Batman vs Superman CCSexta

Mulher Maravilha: da Polêmica ao Cinema

28.11.14vics


O quê que a Maravilha tem?

Embora todos os CCSexta anteriores fossem abrir caminho e eventualmente resultar nessa postagem em especial, foi durante a composição deste que me deparei com algo que eu não esperava: o quanto é difícil responder a pergunta que eu lancei na semana passada (sem vaguear muito pelo assunto, porque rende pra muchacho!): o mundo está pronto para a Maravilha?


No começo do mês, a gente começou esse especial falando sobre a nova fase das adaptações da DC e da Marvel. Na semana seguinte, celebramos todas as participações que as super-heroínas fizeram nessas produções. No terceiro texto, demos uma ênfase maior na Mulher Maravilha, explorando os processos de adaptações que a personagem sofreu até então.

VAI MARAVILHA VAI

Unindo tudo, vimos que esse mundo de adaptações é grandioso, e que é dominado pelos super-heróis do gênero masculino. Então percebemos que há um território pouco explorado, que será “inaugurado” pela Mulher Maravilha



RECEPÇÃO & ORIGEM
Com o acerto da DC em O Homem de Aço (2013), a empresa decidiu expandir esse mundo, não só introduzindo a Liga da Justiça no vindouro Batman e Superman: Alvorecer da Justiça, como também confirmaram um filme solo da Mulher Maravilha. Porém, uma vez que o filme já começou sendo bastante criticado desde o seu anúncio, não foi difícil acharem alguns defeitos em Gal Gadot, intérprete de Diana nos cinemas. 

As pessoas não só sentiram falta do atributos mamários da Amazona, como também das icônicas cores da bandeira norte-americana no uniforme apresentado na primeira foto oficial da personagem (como você vê na imagem ao lado), que trazia uma Diana super-bronzeada em roupas de cores opacas e uma ideia mais dourada/cromática.

Ainda há a polêmica quanto a origem dela, que foi alterada recentemente nos quadrinhos com Os Novos 52 e deve ser seguida pela equipe criativa de Alvorecer da Justiça e, portanto, de Mulher Maravilha (filme).

Na primeira versão, Hipólita, deusa grega e Rainha das Amazonas, fez Diana do barro, exatamente com o mesmo conceito que Deus usou ao criar Adão, sendo que o sopro de vida foi dado por Afrodite, a deusa do amor.  Após o seu nascimento, os deuses presenteiam Diana com dons e alguns presentes, como o Laço da Verdade.

Na Os Novos 52, Hipólita engravida de Zeus, germinando em Diana, a semideusa. Porém, a Rainha das Amazonas engana à todos dizendo que a Princesa foi moldada em barro, remetendo à primeira versão. Aqui, novamente, Diana ganha presentes e dons dos deuses.


O MUNDO ESTÁ PRONTO?
O público parece estar pronto para receber a Mulher Maravilha, ainda que o medo de dar errado ou o medo de não ser feito certo esteja se manifestando fortemente.

É verdade que eu não posso dizer pelo o mundo, mas eu vejo que há uma certa afirmação do lado dos fãs, que estão buscando acreditar que dessa vez Diana não só verá a luz do dia, como será transposta de uma forma digna, encaixando-se no perfil da super-heroína. Há quem publique sua ideia para o mundo todo (como o meu caso, ou esse que a Dana me mostrou e acabou influenciando esse texto), ou o que guarda para si mesmo.

Eu acredito estar mais do que pronto (eu), já que acompanho esse mundo há mais ou menos uma década e estou ciente das minhas opinião pela metade dele, esperando pelo o dia em que eu veria a Liga da Justiça em um live-action. Mas, é claro, o medo está sempre lá e as vezes eu fico com a pulga atrás da orelha em relação à tudo isso, principalmente pelo o carinho que eu nutro pela personagem.

Poster fan-made

A Liga da Justiça foi o primeiro vínculo que eu criei com o mundo dos super-heróis, sendo que a Princesa de Temiscira rapidamente tornou-se uma de minhas favoritas.

Nunca entendi o motivo de tanto amor. Talvez fosse o fator “mitologia grega” que Diana trazia em sua história, ou só pelo simplório fato de ela ser uma mulher e ser tão badass. De uma forma ou de outra, lá estava a Mulher Maravilha para ilustrar os meus sonhos.

E havia algo, que até pouco tempo atrás não tinha parado para perceber, também ligado à sua história. Diana viveu durante grande parte da vida na Ilha de Temiscira, rodeada por mulheres/Amazonas que acreditavam que o Homem era uma raça descartável, cruel, destrutiva, ou sei lá o que mais. Mas logo depois ela se aventura no Mundo d’Eles, presenciando uma verdade não tão cruel assim, e, curiosamente, juntando-se, anos depois, com uma equipe que ela liderada por um homem e além dela, só possui mais uma mulher.

Sendo assim, para mim, o medo maior está na possibilidade de não colocar em Diana toda essa carga que vai dar à personagem uma personalidade tridimensional, profunda e complexa, exatamente como todo o ser humano existente na Terra carrega consigo. Há esse receio por eu acreditar que seja de suma importância, assim como apresentar características feministas.


FATOR FEMINISMO
Durante toda a transposição de Diana para as telas, é preciso ter em mente que acima de tudo, ela é uma mulher, e que por assim ser, deve funcionar dentro desses ideais, e não participar de esteriótipos gerados pela a construção que o homem em questão vai dar à ela.


É preciso garantir que a super-heroína (e todas as que vão segui-la) não nasça de uma forma implicitamente inferior ao seu igual do sexo masculino, quebrando com o quadro que elas só existem dentro de equipes dominadas por homens. Mesmo com todas aquelas mulheres que citamos, nós não temos nenhuma super-heroína vital para a trama. Aliás, nenhuma super-heroína com super-poderes.

A Mulher Maravilha mostra-se importante em diversos sentidos e por ser a primeira dessa nova época, ela precisa estabelecer um território que seja construtivo e benéfico para a imagem da mulher e da super-heroína que irá ser estabelecida depois dela, seja no universo Marvel ou DC, colocando-a pela “primeira vez” não só como um “objeto bonito” dentro do time masculino, mas alguém tão capaz como os próprios.

Mas e aí, o que você acha de tudo isso? O mundo está pronto para Diana? Você está pronto para ela? A discussão está oficialmente aberta! Vem e compartilha com a gente!



Esse é o mês das Super-Heroínas no CC! Leia os outros posts aqui.



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O autor desse texto é o VICS, o moço simpático da foto ao lado, e, sim, vics tem um blog! Sou blogueiro há mais de cinco anos, e já passei por diversos projetos até chegar aqui. Me deparei com a Dana há alguns anos e esse é o meu primeiro "projeto colaborativo" desde que nos conhecemos (na verdade, é o meu primeiro, ponto). Este é o meu último texto, parte de um especial sobre... quadrinhos? Quadrinhos.
Agradeço a todo mundo que acompanhou e um beijo especial pra Dana!


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2 comentários

  1. Concordo com tudo o mundo está pronto para a mulher maravilha, principalmente depois que eu assisti liga da justiça ponto de ignição que na minha humilde opnião deveria virar um filme, eles dão a Diana bastante foco nesse desenho e eu adorei ver a Diana tentando "dominar o mundo".
    Eu também gostaria muuuito de ver a Shayera estrelando um filme e sinto falta das pessoas lembrarem dela, porque aka ela é minha personagem favorita.

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  2. Oh god, amei esse texto. Também sou apaixonada pela mulher maravilha e sempre senti falta de super heroínas protagonizando os filmes. Creio que a força do movimento feminista já está chegando aos poucos aos quadrinhos e filmes, portanto a situação só tende a melhorar *-*'

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