2014 bárbara morais

Diários de uma Bienal

2.9.14João Pedro Gomes


E aí, pessoal, como vocês estão? Bem? Pois eu estou péssimo. Simplesmente porque o final de semana passado foi um dos melhores da minha vida e ele acabou (estou tão mal que demorei uma semana pra escrever esse post). Alguém me leva de volta pra São Paulo, por favor? Sim, São Paulo! Depois de meses de planejamento, consegui juntar dinheiros e coragem pra ir sozinho pra capital - que eu só conhecia pela  TV, observem - e fazer um monte de coisa diferente. O que inclui ir pra bienal, turistar na Paulista, conhecer amigos de outros estados… e eu já falei sobre a visita à Companhia das Letras? Não? Pois então eu conto em detalhes tudo o que eu vi de legal por lá aqui embaixo. É só continuar lendo!

*Apesar de falar sobre a visita à Cia. das Letras e a bienal, esse post vai ser mais um relato pessoal sobre a experiência que tive com essa viagem. Se você quiser saber mais detalhes ~técnicos~ sobre a bienal em si, leiam esse post do Diego, ou aguardem que sairá um novo ainda essa semana :D
**O texto ficou gigantesco, só que dividir em duas partes seria tão zzzzz que coloquei tudo aqui mesmo. Mas resumirei tudo o que conseguir, prometo.

>> Preparativos e viagem
Apesar dos protestos da minha mãe (ela tinha altos planos de mandar meu pai no ônibus seguinte pra ficar me vigiando secretamente, amigos. Eu ri), eu decidi que viajaria sozinho. Pra uma cidade que eu nunca tinha ido. Que, por acaso, também é a maior cidade do Brasil. SIM, ISSO FOI INSANO. Se eu fosse minha mãe, nem teria deixado eu ir. Mas eu fiz dezoito anos há alguns dias e decidi que estava na hora de fazer algo grande sem depender dos meus pais pra sentir essa passagem pra ~vida adulta~. E eu acho que deu certo, porque dizem que vida de adulto só dá problema, e isso foi o que mais teve na viagem. (ok, talvez eu esteja exagerando um pouco) (ou não).

O fato é que consegui convence-los de que eu era capaz (“mas eu já tenho dezoito anos!!!”) e fui. Sem pensar muito, senão ia surtar, mas fui. Não vou contar em detalhes como foi a viagem de ida em si, porque eu me limitaria à reclamações sobre as longas e excessivas paradas no caminho. Não é como se alguém se importasse com minha teoria de que é humanamente impossível ter disposição para descer do ônibus três vezes na mesma noite (eu não tinha nem pra abrir o olho!!!). Então pulemos para a parte da…

>> Chegada em São Paulo
Vocês tem noção do que é para uma pessoa do interior descer do ônibus e ver uma multidão de gente apressada andando sabe-se lá pra onde? Eu não tinha. Se não tivesse um amigo me guiando (obrigado, Nicolas! :D) por aquele lugar maluco, eu teria me atrapalhado com a mala e sido ofendido por andar muito devagar ainda mais vezes do que aconteceu. E não vou nem citar os episódios na primeira viagem de metrô, porque olha… Mas tudo valeu a pena quando eu saí e vi o lugar mais gigante da minha vida:

Sabe aquela sensação de se sentir uma criaturinha minúscula no mundo, mas estar explodindo de grandiosidade por dentro? Então, foi mais ou menos assim. 
Felizmente (ou não, porque eu suei até a alma), descemos uma estação antes do que a mais próxima do lugar onde ia ficar e pude andar vários metros observando aquela paisagem. Alguns comentários:
- Ainda não entendi por que tem tantas bancas na mesma avenida. Aqui na minha cidade só tem uma e não chega nem aos pés da mais simples de lá;
- O MASP parece maior nas fotos! De qualquer forma, continua um prédio muito bonito;
- Adorei o fato de estar andando com uma mala e uma mochila gigante no meio da rua e ninguém nem sequer dirigir um olhar a mim. Aqui teria uns mil olhos tortos em cima;
- Primeiro passeio pela cidade: não fui roubado.

Chegamos meio atrasados no hostel e só tive tempo de (quase cair de cara no degrau de entrada) guardar as malas, tomar um banho e pegar um táxi correndo pra…

>> Visita à Companhia das Letras
A visita estava programada às 10h e eu cheguei poucos minutos antes. Sou desses que olha onde fica o prédio no google street view pra não se perder na hora, mas foi outro susto chegar lá porque é muito mais grande e luxuoso do que eu pensava. Só não tirei foto da fachada porque achariam que eu estava planejando um assalto.

Depois de confusões com identidade na recepção (recepcionista: “é você mesmo?”) (na verdade não foi uma confusão, ela falou ironicamente. Foi engraçado e constrangedor), eu sentei na rodinha de blogueiros que já estavam lá e ADIVINHEM SÓ QUEM EU VI SENTADOS NA MINHA FRENTE? A EQUIPE (quase) INTEIRA DO NEM UM POUCO ÉPICO.

ai meu deus tem gente que eu conheço e admiro aqui o que fazer como agir onde sentar o que dizer socorro
Adoro o blog deles, mas sou tímido demais pra tietar (principalmente estando sozinho - essa equipe do CC que me abandona nessas horas, hein? haha). Me controlei pra não bancar o paparazzi e tentei agir naturalmente. A Dayse Dantas e a Bárbara Morais encabeçavam uma discussão bem descontraída sobre romances de época e eu me limitei a sentar e ficar apreciando todo mundo ali na minha frente AH MEU DEUS ELES SÃO PESSOAS REAIS.

A Diana veio depois de algum tempinho pra fazer a contagem dos blogueiros e nós entramos. Como ela mesma disse, o espaço não foi projetado para a circulação de tanta gente (convenhamos, é uma editora. Tem que ter mais espaço pra livros do que pra pessoas. E tem MUITOS livros lá), mas conseguimos nos organizar aos pouquinhos. Eu estava com muito calor (sair de blusa e se arrepender minutos depois, quem nunca?) e muita fome (de jejum há mais de doze horas, sobrevivendo com um mero Halls de cereja), mas todas as sensações ruins foram ofuscadas pela atenção e carinho com que trataram a gente. A cada vez que a Diana entrava em um departamento diferente da Cia. e nos introduzia para a equipe, dava pra perceber como eles valorizam nosso trabalho e nos consideram essenciais para o funcionamento da editora - muito mais do que eu achava que fossemos. 


Enfim, a sensação que predominou durante as quatro horas que fiquei lá foi a de estar entre um grupo de amigos, onde todos tinham interesses em comum e podiam contribuir com sua própria opinião, por mais sincera que ela fosse. O resultado foi uma troca de aprendizagens muito rica, que só confirmou em mim o desejo de trabalhar nessa área no futuro. Vou levar o sentimento único que tive com essa visita pra vida inteira e espero ter outras oportunidades de senti-lo novamente! 

Ah, e pudemos ver algumas novidades que a Cia. está preparando para lançamento e tem MUITA coisa nova vindo por aí. Em vários sentidos. Não vou falar muito pra não estragar surpresas, mas adianto que a edição de Mundo Novo (The Young Wold) tá a coisa mais maravilhosa e tem tudo pra ser o livro mais bonito da minha estante daqui algumas semanas. E tem outras novidades bem inovadoras na parte de design que, olha… Arrancaram suspiros. Eles também deram um kit de livros + buttons + marcadores + ecobag pra cada blog, mas o lerdo aqui esqueceu de tirar foto antes de dividir com os amiguinhos de equipe. Falha nossa.

Outros comentários:
- Primeiro passeio desacompanhado por São Paulo: não fui assaltado!
- São Paulo tem mais árvores do que eu achei que tivesse (pelo menos pelos bairros onde passei);
- Tinha um carinha com sotaque caipira na visita à Cia. também. THANKS GOD I’M NOT ALONE;
- Foi curioso ver as pessoas surtando quando viam exemplares de Coração Ardente;
- Nilsen, eu te chutei várias vezes durante a visita. Foi sem querer, eu juro!!!!
- Por falar em acidentes, teve uma hora em que eu bati a mão num interruptor e apaguei a luz de uma sala da editora. A moça da salinha me viu. MAIOR. VERGONHA. DA VIDA.
- Aliás, Nilsen, você e outras pessoas provavelmente ouviram minha barriga roncar em algum momento da visita. Eu não sabia onde enfiar a cara (ou a barriga, whatever). Mas: DOZE. HORAS. DE JEJUM. Espero que compreenda.
- Se alguém tiver alguma dúvida sobre a visita à editora, deixe aqui nos comentários :D

Enfim, peguei outro táxi de volta pro meu hostel, troquei de roupa (porque blusa não tava dando) e peguei metrô + lanchinho pra viagem + ônibus + caminhada até a...

>> Bienal: 1° dia - tietagem, livros e selfies
Sexta, 22 de agosto. Também conhecido como melhor dia da bienal e de toda minha estadia em São Paulo. Apesar de ter chegado quase no fim da tarde, sexta foi o dia em que mais pude aproveitar o evento, seja pra conhecer os estandes, as pessoas ou, é claro, comprar livros. Não tive problemas para pegar a credencial, as ruas estavam bem trafegáveis… um sonho, gente. Devia ser daquele jeito todo dia.

Fomos direto para o estande da intrínseca e foi lá que tive meu primeiro ataque de fã ao encontrar o pessoal do Olhos de Ressaca. Foi um momento bem estranho: eu não sabia o que falar, mas queria falar algo (?) e abraçar todo mundo. Então só gritei o nome de cada um e pulei pro abraço mesmo. Foram todos muito simpáticos e deram marcadores. No local também estava a Gleice Couto, que é uma das pessoas mais simpáticas que já conheci. E essa eu tietei sem medo de ser feliz. Perdão por querer te abraçar tantas vezes, Gleice!!! (Comprem o livro da Gleice, pessoal!!!) 

Depois de sair dali cheio de marcadores bonitos de pessoas bonitas, foi hora de comprar livros. Houve algumas decepções básicas em vários estandes, mas eu já estava esperando por alguns preços altos e tentei focar nas promoções que valiam a pena. Acabei saindo com três livros da Intrínseca e dois da Cia. das Letras. Depois disso, eu já não tinha forças pra mais nada e precisei ir pro hostel dormir. Não sem antes passar na Starbucks, é claro :B

Saldo do dia: cinco livros, dezenas de marcadores, centenas de fotos, toneladas de fome. 

Outros comentários:
- Me senti um jornalista famoso com um portão especial para entrada no evento e aquela credencial de blogueiro no pescoço. Tanto que fiquei passeando por tudo quanto é canto de São Paulo com o crachá balançando no peito;
- O engraçado de falar com vlogueiros é que você os conhece, mas eles não fazem ideia de quem você é. E isso causa um caos dentro de você, que fica sem ação e age como idiota. 
- Fiquei um pouco revoltado por ver que os livros da intrínseca de cinco e nove reais migravam de estantes frequentemente. Mas o preço tava bom de qualquer jeito;
- Se eu soubesse que nos outros dias seria tão difícil entrar nos estandes, eu teria aproveitado a sexta melhor.
- Foi nesse dia que eu fui pela primeira vez numa Starbucks. Pedi uma indicação de bebida pro meu amigo/guia turístico e não curti. Café gelado não dá pra mim, não.
- As toneladas de fome tiveram que ser preenchidas com o café e algumas bolachas antes de dormir. O sono era tamanho que nem de pedir uma pizza eu tive coragem.  

>> Bienal: 2° dia - surpresas boas no metrô, surpresas ruins na bienal
O sábado foi um daqueles típicos dias-precipício: começa no topo com uma vista incrível, daí alguém te empurra, você cai e morre.

Eu acordei maravilhosamente bem, animado pra bienal. Já tinha preparado tudo - roupa, mochila, suprimentos. Tomamos café na Starbucks, comi um croissant de frango maravilhoso e um café quente, que estava infinitamente melhor que o do dia anterior. Daí pegamos o metrô. E ADIVINHA QUEM ESTAVA NO METRÔ?????????

APENAS
Encontrar a Pâm no metrô foi a coisa mais incrível dessa viagem. Eu não tenho nem o que dizer desse momento. Só que ela é maravilhosa e muito alta e fotogênica e simpática e a voz dela é diferente dos vídeos e a pele dele é macia e ela me deu um beijo no rosto e disse que estava ficando vermelha quando meu amigo Guilherme disse o quanto gostava dela e eu estava nervoso e só soube abraça-la e tirar foto e pedir desculpas por incomodar e dizer que a veria mais tarde no evento em que ela iria palestrar com a Tati Feltrin e ela disse nos vemos mais tarde, então, e eu FUI. PRAS. NUVENS. 

O pessoal do NUPE estava com ela também. Pareciam estar meio (muito) nervosos com o atraso que nós, fãs, estávamos causando. Mas a Pâm foi muito querida e disse que não tinha problema. Acabei nem me importando, porque NADA NO MUNDO poderia estragar esse momento. No fim eu acenei bobamente pra Bárbara, ela deu um sorriso e fomos todos embora.

Comentários antes de terminar a parte desse dia, porque sim:
- EU AINDA NÃO ACREDITO QUE VI A PÂM LKDFHJLKJHLKHJ;
- A foto que tirei com ela, aliás, foi uma das poucas que eu realmente gostei - por mais que minha cara tenha ficado estranha, de bobo alegre. Mas se eu só pudesse escolher uma pra ficar boa, seria essa, então tudo bem. Já estou preparando o pôster!!!!!;
- Ainda sorrio tolamente quando vejo a foto;
- Eu não sabia que eu era tão fã dela????? Ela é a pessoa que eu mais gosto de assistir em vídeos, mas não sabia que era algo tão intenso até a ver ali, na minha frente;
- Me sinto um estereótipo de fã. É uma sensação boa.

Chegar na bienal nesse dia foi o maior sufoco. Não era nem dez da manhã e a fila pra pegar o ônibus pro Anhembi na rodoviária já ultrapassava quarteirões. Optamos por pegar um táxi, que acabou ficando bem barato dividindo entre nós três, e… mais fila pra entrar na bienal. Depois de muito empurra-empurra, soco-soco, bate-bate, vira-vira, entramos voando para chegar no evento da intrínseca a tempo.

Escrevendo na legenda pra tentar encurtar o post: o evento também foi um ponto alto do dia. Tinha várias pessoas legais! Conheci a Viviane, do blog filmes, livros e séries, pessoa que eu amo desde que apareceu nesse vídeo (vejam, por favor, é ótimo) e pude ver novamente a Gleice Couto (<3 <3 <3) e tirar foto com ela. Foi engraçado porque eu cheguei tipo “Gleice, eu sei que já te abracei ontem e enchi o saco, mas-” e ela: “você quer abraçar de novo?” “SIM” *abraço mais gostoso da bienal*. EU AMO ESSA MULHER. 
A intrínseca apresentou várias novidades pro próximo semestre e, SUPRESA, levou o Hugh Howey, autor de Silo, pra uma palestra bacanérrima sobre escrita e uma sessão privada de autógrafos para os parceiros. Bem que eu desconfiei deles terem entregado livros e camisetas pra quem estava no local. Acabei só conseguindo a camiseta, mas não autografei porque, OI, como eu ia usar depois? Não queria que ela virasse um peso morto enquadrado na minha parede.

Também pudemos falar com a Luiza, que cuida das parcerias da intrínseca, e ela foi incrivelmente simpática. Assim como todo mundo lá. E isso é terrível, porque só faz com que eu sinta mais saudade do pessoal todo :\ Quero bienal todo mês, por favor, obrigado.

Hugh Howey sendo awesome
- A melhor parte foi que eu não conhecia o Hugh Howey de rosto, então falaram “temos uma surpresa pra vocês”, entra o autor todo sorridente, pessoas se assustam e eu fico “CARAMBA, É O… tem cara de gringo”;
- Ah, e todo o evento teve como trilha sonora os gritos dos fãs de Kiera Cass. Incomodou um pouquinho no começo, mas depois eu senti orgulho de ver gente gritando por uma escritora. Vocês tem noção da grandeza disso?

Assim que saímos do encontro, o dia começou a ficar ruim. Primeiro porque, a essa altura, minha água já tinha acabado e eu comecei a gastar mais com bebidas do que com livros (cinco reais por uma lata de refrigerante, olá). Segundo, porque estava IMPOSSÍVEL caminhar no núcleo do local (entenda por núcleo a parte com os estandes mais famosos) e eu fiquei cansado. Suei. Pisei em muitos pés. Chutei crianças acidentalmente. E num momento X, tentando sobreviver à fila intrínseca, me perdi dos meus amigos. 

Listagem do que aconteceu a seguir:
- Descobri que uma amiga que eu estava louco pra ver não estava mais no evento. Não conseguiu ver a Cassandra, também se perdeu da amiga e foi embora.
- Fui pra Giz Editorial comprar livros que eu queria e tinha três autores muito queridos lá (além de vários vlogueiros famosos AI MEU DEUS É A MARIANA GASTAL SE CONTROLE JOÃO ELA ME OLHOU E SORRIU SOCORRO). Peguei autógrafos com dois deles, o Danilo Leonardi, do Cabine Literária, e a Roberta Spindler. Seria uma pena se eu estivesse num estado físico pós-fila-voraz-da-intrínseca (isto é, suado, com olheiras, cara de funeral, etc.) e saísse regaçado em todas as fotos. Elas ficarão guardadas nas profundezas do meu HD até eu descobrir como editar minha alma no photoshop.
- Tentei ligar pros meus amigos mil vezes. Já estava na hora de ir pro encontro de vlogueiros e eu queria ir com eles (por mais que eu fosse o único que realmente quisesse ir pra lá). Não havia sinal de celular no pavilhão. 
- Vaguei sem rumo pelos estandes. Nada mais me animava. A fila pra comprar comida era maior que minha fome.
- Também procurei água pra comprar e não achei. Passei por uma barraca de chopp tentadora e já estava com o dinheiro na mão, mas eu não bebo (!!!), olha o que a sede faz com a pessoa. Andei mais um pouco e tinha fila no bebedouro. Pensei em beber da torneira do banheiro, mas pessoas estavam olhando. Foi também o momento em que me vi no espelho e levei um susto. Lavei o rosto.
- Vaguei mais um pouco. Tentei falar com uma amiga minha de Campinas que foi me encontrar no evento e não consegui. SEM SINAL.
- [...]
- Achei meus amigos. Eles estavam saindo do encontro de vlogueiros. Todos cansados, já queriam ir embora.
- Deitei no espaço de descanso perto da praça de alimentação e quis morrer.

Deitado, querendo morrer e tirando fotos
Depois disso, não consegui aproveitar mais nada direito. Nem lembro bem do que aconteceu, na verdade. Sei que eu fiquei quase totalmente calado o resto do dia e me perguntaram várias vezes o que aconteceu. Sei que liguei pra minha amiga de Campinas que ainda estava na bienal e quase choramos ao telefone ao saber que não conseguiríamos nos ver, depois de anos de amizade online e anos planejando um encontro. Xinguei meus amigos por irem ao encontro booktuber sem mim, mas a culpa nem era totalmente deles. Eu não sabia se estava passando mal de fome ou decepção. 

McDonalds, hostel, relaxante muscular, dormir até não querer mais. 

>> O domingo das dores
O domingo continua uma névoa de mágoas pra mim e não tenho um pingo de vontade de falar em detalhes sobre ele. Resumindo (talvez nem tanto assim): almoço no Subway, tempo jogado fora na Paulista, dezenas de ligações perdidas pro celular do Diego, tristeza. MASP fechando, mais ligações perdidas, mais tristeza. Tacos apimentados demais, lágrimas de despedida, malas, ônibus pra casa. Nada de bienal. 

*respira*

Enfim. Minha viagem foi cheia de altos (nas nuvens) e baixos (nas profundezas do inferno). Eu não fiz muita coisa que queria, deixei de vivenciar encontros que eram prioridades no evento (não vi o Diego, gente, ainda não acredito), comprei poucos livros e não tirei tantas fotos quanto esperava (ou tirei e fiquei péssimo em todas elas)… mas acho que tudo valeu a pena. Porque, quando eu penso na viagem, eu me recordo dos momentos que foram, e não dos que deixaram de ser. E sinto que eles foram completos por si só e me fizeram um ser humano, ou um adulto, como eu costumava dizer, mais completo também. 

Acho que, depois de tantos dias digerindo tudo o que aconteceu, estou aprendendo a aceitar tanto os sonhos que foram realizados quanto aqueles que se perderam no limbo daquele fim de semana. E vendo por esse ângulo, talvez essa experiência tenha sido uma boa forma de ~sentir~ o que é a maioridade.

- João Pedro Gomes

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17 comentários

  1. JOÃO O QUE É ISSO AQUI (E VOU COMENTAR NO LOGIN DO CC MESMO PORQUE TO COM PREGUIÇA DE MUDAR)

    Sério, eu li isso tendo ataques de riso, explodindo de animação que eu precisei compartilhar no twitter e surpresa. Esse tempo todo pensando: ONDE ESTAVA ESSE JOÃO QUE EU NÃO CONHECIA? A escrita aqui tá genial. Divertida, com os detalhes certos e ainda faz uma conclusão. Você literalmente escreveu um mini-conto coming of age. João, eu preciso do seu livro pra ler. E quero ver mais desse João aqui no CC, POR FAVOR! (pensamentos enquanto eu lia: vamos transformar a Hora da Conversa em Hora do João e ouvir histórias maravilhosas sobre a vida dele toda semana)

    E a sua animação e tudo e apenas <3 Muito obrigada por ser essa pessoa incrível e compartilhar aqui.

    -batman

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    1. Não tinha parado pra pensar na parte do mini-conto coming of age, mas faz algum sentido! HAHAHAHAH

      Eu nem sei o que pensar desse comentário. Só sei que estou muito feliz com ele! E também por ter publicado esse post, já que eu achei que tava uma merda várias vezes e quase desisti de escrever várias vezes. Obrigado mesmo, Batman, espero poder fazer mais posts nesse estilo (embora não seja algo que eu consiga com qualquer assunto) (ou consiga e nunca tenha tentado?) (vou tentar) (só não garanto a parte da animação, porque minha alegria de viver acaba de chegar de um passeio pelo esgoto).

      Enfim, obrigado novamente. E eu só queria dizer que me senti um comediante com seus ataques de riso (?) A Igra já disse que tenho uma veia cômica, amigos já disseram, mas eu não vejo um pingo de graça em mim. Mas dizem que palhaço tem tendência pra tristeza, né? qqqq Enfim, refletirei sobre.

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  2. NUNCA COMENTO AQUI, MAS GENTE, NESSE POST ERA NECESSÁRIO HSIOAHSIOHAOISHAOISHAIOSHAIOSHIAOSH Me acabei de rir, de verdade, especialmente com os momentos fanboy e as desculpas à Nil hahahahahahah
    No mais, foi minha primeira Bienal também (sempre morei em Aracaju mas agora to em SP olha que vida linda) e to me identificando com os sentimentos <3 (defini minha sexta como "me senti como gordo em padaria", mas eu em padaria fico até pior que a maior parte das pessoas gordas que conheço, então não foi uma comparação válida, aí to preferindo "criança em loja de doce", apesar de cair no mesmo problema)
    Aliás, esse primeiro sábado foi tão frustrante que passei tipo 3h lá dentro, ia no domingo e desisti. Também teve dor nos pés envolvida. Mas o segundo sábado já foi lindo de novo e o último dia mais ainda. <3 To trabalhando num post sobre isso, mas tá ficando tão grande que escrever um livro seria mais rápido.
    E ah, sobre o Starbucks: SAME FEELINGS. Amo Starbucks mais que tudo, mas os cafés gelados nem tanto. Cappuccino e chocolate quente são meu padrão, das bebidas geladas eu curto mais as que não têm base de café, tipo o frappuccino de morango, que é vida.

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    1. Oi, Jessy :DDD

      É, eu tive uns ataques fanboy mesmo!!! Mas sabe que eu até gosto dessas coisas? Minha vida é mórbida demais, então essas situações abastecem minha barrinha de felicidade por um tempo. Fico feliz em ter conseguido transmitir um pouco disso no post! E eu só queria dizer que estou te invejando por morar em São Paulo. Parece que minha vida não é mais a mesma depois que voltei de lá. Você tem um colchão sobrando aí na sua casa, sei lá? -nnnnnn

      O primeiro sábado foi um show de horrores mesmo. Acho que nunca fiquei em pé por tanto tempo na vida D: O pior foi que meu relaxante muscular parou de fazer efeito depois de um tempo, daí eu acordava, pisava no chão e parecia que tavam enfiando uma faca a cada passo, igual a pequena sereia HAHAHA

      Outros comentários pra não me estender muito mais:
      - Quando eu for morar na sua casa, a gente vai pra starbucks tomar capuccinos e outras bebidas quentes! Mas você paga, porque o dinheiro que gastei com café aquele fim de semana já estourou a cota desse milênio, hahaha
      - Eu não conhecia seu blog, mas acabo de virar fã. Não deu pra ler muito, mas post sobre THG e Divergent tá incrível!!! Estou esperando ansiosamente pelo post sobre a bienal, aliás. Tô lendo/assistindo tudo que posso sobre pra não ficar mais depressivo do que já sou normalmente :P BRING BIENAL BACK
      - Volte mais aqui pra conversar com a gente! Adorei seu comentário. Valeu por gastar um tempinho do seu dia com esse post (:

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    2. Eu volto sempre!! Gasto vários tempos por aqui, aliás. É um dos três (?) blogs que eu ainda visito. Só quase nunca comento porque tenho hábito de não comentar em lugar nenhum. Não sei quanto disso é vergonha de me expor e quanto é não saber formular um comentário decente. Mas às vezes fica impossível e tenho que falar alguma coisa HAHAHAHA tipo agora.
      "Parece que minha vida não é mais a mesma depois que voltei de lá." - ó, fiquei mais ou menos assim e, depois de um ano da minha primeira visita, eu tinha feito (e passado no) vestibular da USP e morando aqui. JUST SAYIN' hahahahah
      E aqui mal tem espaço pra quem mora, veja bem...........e tem 5 Starbucks em um raio de 1km (meu sonho na vida), mas tenho que resistir e ir tipo uma vez por mês por enquanto. Isso, é claro, até ser milionária cheia de dinheiros pra gastar lá, pra não ir à falência na Bienal etc etc.
      E deuses, você leu hahahahaah tenho tanta vergonha e falta de compromisso que nem divulgo nem posto muito nem nada. Só deixo o link nas raras vezes em que comento em algum lugar. Mas que bom que gostou daquele post! Era meu sonho fazer essa comparação antes de ler <3

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    3. Que curso você faz??? Eu penso seriamente em ir pra SP fazer Produção Editorial, mas, né, as fases de "pensar em" até a "largar meu curso atual, passar na USP, convencer meus pais e, o mais difícil, criar coragem" são duas ilhas distantes e eu vou demorar um bom tempo pra construir uma ponte entre elas. Mas vou tentando aos poucos. Acho que essa viagem foi como pegar um binóculo e ver como o outro lado da ponte seria bom. Me motiva a tentar.

      Eu li sim e tá ótimo, você não devia ter vergonha HAHAHA Eu só consigo escrever aqui no CC porque eu sei que pelo menos algumas pessoas vão ler, sabe? É gostoso saber que tem alguém te ouvindo e tal. Sobre comentar, fica tranquila que na equipe a gente entra em crise todo dia porque quase ninguém comenta por onde lê e o blog acaba ficando isolado no seu mundinho sem fazer contato com ninguém. Culpa da preguiça. Ainda estamos pensando em como melhorar isso e tornar a promoção dessa conversa nos comentários - que é um dos propósitos do blog - mais acessível.

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    4. Conversa nos comentários é o que mais rola por aqui, não? Tipo toda vez que alguém comenta algo decente, isso gera uma conversa. Pelo menos onde eu vi. Tava lendo um post agora que só tinha textões nos comentários. Coisa linda hahahahah
      Enfim. Faço Letras agora. E, apesar de não ser nem perto de tão difícil de entrar quanto Editoração (15 vagas é um negócio insano, 850 nem tanto), sua situação não pode ser tão crítica quanto criar coragem pra largar 4 anos de curso e sair de uma cidade a 2 mil km de distância hahahahahah se for de verdade o melhor, você e sua família vão dar um jeito. Se não, paciência e deixa a mudança pra depois de formado???

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    5. É que tem uns posts que geram muitos comentários, outros nenhum, sabe? E a gente (ou eu, sei lá) queria fazer a conversa acontecer também com assuntos mais simples e menos polêmicos. Mas, concordo, comentários maiores que o post deixam qualquer blogueiro feliz, HAHAHA

      Eu também faço Letras!!!!!!!!!!!!!Estou meio frustrado com o curso neste momento e tenho quase certeza que seria mais feliz com comunicação social, MAS OK. Vou sobreviver até conseguir fazer o que quero de verdade. Qual curso você largou pra vir pra cá?

      Enfim, eu gosto de Letras e não sei se estou preparado pra abandonar assim por agora. Provavelmente vou terminar e tentar achar outros caminhos pra área de Editoração depois. Ou não. Sei lá, tô perdido na vida q

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    6. Bienal não é polêmica! Então vocês já conseguiram! <3 hahahahahah
      E mano, eu larguei Engenharia. De Computação. Não confie na minha sanidade. Se você gosta do curso, continua e termina. Depois dá pra trabalhar por SP e fazer Produção Editorial numa particular boa tipo a Anhembi.

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    7. Olha, só por ter largado exatas, eu acho que você é a pessoa mais sensata do mundo HAHAHAHHA E eu estou pensando nisso mesmo. E só vou largar por um motivo muito grande :P

      Enfim, boa sorte pra nós dois nessa busca infindável x)
      E sua observação sobre os comentários faz sentido!!! Acho que conseguimos mesmo. Pelo menos um pouquinho, hahaha

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  3. Esse post ficou apenas INCRÍVEL!
    Conseguiu escrever tão bem que o texto enorme sobre todas as pessoas que conheceu, abraços, livros comprados, filas e fome ficou pequenininho e coube no meu coração <3

    abraço*

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    1. Poxa, André, seus comentários é que enchem nossos corações. Obrigado pelos elogios (ainda não acredito que vocês gostaram desse post, hahaha) e por estar sempre aqui comentando :)

      Um abraço em dobro pra você!

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  4. lembrei agora que eu esqueci de comentar sobre a Starbucks! Eu não gosto de café quente, muito menos gelado. HAUHAUHA Quando eu vou lá sempre pego um frappuccino base creme de brigadeiro, que eu adoro. É quase um milkshake, mas mais fino, com granuladinho e menos açucarado. Eu gosto bastante. E provavelmente uma das coisas mais brasileiras da Starbucks HUAHUAH

    - batman

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    1. Sou do #TeamCoffeeEverytime, então sou suspeito pra falar :P Aqui em casa metade da garrafa fica pra mim. Mas como eu sempre gosto de experimentar coisas novas, sugestão anotada, Batman.

      E eu só queria comentar que pensei tanto em Starbucks ontem que sonhei que tinha ido em uma e não sabia o que pedir. Acabei com um capuccino simples qqq Ah, e eu também não sabia que tinha Starbucks em Gotham!!!!

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  5. ...não sei se meu comentário anterior foi???
    Mas tá aqui, se tiver repetido, apaguem um deles:
    JOÃAAAO, ESTOU AQUI EM NOME DA EQUIPE DO NUPE PRA PEDIR DESCULPAS PELO METRÔ
    mas a situação era a seguinte: a gente tinha que estar 10h na Bienal porque tinha um café da manhã na editora em que eu e a Dayse tínhamos que estar presente e estávamos super atrasadas e aí a gente ficou chamando a Pam com medo de perder o metrô e atrasar mais ainda, ahahaha. Desculpa se pareceu que a gente tava nervoso (a gente tava, mas não com vc), mas é pq se atrasar é o pior pecado capital que pode acontecer na minha vida e na da Tassi e aí a gente meio que pressionou tdos a estarem com o mesmo mindset
    Aliás, a gente ficou muito surpreso de saber que vc tava na visita da Cia!!! A gente não morde, menino (só se estivermos atrasados) (É TARDE, É TARDE, É TARDE) . Eu adorei seu post e ele ficou mto legal s2
    Sobre a starbucks, minha posição é a mesma do Batman e como segundo o Diego nós somos a mesma pessoa (EU SOU O BRUCE WAYNE, MTO MAIS DESCOLADO), é mais um fato que comprova a semelhança.
    Mas é isso, o post foi maravilhoso, deu sdds da bienal e da próxima vez, FALE COM A GENTE!!!~

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    Respostas
    1. Omg, eu sou horrível com comentários e não sei mexer em tecnologia *percepção atrasada* É POR ISSO QUE NUNCA COMENTO EM NADA. UGH
      *vai se esconder num buraco com vergonha da inabilidade tecnológica*

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    2. HAAHAHAHAH Bárbara, não precisa pedir desculpas!!!!!! Eu imaginei mesmo que vocês tinham compromisso lá e estavam com pressa por isso. E, sério, se vocês estivessem nervosos comigo seria totalmente justificável, porque alguém te atrasar pra ficar pulando inconscientemente em cima da sua amiga não é algo muito legal. Tô até com vergonha de como eu agi com todas as pessoas que eu vi, sabe, porque ou eu fico bloqueado de vergonha e não faço nada (como aconteceu com vocês) ou eu vou no impulso e acabo fazendo merda (como aconteceu com a Pam e a Gleice).

      E da próxima vez eu falo com vocês, sim! Estarei mais calmo, bem alimentado e raciocinando normalmente (espero). Só queria dizer que sinto inveja das habilidades comunicativas do Diego, porque eu perdi a oportunidade de falar com muita gente por timidez ): Mas não vou deixar isso se repetir ano que vem. Se sentir alguém pulando em cima de você, já sabe quem é HAHA

      Bom dividir as experiências e saudades com alguém que eu vi lá e sei que é real (isso faz sentido???????) E eu adorei seu comentário, COMENTA MAIS, COMENTAR É LEGAL!!!! Obrigado por deixar as dificuldades tecnológicas de lado e passar aqui :D

      P.S.: Conheci sua irmã numa feirinha na Paulista enquanto comprava pingentes de THG!!! Temos amigos em comum, olha só como esse mundo é pequeno :P

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