as vantagens de ser invisível
Banned books week
Você está proibido de ler esse livro!
27.9.14AnônimoProibido de ler um livro? Como assim? Imagine uma realidade onde até o John Green fosse abolido das escolas, livrarias, bibliotecas e locais em geral. É a questão que a Semana dos Livros Banidos (Banned Books Week) tenta trazer em debate, além de manifestar a liberdade de leitura. Afinal, vivemos em uma sociedade democrática e live para a expressão pública. Mas será que isso se aplica também à literatura?
Prepare-se para as atrocidades: já ouvimos histórias de livros destruídos, bibliotecas queimadas, casos que vem desde as Cruzadas na Idade Média, percorrendo iluminismo, ditaduras, guerras... Se você pensou que dobrar uma página ou usar uma orelha era um absurdo, os livrinhos já passaram por muita coisa pior! Porém o projeto da Semana de Livros Banidos vem como uma proposta mais atual de chamar a atenção para essa causa, que por incrível que pareça, acontece até hoje. A ideia nasceu nos EUA, em 1982, nas mãos da ativista Judith Krug, e vem sendo abordada por clubes do livro, encontros, palestras, entre outros. A semana nesse ano foi de 21 a 27 de setembro.
Mas afinal, o que leva hoje um livro a ser proibido? Segundo uma reportagem do The Huffington Post, existem alguns livros que são "desafiados" (do inglês, a challenge), onde o autor ou a editora recebem notificações pela história conter algum tipo de conteúdo impróprio, baseadas nas objeções de um determinada pessoa ou grupo. Já o banimento é a exclusão total do material em comércio. O que leva cada um a diversas interpretações. Porém, aqui abaixo, vamos à lista de alguns dos livros que foram "desafiados" a serem tirados de circulação nos últimos anos e que são nossos conhecidos. Pelos motivos relatados, vocês tirem as suas próprias conclusões.
- Os treze porquês, por Jay Asher: conteúdo sobre drogas/ álcool/ fumo, sexo, suicídio, inapropriado para um determinado grupo de idade.
- Cinquenta tons de cinza, por E. L. James: linguagem ofensiva e conteúdo sexual explícito.
- Jogos Vorazes, por Suzanne Collins: ocultista/satanista, visão religiosa, inapropriado para um determinado grupo de idade, conteúdo sexual explícito e violência.
- As vantagens de ser invisível, por Stephen Chbosky: drogas, nudez, homossexualidade, linguagem ofensiva, conteúdo sexual explícito e inapropriado para um determinado grupo de idade.
- Crepúsculo, por Stephenie Meyer: criticado pelo ponto de vista religioso, inapropriado para um determinado grupo de idade
- Série Gossip Girl, por Cecily von Ziegesar: linguagem ofensiva, conteúdo sexual explícito e inapropriado para um determinado grupo de idade.
- Quem é você Alasca?, por John Green: inapropriado para um determinado grupo de idade, conteúdo sexual explícito e linguagem ofensiva.
Todos esses exemplos e motivos foram tirados deste site oficial do projeto. Lá você pode conferir todos os outros livros banidos, classificados por ano, em um top 10. Os que foram mostrados aqui foram alguns exemplos mais recentes, mas a gente sabe que Harry Potter, George Orwell, entre muitos outros, foram extremamente criticados por conta de assuntos usados nas histórias. O que mais me assustou foi principalmente a recenticidade desses dados, e saber que em pleno 2014, a literatura ainda sofre com esse tipo de coisa. Um livro realmente deve ser taxado pelo seu conteúdo, receber aquela classificação indicativa, ou livros são livres para expressar suas narrativas? Será então que entramos na esfera do preconceito? John Green fala um pouco sobre isso abaixo, quando descobriu que Quem é você Alasca? tinha entrado nessa "lista negra":
Cada um tem seus motivos e convicções para não ler algum livro. Pode ir contra os valores e opiniões, talvez. Mas generalizar um conteúdo que tem algo inapropriado, não seria uma falha? Um julgamento de um grupo representando uma massa de leitores? Pelo menos nos exemplos dados, sabemos que o que foi julgado como impróprio, faz parte de algo muito maior e é extremamente importante para o crescimento da narrativa e também da nossa experiência. Nada é um mar de rosas, e ocultar isso também pode ser um erro. Qual tal aproveitar e cheirar, abraçar, ler e amar também um livro banido?
Pam Fardin
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Pam Fardin
3 comentários
Recentemente li um livro chamado NADA, de Janne Teller. Ele começa com um garoto dizendo que nada faz sentido algum e seus colegas resolvem criar uma pilha de significados para a vida: cada um doa algo que faça sua vida valer a pena para um depósito.
ResponderExcluirA história se inicia assim. Bem simples. Porém, tudo ganha uns ares macabros quando eles percebem que não estão se desfazendo das coisas que mais precisam, mas de algumas que não precisam tanto assim. Tudo culmina num final bem estranho e sombrio (que ainda não decidi se gostei ou não).
O fato é que este livro foi banido da Escandinávia. Quando notei que eles foi escrito há tão pouco tempo pensei a mesma coisa que você, Pâmela: como estas coisas acontecem nesta década???
Desta lista, já dei uma lida em "13 Porquês", "Quem é você, Alasca?", "Jogos Vorazes" e "As Vantagens de Ser Invisível". Não creio que nenhum deles tenha "potencial" para ser banido também, mas uma colega minha disse que a mãe a proibiu de ler o livro do Jay Asher porque ela notou que a filha estava ficando depressiva demais durante a leitura. (!!!!)
Adorei a postagem ;)
andrecefalia.
André!!! Posso dizer? Sou louca para ler "Nada" há um tempão! Cada vez que vejo algum comentário sobre o livro fico com ainda mais vontade de lê-lo. =)
ExcluirLivros banidos, ao contrário do que dizem, são aqueles que devem sim ser lidos. Acredito que o livro tenha que sacudir, desestruturar o leitor, fazê-lo enxergar fora da caixinha. Muitos desses livros banidos/criticados me foram essenciais e inesquecíveis, como 1984, do Orwell. E, pessoalmente, acho que o fato de sabê-lo banido aguça a curiosidade do leitor, não?!
ResponderExcluirBeijos, Livro Lab