather, você vê que tá parecendo mais uma pessoa mimada.



Nós temos o paralelo da Abby fazendo exatamente o mesmo mais cedo na temporada
(e eu quase quis matar a mulher)

Mas também dá pra ver que ela não tá considerando toda a situação, que ela tá pegando a dor que sente e direcionando pra o outro. Clarke está sendo... bem, babaca. Só que além disso ela tá naquela de "a vida é assim, deal with it". Sem esperança. 

Repare em como mudou. No primeiro (season 1) era só defesa. Depois é culpa do Finn (Clarke: "Como ele fez isso? Eu não sou o Finn, eu não faria isso"). O que ela aprende que não é bem assim quando todo o sky people é ameaçado, o que leva Clarke a tomar a liderança do seu grupo e precisar lidar com as consequências do que Finn fez. Ela aprende que o que alguém do seu povo faz é responsabilidade sua, apesar de que ainda está presa na ideia de que "eu não faria isso", "se fosse tudo meu jeito, ninguém precisaria morrer", "ainda é defesa". Por isso vem essa terceira situação, onde ela não só faz o mesmo, como aprende que essa violência não dá certo. Se vingar do outro não resolve (ela aprende quando mata o sniper). 

Então ei, pausa, Clarke repensa no assunto e volta para as suas raízes de que é só uma operação de resgate e ninguém precisa morrer.


Só que ela é abandonada pela Lexa e, outra vez, precisa tomar a decisão. A série fez questão de reforçar que havia gente inocente ali, crianças, velhos, nos fez simpatizar com a Maya. Humanizar o inimigo do protagonista é algo importante que essa série faz. E eles não deixam isso escapar nenhum segundo, mesmo depois que Clarke faz a escolha nós vemos os corpos, nós vemos a bola de futebol, nós sabemos o que ela fez ali.

Dessa vez na hora de fazer a escolha não é a Clarke que acabou de chegar na nave e está angustiada porque a própria mãe matou o pai, ou está se defendendo de um ataque, ou está redirecionando a culpa. É uma Clarke que tem plena consciência do que está prestes a fazer. Quando ela vai matar o Dante, não é uma falha de desenvolvimento de personagem (nós já vimos que Clarke fica sinistra na hora de matar pessoas), então por que agora está se sentindo culpada? Porque agora ela sabe o valor de uma vida, sabe as consequências, sabe que não resolve nada. Mais do que tudo isso, ela quer fazer o certo.

Por que ela quer fazer o certo? Por que ela quer ser a garotinha perfeitinha do papai? Não sei. Eu não sei por que nós precisamos nos contar essa versão dos fatos de que somos o herói da nossa própria história. Eu também tentaria fazer o certo. Acho que faz parte de quem nós somos encontrar sentido em um mundo que não tem regras. Cada um tem a própria mitologia na cabeça (The 100 mostra bem) e queremos segui-la. Você não quer fazer o certo?

No início do episódio, quando Clarke e Octavia se reencontram, elas têm um confronto. Eu sempre gostei da relação delas e nesse momento é mais legal ainda, porque Octavia acreditava tanto na Clarke (o Bellamy acreditava na Clarke!) e ela descobriu que a Clarke teria a abandonado para morrer, enquanto a própria Clarke também tem consciência disso. Enfim, o diálogo é assim:

Octavia: Bellamy está contando com você. ESTÁ TODO MUNDO CONTANDO COM VOCÊ. 
Clarke: O QUE VOCÊ QUER DE MIM?
Octavia: Você confiou na Lexa. Você deixou uma bomba cair em Tondc, você deixou todas aquelas pessoas serem mortas. 
Clarke: EU ESTOU FAZENDO O MELHOR QUE EU POSSO.
Octavia: Isso não é bom o suficiente.


É basicamente uma cena que estabelece os 100 como o povo da Clarke e a Octavia faz papel do povo que está pedindo isso: nos proteja. Eu ainda gostaria de saber por que a Clarke tem que fazer, por que a própria Octavia não resolve a situação? POR QUE AS PESSOAS PRECISAM DE UM LÍDER? (tudo bem, esse é um conflito pessoal) Mas enfim, está todo mundo ali dependendo dela e a Octavia dá o puxão de orelha necessário pra Clarke não se desesperar e sair fazendo merda.

Voltando pra cena em que a Clarke está para matar o Dante, são as palavras de Octavia que ecoam. As palavras da própria mãe. É basicamente, "Clarke, você não está sendo uma boa líder e se você quer ser a garota do bem, precisa se esforçar mais."

Matar o Dante é a Clarke se esforçando para ser boa o suficiente para a Octavia.

Depois, matar o povo, é a Clarke aceitando que não é o boa o suficiente.

Assim que terminei a série mandei pra minha amiga essa cena de Korra:



É uma cena depois da Korra se sacrificar pra salvar a nova Air Nation de um genocídio. 

É a mesma situação. Clarke teve que sacrificar uma parte de si para cometer um genocídio e salvar o seu povo. Mais do que isso, tanto Korra quanto Clarke precisaram fazer isso lidando com uma situação que disse a elas uma coisa: você não é boa o bastante. 

Você falhou. 

Você salvou o seu povo, mas não conseguiu.

Você não foi boa o bastante para quebrar esse ciclo de violência e sacrifício. 

(o caso das duas têm várias diferenças também, mas a Korra só teve a sorte de não ter que decidir entre um genocídio e o próprio povo. mas isso não é uma análise de Korra, então não vou aprofundar)

E é uma dor tão profunda que ambas escolhem se isolar do mundo para poder lidar com a parte de si que foi perdida. 

(Esperando episódio Clarke Alone na próxima temporada) (mas espero que ela não corte o cabelo, gosto da Eliza Taylor com cabelo grande)

Enfim, o que aconteceu na season finale foi pesado porque pela primeira vez a Clarke entendeu o que está em jogo e as consequências disso, além de mudar fundamentalmente a forma que a personagem se vê. A série faz isso tão bem que nós, assistindo, passamos pela mesma transformação que ela.




Você quer fazer certo, mas o que é certo quando todas as opções são erradas? (e certas!)

Eu li em algum lugar que se essa série fosse contada da perspectiva dos grounders, ou de Mount Weather, a Clarke seria um monstro como nós vemos os outros. Aliás, pra isso a série está cheia de paralelos. Enquanto tudo isso acontece temos a jornada do Murphy (já parou pra pensar que ele é a pessoa que matou menos gente dos 100?), o desenvolvimento do Kane-Abby foi todo com base em mostrar que o "eles" não é tão diferente do "nós".

Então, tipo, é pesado porque nós aprendemos a ver que é pesado e entender as consequências. Por isso eu tenho dificuldade de logo em seguida assistir um filme como Kingsman Serviço Secreto que trata morte com fogo de artifício. Também é legal pensar que: o que isso significa no mundo real? Quantas coisas terríveis nós fazemos sem perceber que está sendo terrível? 

Estou ansiosa pra ver como eles vão desenvolver a Clarke depois disso. Pode ser que ela tire o veneno do próprio corpo, mas to ansiosa pra ver como ela vai fazer isso em uma série que trata assuntos sérios de forma menos metafórica que The Legend of Korra. Apesar de que a solução provavelmente é empatia (a Korra já passou por isso), e algo me diz que a ameaça de uma nova bomba nuclear é o que pode unir toda a humanidade como iguais. 

Estou realmente feliz de ter encontrado The 100.


-dana martins






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14 comentários

  1. Bem, ainda não assisti a finale. Na verdade, eu só assisti até o Tondac massacre e depois parei porque meu coração não aguentaria tantos feelings e esperei pra saber dos spoilers e me preparar emocionalmente. Gostei bastante dessa análise, me fez perceber algumas coisas que eu ainda não havia reparado.
    Não concordo muito em dizer que o que aconteceu com o Finn foi um grande desenvolvimento de personagem. Particularmente, achei que ficou muito bruto, como se de repente ele tivesse tido um grande ataque de PTSD. Mas, pensando bem, talvez justamente por ele ser o mais pacifista é que ele tenha sido o mais traumatizado. Hum... agora fiquei meio na dúvida.
    Quanto ao relacionamento da Lexa e da Clarke, acho que ela funcionam muito bem liderando juntas, mas só. Não consigo vê-las nem como amigas, que dirá como casal.
    Agora que já peguei todos os spoilers possíveis, acho que estou preparada para maratonar os episódios finais.

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    1. HUAHUAHUAH eu não consigo imaginar fazer isso. eu normalmente passo muito longe dos spoilers e dessa série eu peugei muito (ia citar quais, mas outras pessoas podem ler isso e não to passando spoilers pra elas). O legal é que memso sabendo de certas coisas elas foram uma surpresa. Até talvez porque já sabendo eu imaginava algo e foi diferente.

      O caso do Finn, eu imagino assim: ele quer ser pacifista. Ele quer ajudar. Quer fazer o bem. Ele é o mais ~delicado~ ali. Só que na vida ele só se ferrou, né? A gente vê como ele abriu mão da própria liberdade em nome da Raven, correndo risco de ser assassinado. Ele quebrava leis pra melhroar a vida dela. Quando ele chega na Terra ele fez o mesmo pela Clarke. E é esperto e tenta a paz com os grounders. Mas ele ver isso só dar errado. Ele sempre tenta e aí nem a Clarke escuta (caso da ponte que ela levou armas sem ele saber). Eu vejo o Finn naquele momento como chegando ao limite e quebrando. A Raven em uma cama sem nunca mais poder andar (não é verdade, mas naquele momento parecia isso). Pelo flashback você vê como ele quer dar liberdade pra ela. Aquilo deve ter surtado ele: ver a Raven imóvel. A Clarke que ele se apaixonou completamente (A ponto de terminar com a Raven) desaparece.

      Ele perde completamente as esperanças. Ele fica em uma situação sem saída. E aí acontece coisas tipo: ele faz tudo certinho, se importa, e perde as duas pessoas mais importantes no mundo pra ele. O Murphy faz um monte de merda e tá vivo ali de boa. (você acha que é à toa que é justamente o Murphy que tá ali?)

      É mais ou menos "foda-se, o mundo não se importa comigo e eu não me importo com o mundo"

      E também é legal pensar que isso tudo acontece em um período de tempo curto. Ele acha que se não correr a Clarke morre e vai ser culpa dele. Também imagino que ele pense que a Clarke é a única alternativa pra ter salvação (ele não confia nos adultos). Ele tá sob pressão. Ele recebe incentivo dos outros.

      O massacre em Tondac mostra como ele tá fora de controle, ele tá com raiva do mundo, ele uqer se vingar, mas isso subiu a cabeça dele e ele tá explodindo. Em uma condição normal, o Finn nunca chegaria pra Clarke depois de matar pessoas inocentes e fala "eu te encontrei" como se fosse tudo o que importa. Ele veria o terror que causou.

      Eu não sei se é PTSD, mas eu sei que a pessoa pode explodir assim. Ainda mais ele, que tinha realmente esperança nos melhor das pessoas e perdeu tudo. A Clarke no fim da temporada passa pela mesma coisa, mas ela não só não fica em uma situação sem saída que é obrigada a se sacrificar, como ela ainda tem esperança de se reencontrar.

      Não sei se expliquei bem, mas pra mim é tão claro o desenvolvimento do Finn ;-;

      Relacionamento Clexa: eu vejo. Mais pela Lexa do que pela Clarke. Acho que a Lexa foi atraída por ver alguém da mesma idade com o mesmo peso sob as costas, por ver como a Clarke conseguia resolver as coisas do próprio jeito. É bem claro que tem algo na Clarke que mexe com a Lexa (claro em uma análise de expressão facial HUAHUAHAUH). Já pela Clarke é o mesmo tipo de apoio e ela segue a Lexa por um tempo como uma mestre.

      Verdade seja dita: as duas não são o tipo de personagem que dá pra imaginar direito em uma tarde ensolarada bebendo limonada com os amigos de boa. Elas carregam tanta responsabilidade sob as costas... que eu acho que elas juntas fazendo isso torna o peso mais leve. To esperando o Diego assistir pra pedir uma análise de personalidade delas HUAHUAHUHAUAHUAHUAHUAHUHA

      Boa sorte!

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    2. queria comentar que o episódio 4 da temporada 1 (Que eu acabei de assistir) faz a trajetória do finn ter ainda mais sentido. quando ele pensa que não tem mais jeito de salvar a raven, ele perde o controle. o que acontece na s2 não só é mais pesado, como ele não tem alguém pra segura-lo e a raven ainda meio que valida a decisão dele

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    3. Espero que esta série The 100 não caia na mesmice das outras como Lost que ficou confuso no final. Tem muita matança, violência explicita e um bando de psicopatas. Creio que apelar para violência , é isto que vemos, matar pessoas inocentes como crianças e mulheres que não tem como se defender.
      Creio que a inteligência artificial (Alien) vai resolver esta questão e provavelmente deverá ser acabar com tudo. Nós estamos aqui para fazer a diferença ou não.

      Simone M.

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  2. Bem, depois dessa análise detalhada que você fez, eu tenho que concordar sobre o desenvolvimento do Finn. Acho que o choque pela morte dele foi tão grande que eu nem consegui avaliar a situação por esse viés.
    Quanto a Clexa, agora que o Finn morreu eu torço por Bellarke (mesmo achando que eles estão mais pra Makorra no final de Avatar).

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  3. Eu só vim dizer que eu acabei de assistir e os spoilers realmente me impediram de ter um ataque cardíaco, mas não impediram os feelings. Quando a Maya morreu eu já estava quase chorando e no final do episódio tinha uma lágrima teimando em cair.
    Bellamy e Clarke estão tão fodas como amigos que eu quase não quero mais que eles fiquem juntos.

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  4. Espero que Alycia Debnam-Carey (Lexa )não morra na serie que ela consiga permanecer por varias temporadas e possa se torna um casal junto com a Clarke adorei velas juntas ,e adora a Alycia ela é incrível !!

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    1. também espero. acho que eles querem que ela fique, MAS NÃO CONFIO EM NADA DO QUE ELES DIZEM. PASSO O TEMPO INTEIRO MORRENDO DE MEDO DELA MORRER. E AGORA TEM FEAR THE WALKING DEAD E #DESESPERO

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  5. Vim aqui para te parabenizar pelo belo texto. Tinha que fazer lição mas não consegui parar de ler, tive que ler até o fim. Me fez relembrar da série, e me mostrou um lado da serie que eu não tinha notado (apesar de estar na bem na cara). Parabéns e obrigada pelo texto.

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    1. !!!! muito bom! fico feliz que isso tenha acontecido. (tirando a parte de atrapalhar sua lição HUAHUAHUAH) eu gosto muito de The 100 e <3 (se você ler isso aqui e quiser falar o que você via na série antes do texto...)

      Obrigada por dizer!

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  6. Adorei. Essa leitura me prendeu. Acabei de terminar a segunda temporada, cheguei até aqui porque queria entender aquele final de Jaha.

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  7. Esse filme é louco de mais n tenho coração pra ver a cena muito forte o melhor Episódio foi o primeiro segundo já n presta pq o menino morre

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  8. Bela reflexão da primeira e segunda temporada, procurei se tinham videos com essa visão no youtube infelizmente só tem resumos e muito fracos por sinal diga-se de passágem, comecei assistir The 100 anteontem ja estou na S3 EP 03 e até agora curtindo bastante, série que prende a gente de tanta intensidade.

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