O quê que a Maravilha tem?
Embora todos os CCSexta anteriores fossem abrir caminho e eventualmente resultar nessa postagem em especial, foi durante a composição deste que me deparei com algo que eu não esperava: o quanto é difícil responder a pergunta que eu lancei na semana passada (sem vaguear muito pelo assunto, porque rende pra muchacho!): o mundo está pronto para a Maravilha?
No começo do mês, a gente começou esse especial falando sobre a nova fase das adaptações da DC e da Marvel. Na semana seguinte, celebramos todas as participações que as super-heroínas fizeram nessas produções. No terceiro texto, demos uma ênfase maior na Mulher Maravilha, explorando os processos de adaptações que a personagem sofreu até então.
VAI MARAVILHA VAI |
Unindo tudo, vimos que esse mundo de adaptações é grandioso, e que é dominado pelos super-heróis do gênero masculino. Então percebemos que há um território pouco explorado, que será “inaugurado” pela Mulher Maravilha.
RECEPÇÃO & ORIGEM
Com o acerto da DC em O Homem de Aço (2013), a empresa decidiu expandir esse mundo, não só introduzindo a Liga da Justiça no vindouro Batman e Superman: Alvorecer da Justiça, como também confirmaram um filme solo da Mulher Maravilha. Porém, uma vez que o filme já começou sendo bastante criticado desde o seu anúncio, não foi difícil acharem alguns defeitos em Gal Gadot, intérprete de Diana nos cinemas.
Ainda há a polêmica quanto a origem dela, que foi alterada recentemente nos quadrinhos com Os Novos 52 e deve ser seguida pela equipe criativa de Alvorecer da Justiça e, portanto, de Mulher Maravilha (filme).
Na primeira versão, Hipólita, deusa grega e Rainha das Amazonas, fez Diana do barro, exatamente com o mesmo conceito que Deus usou ao criar Adão, sendo que o sopro de vida foi dado por Afrodite, a deusa do amor. Após o seu nascimento, os deuses presenteiam Diana com dons e alguns presentes, como o Laço da Verdade.
Na Os Novos 52, Hipólita engravida de Zeus, germinando em Diana, a semideusa. Porém, a Rainha das Amazonas engana à todos dizendo que a Princesa foi moldada em barro, remetendo à primeira versão. Aqui, novamente, Diana ganha presentes e dons dos deuses.
O MUNDO ESTÁ PRONTO?
O público parece estar pronto para receber a Mulher Maravilha, ainda que o medo de dar errado ou o medo de não ser feito certo esteja se manifestando fortemente.
É verdade que eu não posso dizer pelo o mundo, mas eu vejo que há uma certa afirmação do lado dos fãs, que estão buscando acreditar que dessa vez Diana não só verá a luz do dia, como será transposta de uma forma digna, encaixando-se no perfil da super-heroína. Há quem publique sua ideia para o mundo todo (como o meu caso, ou esse que a Dana me mostrou e acabou influenciando esse texto), ou o que guarda para si mesmo.
Eu acredito estar mais do que pronto (eu), já que acompanho esse mundo há mais ou menos uma década e estou ciente das minhas opinião pela metade dele, esperando pelo o dia em que eu veria a Liga da Justiça em um live-action. Mas, é claro, o medo está sempre lá e as vezes eu fico com a pulga atrás da orelha em relação à tudo isso, principalmente pelo o carinho que eu nutro pela personagem.
Poster fan-made |
A Liga da Justiça foi o primeiro vínculo que eu criei com o mundo dos super-heróis, sendo que a Princesa de Temiscira rapidamente tornou-se uma de minhas favoritas.
Nunca entendi o motivo de tanto amor. Talvez fosse o fator “mitologia grega” que Diana trazia em sua história, ou só pelo simplório fato de ela ser uma mulher e ser tão badass. De uma forma ou de outra, lá estava a Mulher Maravilha para ilustrar os meus sonhos.
E havia algo, que até pouco tempo atrás não tinha parado para perceber, também ligado à sua história. Diana viveu durante grande parte da vida na Ilha de Temiscira, rodeada por mulheres/Amazonas que acreditavam que o Homem era uma raça descartável, cruel, destrutiva, ou sei lá o que mais. Mas logo depois ela se aventura no Mundo d’Eles, presenciando uma verdade não tão cruel assim, e, curiosamente, juntando-se, anos depois, com uma equipe que ela liderada por um homem e além dela, só possui mais uma mulher.
Sendo assim, para mim, o medo maior está na possibilidade de não colocar em Diana toda essa carga que vai dar à personagem uma personalidade tridimensional, profunda e complexa, exatamente como todo o ser humano existente na Terra carrega consigo. Há esse receio por eu acreditar que seja de suma importância, assim como apresentar características feministas.
FATOR FEMINISMO
Durante toda a transposição de Diana para as telas, é preciso ter em mente que acima de tudo, ela é uma mulher, e que por assim ser, deve funcionar dentro desses ideais, e não participar de esteriótipos gerados pela a construção que o homem em questão vai dar à ela.
É preciso garantir que a super-heroína (e todas as que vão segui-la) não nasça de uma forma implicitamente inferior ao seu igual do sexo masculino, quebrando com o quadro que elas só existem dentro de equipes dominadas por homens. Mesmo com todas aquelas mulheres que citamos, nós não temos nenhuma super-heroína vital para a trama. Aliás, nenhuma super-heroína com super-poderes.
A Mulher Maravilha mostra-se importante em diversos sentidos e por ser a primeira dessa nova época, ela precisa estabelecer um território que seja construtivo e benéfico para a imagem da mulher e da super-heroína que irá ser estabelecida depois dela, seja no universo Marvel ou DC, colocando-a pela “primeira vez” não só como um “objeto bonito” dentro do time masculino, mas alguém tão capaz como os próprios.
Mas e aí, o que você acha de tudo isso? O mundo está pronto para Diana? Você está pronto para ela? A discussão está oficialmente aberta! Vem e compartilha com a gente!
Esse é o mês das Super-Heroínas no CC! Leia os outros posts aqui.
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O autor desse texto é o VICS, o moço simpático da foto ao lado, e, sim, vics tem um blog! Sou blogueiro há mais de cinco anos, e já passei por diversos projetos até chegar aqui. Me deparei com a Dana há alguns anos e esse é o meu primeiro "projeto colaborativo" desde que nos conhecemos (na verdade, é o meu primeiro, ponto). Este é o meu último texto, parte de um especial sobre... quadrinhos? Quadrinhos.
Agradeço a todo mundo que acompanhou e um beijo especial pra Dana!
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2 comentários
Concordo com tudo o mundo está pronto para a mulher maravilha, principalmente depois que eu assisti liga da justiça ponto de ignição que na minha humilde opnião deveria virar um filme, eles dão a Diana bastante foco nesse desenho e eu adorei ver a Diana tentando "dominar o mundo".
ResponderExcluirEu também gostaria muuuito de ver a Shayera estrelando um filme e sinto falta das pessoas lembrarem dela, porque aka ela é minha personagem favorita.
Oh god, amei esse texto. Também sou apaixonada pela mulher maravilha e sempre senti falta de super heroínas protagonizando os filmes. Creio que a força do movimento feminista já está chegando aos poucos aos quadrinhos e filmes, portanto a situação só tende a melhorar *-*'
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