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Eleanor & Park & Sexismo em X-Men

24.2.15João Pedro Gomes


Eu sempre adorei X-Men, mesmo antes de começar a ler HQs e ainda só conhecer pelos filmes e séries animadas (assistir X-Men: Evolution depois da escola enquanto almoçava: ritual diário). E, claro, sempre tive uma queda pelas garotas da equipe. Afinal, era muito melhor ver alguém lutando contra o crime explodindo coisas, atravessando paredes e soltando raios e tornados do que só na base da velha e monótona porrada. Minha posição era inabalável, até...

"- Os X-Men não são sexistas. São uma metáfora para a aceitação; juraram proteger um mundo que os odeia e tem medo deles.
- É, mas...
- Não tem mas - ele disse, rindo.
- Mas - Eleanor insistiu - as garotas são todas tão estereotipicamente femininas e passivas. Metade delas só pensa com bastante força. Tipo, este é o superpoder delas: pensar. E o poder da Lince Negra é pior ainda: ela desaparece.
- Ela fica intangível - Park corrigiu - É diferente.
- Mesmo assim (...)
- Você tá esquecendo a Tempestade.
- Não estou esquecendo a Tempestade. Ela controla o clima com a mente; também é só pensamento. E é o máximo que ela consegue fazer em cima daquelas botas.
- Ela tem um moicano legal... - Park disse.
- Irrelevante."
(Eleanor & Park, pág 66)

... até o Felipe mandar esse quote de Eleanor & Park pro nosso e-mail e explodir minha mente. 

Eu não li Eleanor & Park ainda, mas quase perdi a vontade de ler depois desse quote. COMO ASSIM TÃO FALANDO MAL DAS MINHAS PERSONAGENS. Cutucou minha ferida falando da Lince Negra, porque é ÓBVIO que ela não desaparece e os poderes são incríveis e - Cara. CARA. Essa Eleanor é uma chata

E o pior é que ela tá certa. Ou não? Não sei. Senta aqui, vamos descobrir.

Eu cheguei à conclusão de que, teoricamente, ela está, sim, certa. As garotas de X-Men (e de outras superequipes) refletem essa passividade através dos poderes. É um argumento bem difícil de contradizer: enquanto caras como Wolverine e Ciclope fazem o trabalho sujo, Jean, Tempestade e boa parte das garotas aparecem em umas poses engraçadas fazendo algo acontecer mentalmente. Simples assim. "Porque mulher não é forte o suficiente pra fazer outra coisa, né? Não vai querer sujar as mãos ou quebrar o salto. Deixa elas lutarem de longe e terem condições de se defender que tá tudo certo. Elas são muito frágeis pra fazer qualquer outra coisa". Não que os autores das primeiras fases dos X-Men tenham feito assim de propósito ou pensado desse jeito, mas não dá pra negar que isso é o reflexo da ideologia sexista muito predominante na época.

Se não fosse pelo brilho rosa lá atrás, eu nem iria reparar que a Jean tá na imagem. Repara também na diferença entre o modo em que homens e mulheres são desenhados.

É só pegar outros exemplos. A única mulher do Quarteto Fantástico é a única pessoa da equipe com poderes passivos, essa sim podendo, literalmente, ficar invisível. O poder da Vespa, primeira super-heroína a entrar para os Vingadores (e a única durante muito tempo)? Encolher. Poder este que, aliás, só conseguiu com a ajuda do marido.

Mas será que essa análise sobre o tipo de poder é suficiente pra julgar o personagem? Reflita, voltaremos nisso mais tarde.

Uma coisa que o Affonso Solano, autor de O Espadachim de Carvão, disse durante a Comic Con Experience desse ano e que cabe dentro desta discussão foi que ele não gostava tanto quando as personagens femininas seguiam esse padrão masculino de força bruta, mas preferia que elas usassem atributos próprios da mulher - agilidade, flexibilidade, atenção mais aguçada, capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo - como fonte de poder. Lembro da Diana de Caverna do Dragão ser usada como um exemplo.

Isso me fez refletir e constatar que, ainda que pareça uma ideia meio peculiar, ela faz certo sentido dentro de um contexto específico. Nossa ideia de mulher superpoderosa se aplica, geralmente, àquelas com padrões de força, poderes e até estética masculinos, algo implicitamente sexista e que toma um caminho oposto, mas ainda perigoso, do que a Eleanor apontou. Logo, se músculos enormes estão associados à uma ideia estereotipada do homem, dizer que uma super-heroína não é forte por não ter músculos ou super-força física é o mesmo que dizer que ela não é forte por não ser masculina o suficiente.

É fácil observar isso quando aplicamos a um caso real. Será que a Mulher-Maravilha teria ganhado tanta importância cultural se não seguisse um estilo de poderes similar ao do Superman? Acho que a reprovação da Gal Gadot por ser "magra demais e ter músculos de menos" mostra pra que lado da balança essa resposta tende a pesar mais. (detalhe: a força da Mulher-Maravilha não precisa de músculos saltados pra existir).

Você sabe que a situação está crítica quando 1- a atriz tá se matando pra ganhar músculo e continuam não botando fé; 2- a primeira opção dos fãs pro papel era uma lutadora de MMA

O problema, talvez, não esteja nos poderes das super-heroínas em si, mas na nossa concepção do que um bom super-poder significa.

Não faço muita ideia do que seria um poder mais relacionado aos atributos femininos - ficar invisível e controlar o tempo é que não deve ser -, e até acho que essa coisa de  características típicas de um só sexo é, por si só, um estereótipo horrível. De qualquer forma, se a gente considerar que um estereótipo masculino está sendo favorecido em favor do que é considerado feminino, continua um ponto a ser questionado. 

Outra coisa que a Eleanor parece não lembrar é que são os super-heróis que definem os seus poderes, e não o contrário. Não importa se algum roteirista teve a ideia brilhante de fazer a Susan Storm se chamar Mulher Invisível e ser capaz de... ficar invisível, mas, sim, como essa condição será trabalhada em cima da ideologia da personagem e a evolução da relação entre ela e suas habilidades ao longo do tempo. É fácil condenar uma personagem só por algo que lhe foi imposto canonicamente em uma época diferente e que já se tornou ultrapassado, mas o que isso significa pra ela? Como é desenvolvido dentro da história? Quem é a personagem por trás do poder?

A Kitty é um exemplo tão bom disso. A vida toda ela foi julgada pelos outros por seu poder - e, logo, ela própria - ser passivo e inútil em combate. Sempre foi considerada a criança frágil e desarmada. Mas, hoje, ela tá aí, sendo uma das personagens mais importantes e fortes (em inúmeros sentidos) dos X-Men, provando totalmente o contrário.

Detalhe que a força não vem só do "pensar" e usar o poder: vem do fato de saber como usá-lo direito e dos anos de treino e esforço para aprender como fazer isso. O mesmo vale pras outras personagens.

Acho que o que mais queremos (e precisamos), no final das contas, são bons personagens, e não bons super-poderes. 

Eu estava entrando em uma crise ao escrever tudo isso porque é uma questão tão complicada. Se de um lado os poderes que vêm do pensamento parecem desrespeitosos para a Eleanor, os provenientes somente de força bruta não são muito melhores pra mim. É difícil achar um meio termo que não seja "ofensivo" pra ninguém. O ideal mesmo seria que qualquer personagem tivesse qualquer tipo de poder e acabasse essa divisão idiota entre poderes de homem e de mulher, mas ainda há um longo caminho até chegarmos nesse paraíso da igualdade.

Resumindo o texto:

Você ganhou, Eleanor. Mas eu também ganhei muito hoje.

DROGA, acabo de lembrar que Eleanor & Park se passa na década de 80 e envolve quadrinhos muito mais datados dos que eu leio. Metade dos meu argumentos contra ela perderam o sentido e, considerando o contexto, ela tem muito mais razão em criticar do que eu imaginava. 

Mas valeu pela discussão. Eu acho que nunca pensei de verdade sobre esse assunto de acordo com esse ponto de vista — que é até bastante polêmico e nem sei até onde eu concordo com ele  e poderia escrever sobre muitos outros para analisar de ângulos diferentes (talvez com menos ódio da Eleanor da próxima vez). Só que a gente ainda vai voltar a falar disso no CC. Até agora, a Dana já escreveu dois posts resposta a esse aqui!!! Fiquem de olho. Por enquanto, estou ansioso pra saber o que você acha disso tudo também. 


*caso não tenha ficado claro, eu NÃO LI Eleanor & Park e esse trecho foi analisado totalmente fora de contexto, apenas como base para uma discussão maior sobre o assunto. Ignore se alguma das coisas que eu disse contradizer algo que foi dito em outro trecho do livro. 
**Ah, e eu não lembro com as exatas palavras o que o Affonso disse e posso ter guiado a fala dele para uma direção que não era a original. Se isso aconteceu, não foi a intenção. 

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10 comentários

  1. ADOREI O POST! Eu achei que a quote tinha se perdido no espaço-tempo e, de repente, BUM, discussão.

    Antes de tudo, eu queria dizer que a Eleanor é uma chata mesmo, mas só tenho amor por ela <3

    Eu acho que Eleanor não quis dizer que as X-men eram fracas ou tinham poderes ruins. Ela só apontou o fato do sexismo pelos personagens serem quase que completamente separados em: músculos (homens) e cérebro (mulheres). Quando ela diz que "Ela controla o clima com a mente; também é só pensamento" não fica implícito que ela acha a Tempestade uma fracassada/inútil, só diz que ela, bom, controla as coisas com a mente. O problema é jogar sempre os personagens nesses estereótipos de homem é bruto, mulher é delicada, como vc citou.

    Quer dizer, eu trocaria FÁCIL Wolverine e Ciclope por Tempestade e Jean Grey. Os poderes delas são MUITO melhores. Raios! Ler Mentes! Levitar coisas! VOAR! Nossa, Ciclope é completamente redundante no time com a Tempestade presente.

    Agora, sobre o estereótipo do "poder masculino" ter vantagem sobre o "poder feminino", acho que tem um pouco a ver com o tipo de histórias que as pessoas preferem (ou estão acostumadas) a ver em HQs e filmes de super-herói: ação e pancadaria. Imagina uma cena em que o herói entra num galpão com, sei lá, 30 inimigos. Se o herói em questão for o Wolverine, vai dar numa lindíssima cena de luta de meia hora. Se for a Tempestade, vai dar 1 min com ela voando e eletrocutando a galera sem muito esforço. A Kitty só sai andando e ignora as pessoas. Então, acho que o ponto é que as habilidades ~físicas~ empolgam mais que as ~mentais~

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    1. Felipe! UAHUAHA Eu tava no e-mail do CC, vi sua mensagem (que, detalhe, nem era pra mim) na caixa de entrada e não consegui tirar o assunto da cabeça. Li várias vezes e fiquei remoendo o assunto até explodir tudo nesse post aqui. COISAS DA VIDA.

      Eu acho que acabei chegando à essa conclusão também. Depois de terminar de escrever, fiquei meio com dó do tanto que eu critiquei a Eleanor, porque ela tem muita razão em ficar incomodada. Mas como eu disse no post, acho que foi o tom que ela disse, sabe? O Park parece tão pacífico e ela vem atacando desse jeito (?????) Despertou uma fúria que eu não conhecia em mim, ainda que por um motivo fútil e até um pouco injustificável da minha parte. Eu não li o livro ainda, mas procurei vários trechos relacionados ao assunto quando fui escrever e a minha imagem dela só piorou.

      Essa coisa que você disse sobre o que as pessoas gostam de ver em ação em HQs e filmes é completamente verdade. Só que o problema nem é o que as pessoas "gostam" de ver, mas o modo como mostram em si. Por mais que pancadaria seja legal, tem infinitas maneiras de fazer as batalhas com esses poderes mentais boas também. Mas os produtores desse tipo de material é que não estão aproveitando direito.

      É só pegar a Kitty como exemplo: nos filmes de X-Men, o que ela faz? Foge. Sai correndo atravessando as paredes. Senta e fica mandando a mente dos outros pro passado. O que é uma coisa absurda, já que os poderes dela podem ser explorados de mil formas em combate, tanto que as minhas cenas de luta preferidas das HQs tem ela no meio. Mas NINGUÉM aproveita isso. Só aproveitam as garras do Wolverine ou qualquer coisa do tipo.

      Por mais que eu queira ver os personagens quase como entidades vivas e não ficar julgando só seus conceitos superficiais, é fácil esquecer de quem é a real culpa: das pessoas por trás deles. Os responsáveis por extrair o máximo de cada um para que eles possam ter suas habilidades exaltadas, sejam elas quais forem. Enquanto essas mentes continuarem pensando desse jeito, o sexismo dessas mídias vai continuar existindo.

      (Ah, uma pessoa que entende de personagens femininas: Joss Whedon. Foi ele que fez eu me apaixonar pela Kitty e ver quanto potencial ela tinha. Vou te deixar esse link com um pequeno compilado de páginas durante a fase dele em que ela tá sendo a melhor personagem do mundo http://arousinggrammar.com/2014/05/26/kitty-pryde-vs-emma-frost/

      Aliás, quero dizer que ele também está conseguindo fazer eu ficar empolgado com a Feiticeira Escarlate em Vingadores, por mais que nunca tenha visto ela usar os poderes de um jeito legal nas HQs. ESSE HOMEM FAZ MILAGRES)

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  2. Cara, que post LEGAL!
    Tipo, li "Eleanor & Park" ano passado e fiquei meio assim sei lá com a posição de Eleanor. Pensei "PQ ELA TÁ FALANDO ISSO?! ELAS SÃO TÃO LEGAIS!"
    Hoje a discussão sobre sexismo é muito mais aberta e sem tanto tabu. Se ainda hoje temos desafios, imagina nos anos 80! (É super importante ressaltar o contexto-tempo-espaço.) Mas olhando o todo (e, sim, levo em consideração as letrinhas pequeninas que dizem que não leste o livro. NÃO ESPERE, AMG, LEIA, SÉRIO ♥) fazia muito sentido levantar essa questão, ainda mais levando em consideração todo o contexto que Eleanor estava vivendo. Sua perspectiva de mundo (inclusive sobre os quadrinhos) refletia do seu dia-a-dia, que era, infelizmente, passivo. Talvez eu queira filosofar sobre coisas que fujam da sua questão principal, porém não posso me desvincular totalmente do que a personagem representa e o que - da minha perspectiva - a leva pensar da forma que pensa.
    Eu realmente achei meio sem sentido o comentário de Eleanor na hora, porque obviamente que as super-heroínas também são demais e quebram tudo e podem lidar com desafios intensos - e sem quebrar uma cadeira, rá. Olhando de um outro prisma, podemos encontrar uma critica intensa até nos personagens masculinos. Ora, eles só conseguem resolver as coisas na pancada?! Enfim, o sexismo está impregnado em tudo que nos cerca. Como você mesmo postou: "não dá pra negar que isso é o reflexo da ideologia sexista muito predominante na época"; isso nos alcança até hoje. Vou fechar meu comentário com uma palavra de fé: creio que aos poucos estamos rompendo essa barreira sexista. Seu post é um ótimo exemplo de que, pelo menos, a questão está sendo levantada e isso é: demais.
    QUERO OUVIR UM AMÉM!
    Beijo.

    @FernandaKaren


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    1. Poxa, Fernanda, você fez eu quebrar essa imagem horrível que eu tinha da Eleanor agora. Não fazia ideia de que isso tinha a ver com o próprio modo dela se relacionar com o mundo e tudo mais. Confesso que tava quase desistindo de ler, mas isso realmente me interessou. Prometo voltar para fazer um post analisando outros pontos referentes à Eleanor (e meio que fazendo as pazes com ela) assim que conseguir o livro.

      Esse comentários sobre os poderes masculinos foi realmente interessante! Eu nunca parei pra pensar do outro lado do problema. Por mais que as mulheres tenham sofrido infinitamente mais do que os homens nesse aspecto, eu acho que isso de resolver tudo na porrada e manter um padrão de força bruta, músculos e tudo mais também é bem prejudicial. Tipo, eu mesmo não consigo me identificar com praticamente nenhum super-herói, porque eu sou tão forte quanto um graveto - o que não acho que seja tão incomum - e odeio essa coisa de conflitos físicos. Acho que a inteligência é sempre a melhor saída. Talvez por isso me identifique mais com os poderes mentais e tenha ficado tão incomodado com esses comentários.

      Também tenho fé que a gente está mudando essa situação e conseguindo tornar as coisas mais igualitárias. Acho que não tem prova maior do que o boom de super-heroínas surgindo por agora, com uma gama muito maior de poderes, raças e ideologias. O importante é a gente não desistir de reivindicar mudanças até essa igualdade se concretizar por completo, né? Por parte do CC, pode ter certeza que não desistiremos.

      Abraços!

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  3. No contexto da década de 80, creio que realmente eu concordaria com a Eleanor. Refletir sobre isso é importante, inclusive, para avaliar o que mudou e o que ainda precisa mudar.
    Sobre a Mulher Invisível do Quarteto Fantástico: ela ganhou proeminência progressiva e uso mais criativo de seus poderes com o tempo. Além de tornar-se invisível, ela pode tornar outras pessoas ou coisas invisíveis, ou mesmo partes de objetos, além de criar campos de força (com um deles ela derrubou o HULK: criou um campo de força ao redor da cabeça dele, bloqueando inclusive o ar. Como até o Hulk precisa respirar, ele desmaiou por asfixia).

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    1. Luiz, preciso me retratar com a Mulher Invisível mesmo!!! Só fui pesquisar sobre seus poderes depois de ver uma cena dela voando com o Tocha Humana no trailer do filme que estreia esse ano e levei um susto. DESDE QUANDO ELA FAZ ISSO, MEU DEUS!!!

      Acho que isso só prova como o contexto todo dos poderes faz diferença. Ela começou só conseguindo ficar invisível e, hoje, tá nesse status que você disse.

      Aliás, adoraria sugestões de histórias em que a Sue é bem retratada desse jeito! Seria ótimo conhecer mais dela e do Quarteto em si. Pretendo comprar o encadernado do vol. 1 do Mark Waid que tá pra sair pela Panini, mas seria ótimo ter indicações de alguém que conhece a personagem.

      Abraço!

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  4. Que post interessante! Vocês são demais kkk. E realmente, se for parar pra pensar nessas coisas sempre vai ter um que irá sair insatisfeito, mas é sempre bom levantar discussões. Eu não sei como a Mistica é retratada nos quadrinhos (porque eu não leio), mas nos cinemas ela está sendo muito bem escrita. Virei fã desde o primeiro em que ela luta com o Wolverine de igual pra igual e sem demonstrar qualquer temor, e sempre protagoniza as melhores cenas de luta. Acho que o ideal é isso, tentar achar um meio termo, criar personagens variados, aí todo mundo sai contente.

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    1. "o ideal é isso, tentar achar um meio termo, criar personagens variados, aí todo mundo sai contente". Acho que você resumiu perfeitamente. Tem horas que eu fico imaginando se a gente não fica analisando demais as coisas, caçando complexidade onde não precisa ter... mas se o mundo tivesse essa diversidade toda, com personagens com os quais qualquer pessoa pudesse se identificar, não teríamos que reivindicar tanto.

      E eu também adoro a Mística nos filmes! Ok que ela anda pelada e isso é um conceito aparentemente estranho em termos de igualdade, mas combina com a personagem, né? E não teve personagem feminina melhor que ela em X-Men até agora nesse aspecto de lutas e combate com os caras. Gosto muito do jeito que ela consegue driblar todo mundo, mesmo que seu poder seja aparentemente inofensivo. É isso que faz um bom personagem.

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  5. Cara, metade do seu post foi um ataque de raiva por um trecho do livro. Você nem leu o livro antes de vir escrever isso! Você nem sabia em que época o livro se passa! Sabe o que eu acho que faltou para o post ficar interessante? Pesquisa, e deixar a raivinha de lado. Você pode ficar com raiva por criticarem algo que você gosta muito? Claro! Mas vir postar algo de cabeça quente por um quote? Meio ridículo. Não teve crítica NENHUMA no post. Foi só "AI, COMO ELA OUSA CRITICAR ELES! AI, SUA CHATA!"

    Sério, pra quê colocar algo desse nível no ar? Não é construtivo, não raciocina sobre nada, foi só um maldito ataque de raiva! E o pior é que você admitiu isso! E colocou no ar mesmo assim! Putz, mesmo já vendo muitos posts com os quais não concordei aqui no Conversa Cult, nunca me deparei com um tão ruim. Chega a doer os olhos.

    Li os outros comentários, com você já de cabeça fria. Bem melhor. Raciocínio, discussão, calma. Você podia reescrever o post, agora sem ataque de raiva nenhum, certo? Admitindo que há defeitos em muitas coisas que gostamos e tal, sabe?

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    1. Anônimo, eu indico uma segunda leitura, porque não sei se você entendeu muito bem o texto.

      Aqui dois textos importantes:

      "E o pior é que ela tá certa. Ou não? Não sei. Senta aqui, vamos descobrir."

      "DROGA, acabo de lembrar que Eleanor & Park se passa na década de 80 e envolve quadrinhos muito mais datados dos que eu leio. Metade dos meu argumentos contra ela perderam o sentido e, considerando o contexto, ela tem muito mais razão em criticar do que eu imaginava."

      Foco: "ela tem muito mais razão em criticar do que eu imaginava" <- isso é só uma das vezes que ele totalmente admite o problema.

      E, no fim, é um texto construtivo porque faz a gente discutir sobre essa questão de colocarem mulheres tendo só "poderes mentais", que ainda é forte hoje em dia, ou refletir sobre como durante esse tempo eles estão tentando desconstruir isso, ou como às vezes o modo COMO é usado pode influenciar.

      Inclusive, eu não concordei com a opinião dele na época e fiz uma série de posts com a minha opinião.

      E, por favor, se não concordar e tiver algo a acrescentar nos textos do CC, se sinta a vontade para mostrar sua opinião. Esses dias mesmo alguém mostrou um comentário transfóbico em um post antigo meu que eu não tinha visto e nem concordo, e isso é importante pra gente arrumar e aprender, se for o caso. :)

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