"Eu tenho um sonho! Um sonho sim!" já dizia Rapunzel em "Enrolados". E é com essa frase que eu abro esse post, que será dividido em dois. Dois posts para poder falar de algo que é o gás para muita gente: O sonho.
E se você tem alguém que te puxa pra baixo, lembre-se sempre que muitas coisas nessa vida devem entrar por um ouvido e sair por outro. Afinal, elas não sabem nada da sua vida e se você tem um sonho a seguir, por mais difícil que seja, não desista!
É engraçado que quando nós somos crianças as pessoas vivem nos perguntando várias coisas e, com toda a convicção do mundo, nós respondemos e colocamos um ponto final na frase. Pois é, eu era esse tipo de criança: "Ana Luíza, o que você quer ser quando crescer?" "Atriz, Bióloga, Veterinária, Jornalista e Mergulhadora.". "Ana Luíza, qual é o seu sonho?" "Virar Atriz.". "Ana Luíza, qual é o lugar que você sonha em conhecer?" "Eu vou pra Disney!".
Pois é, dessas três perguntas que me fizeram quando eu tinha uns cinco ou seis anos, só uma delas se tornou real. O sonho de conhecer a Disney. Também, antes de conhecer a Disney, meus sonhos mudaram. Minha cabeça mudou e tudo que estava ao meu redor também.
Se você acha que eu fui fazer faculdade de teatro e sou uma super atriz, desculpa decepcionar, mas não. Meu sonho de ser atriz se tornou pequeno diante de tantos outros que vieram. Sonhei sim, em estar na redação de um jornal grande como NY Times, mas não era isso que eu queria. Quando eu vi que a carreira de atriz não ia dar em nada e por mais que todos os meios e formas não tivessem sido esgotados por mim, eu acabei desistindo. Confesso que doeu muito constatar algo que eu não queria. Eu acreditei no meu potencial, eu tentei correr atrás de todas as formas, mas eu falhei. Viver com a falha de que eu não consegui realizar um sonho foi um pesadelo.
No meio dessa mistura de sentimentos, eu tinha que ter um plano B que era fazer jornalismo, só que aí eu conheci o Cinema. Não o cinema que os espectadores veem, vi o Cinema na sua forma crua e bela. Desde o desenvolvimento do roteiro até a finalização... E nessa, eu me apaixonei perdidamente. Eu tinha um novo sonho. O sonho de virar cineasta.
Entrei na faculdade e foi só decepção atrás de decepção. Tinha muita panelinha entre os veteranos. Eu, por mais que não pareça, sou tímida com pessoas que eu não conheço e quando eu tento enfrentar, bem... Às vezes dá certo, outras não. Eu tentei, tentei, tentei. Até que fiz a primeira produção da faculdade e foi a pior coisa do mundo. As pessoas fizeram eu me sentir como um lixo. Me senti na 5ª série e todas àquelas pessoas praticando bullying comigo. Foi horrível. Fiquei doente no final das filmagens e assim que tive a oportunidade, me afastei da produção. Me questionei trocentas vezes se era isso que eu queria. Eu não podia avaliar por uma única experiência. Aguardei as outras produções.
A segunda, a experiência foi um pouco melhor, estava entre amigos e era assistente de uma amiga. A terceira foi melhor, porque eu entrei na produção de um filme como continuísta (como eu contei no Buscando o Meu Lugar). A quarta experiência foi com um grupo totalmente diferente, de outra faculdade, onde conheci pessoas incríveis. A quinta, eu estava com pessoas que eu já tinha trabalhado antes e foi incrível.
Para explicar melhor: na minha faculdade, a PUC-Rio, existe o Pitching, um sistema de banca onde a gente apresenta o nosso projeto de Filme II (que é uma ficção. O Projeto de Filme I é um documentário) para uma banca que avalia se o projeto é cabível para o orçamento de R$ 10 mil que a faculdade dá (em forma de reembolso) e quatro projetos são aprovados.
Eu e uma amiga apresentamos projeto II. Nós não passamos. No dia que foram anunciados os ganhadores de Projeto II, eu chorei. Eu acreditava no meu projeto, eu fiz dez amigos acreditarem no projeto e formei uma equipe. O que eu tinha feito de errado para os meus professores não acreditarem no meu projeto? Questionei, pensei e repensei. Quando eu cheguei a conclusão que eu não tinha feito nada de errado, eu levantei a cabeça e fui para a aula ouvir o professor falar dos projetos aprovados.
Durante aula, o professor falou que o melhor roteiro, o que estava bem estruturado era o meu (e aí você se pergunta, UÉÉÉÉ por quê não passou então? Porque era um história clichê. That's OK!). E na separação da turma para criar as quatro equipes, o professor olhou pra mim e perguntou:
- E você? O que você quer fazer? Quer desenvolver o projeto ou entrar em alguma equipe?
- Posso desenvolver meu projeto e filmar em algum dia?
- Pode, eu posso te dar equipamento de luz de graça se você pagar o gaffer*.
- E o som?
- Também arrumo pra você.
(* gaffer é como chamamos o cara que cuida da luz, tipo o eletricista pra nada pegar fogo).
(* gaffer é como chamamos o cara que cuida da luz, tipo o eletricista pra nada pegar fogo).
Foi aí que eu vi que nem tudo estava perdido. Eu olhei pra minha amiga, que é a produtora do projeto e falei: "Dinheiro não é problema. Eu tenho uma grana guardada e a gente dá um jeito. Família tá aí pra isso!". E ela me respondeu: "Ana, vamos focar em melhorar o projeto e depois a gente pensa nisso?". Aí, ela colocou meus pés no chão.
Desenvolvemos o projeto durante todo o período letivo junto com os professores (que quando descobriram que eu ia fazer o filme de qualquer jeito, deram uma força incrível). Hoje, eu sei que a reprovação do pitching não foi uma mensagem do tipo: "Querida, muda de profissão", mas sim "Aloalo, vamo melhorar o projeto porque você tem potencial para ficar melhor!". Tenho certeza que se eu sou aprovada em agosto, meu filme não teria metade da sensibilidade que teve, pelo menos no roteiro...
Enfim, nasceu "Adeus"!
(esse post continua... em outro post! :P)
Desenvolvemos o projeto durante todo o período letivo junto com os professores (que quando descobriram que eu ia fazer o filme de qualquer jeito, deram uma força incrível). Hoje, eu sei que a reprovação do pitching não foi uma mensagem do tipo: "Querida, muda de profissão", mas sim "Aloalo, vamo melhorar o projeto porque você tem potencial para ficar melhor!". Tenho certeza que se eu sou aprovada em agosto, meu filme não teria metade da sensibilidade que teve, pelo menos no roteiro...
Enfim, nasceu "Adeus"!
(esse post continua... em outro post! :P)
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4 comentários
Oi Ana Luíza! Descobri o blog por acaso, pesquisando algumas críticas sobre o livro "O apanhador no campo de centeio" e vim parar aqui! Enfim, parabéns pela inciativa e pelo projeto, com certeza passarei a acompanhar o blog!
ResponderExcluirE quanto ao post de hoje, realmente muitas derrotas em nossas vidas acontecem para que grandes vitórias venham mais tarde, na hora certa!
Abraços.
Kamilla Miglioranza
Oi, Kamilla!
ExcluirFoi exatamente isso que eu pensei: uma derrota não quer dizer que eu perdi a guerra. E, claro, tudo tem seu momento.
Bem-vinda ao ConversaCult! \o/
Isso de sonho é muito legal e ao mesmo tempo bem estranho, a nossa mente muda muito né? Mas quando temos lá no fundo a certeza do que queremos para nossa vida não deixamos de buscar nunca. Parabéns por todo esforço e empenho! Eu tive uma experiência parecida com meu TCC de administração. Criei um projeto incrível, lindo e bem-feito e tive um retorno bem negativo dos professores, por causa de uns erros pontuais que eu e meu grupo cometemos, mas como disse meu professor de banca: - "Só se aprende errando!"
ResponderExcluirE a gente, não pode ter medo de errar.
Bjo.
Allan, é isso que eu to fazendo. Muita gente quer que eu vá para vários festivais com o filme, mas caso isso não aconteça: Bola pra frente!
ExcluirEsse não vai ser o primeiro nem o último projeto que eu colocarei em prática, então cada coisa em seu momento.
Beijão!