Minicrítica ~ Resumo

Numa época em que a literatura popular era considerada perigosa para a mente das jovens Charlotte Brontë e Jane Austen foram responsáveis pelos retratos mais marcantes de lealdade e dedicação feminina da literatura inglesa, quiçá mundial. 

Jane Eyre e Orgulho e Preconceito foram livros que marcaram minha juventude, então nada mais óbvio o desejo de conhecer os trabalhos literários da juventude de Brontë e Austen. Juvenília é um livro para fãs, se você não conhece o trabalho literário de ambas as autoras não irá conseguir apreciar a beleza do livro. 

Seguindo o padrão da coleção de clássicos da Penguin, as primeiras páginas de Juvelínia trazem a introdução escrita por Frances Beer, que só posso descrever como preciosidade, mas são os textos de Brontë e Austen que têm o merecido destaque. Quando somos juvenis (sou quase uma balzaquiana) temos a tendência de exagerar e isso é bastante visível no trabalho literário da juventude de ambas as autoras. 

Além do exagero é perceptível os traços característicos que marcam o estilo literário de cada uma das autoras: o sarcasmo e bom humor de Austen e a minuciosidade descritiva e lirismo de Brontë. Mesmo contando com contos agradáveis de ler Juvelínia é aquele típico livro que serve muito mais para estudo da evolução literária do que para entretenimento (se estava pensando em levá-lo para a praia, esqueça!).

Quando terminei de ler Juvelínia passei a refletir sobre os vários best-sellers escritos por jovens autores da atualidade que vendem como água no deserto, mas são trabalhos literários pobres. Talvez se esses jovens escritores tivessem o cuidado e as referências literárias de alto nível de Brontë e Austen a literatura atual fosse menos irrelevante.

Sobre a nota: Como já disse anteriormente, Juvenília não é um livro de entretenimento, se você amigo leitor nunca leu nada de Austen e Brontë não irá apreciar nada do livro. Já para você fã das autoras corre pro abraço que esse livre é incrível.