a bela adormecida
Altos e baixos
Falando abertamente: os altos e baixos de Malévola
26.6.14João Pedro Gomes
Falando abertamente: nossa coluna para conversar com quem já assistiu!
Se tem uma coisa que Malévola gerou (além de milhões de dinheirinhos pra Disney e mais amor pra Angelina, né) foi controvérsia entre o público. E aqui no CC não foi diferente: alguns amaram o filme com toda a alma, outros quase choraram de decepção e teve ainda quem ficou meio em cima do muro e precisou ver mais de uma vez pra se decidir. Altas polêmicas no WhatsApp!!!
Tentando desmistificar Malévola de uma vez, a Dana, o João, o Diego e a Igra , membros da equipe que tiveram opiniões distintas, dissecaram cada aspecto do filme para tentar descobrir se ele merece ou não todo o burburinho que está causando. O resultado da discussão você confere aqui embaixo!
Tentando desmistificar Malévola de uma vez, a Dana, o João, o Diego e a Igra , membros da equipe que tiveram opiniões distintas, dissecaram cada aspecto do filme para tentar descobrir se ele merece ou não todo o burburinho que está causando. O resultado da discussão você confere aqui embaixo!
Se você não leu ali em cima, nossos comentários supõem que você, amiguinh@, já tenha assistido o filme. Então, pra ficar mais claro:
Nada do tipo "fulana morre com uma facada no rim", mas algumas coisas pequenas que *talvez* atrapalhem sua apreciação do filme (avisaremos caso seja algo maior). Se não se importar com isso, vá em frente :D |
Todos avisados, certo? Certo! Sem mais delongas, vamos analisar Malévola tintim por tintim.
- Trilha sonora
Igra: MÉDIO. A trilha não me incomodou, só achei que ela foi previsível. Eu amo música instrumental (isso tá no meu top 5, crianças) e achei que a do filme foi ótima. EU facilmente daria um "nível alto" para ela, mas há um ponto importantíssimo na minha análise que não me permitiu fazer isso: o fato de que não parece ser uma trilha construída apenas para aquele universo (como HP, por exemplo). O caso de Malévola é que as músicas parecem já ter aparecido em outros filmes da Disney (ou de outras produtoras), é uma trilha comum em demasia, de modo que eu nem sequer conseguia lembrar direito se eu não tivesse ouvido novamente no vídeo abaixo.
João: MÉDIO. A trilha me incomodou um pouco. Sério que precisava colocar uns sons tão dramáticos nas cenas de ação? Em vários momentos, senti como se a música tentasse me espremer pra que saísse o sentimento, quando a cena por si só já era capaz de fazer isso. Mas eles se saíram bem melhor em cenas mais "leves" - tipo essa aqui. O que é a Malévola voando, entrando nas nuvens e aquela música de fundo, minha gente? Fiquei arrepiado. De qualquer forma, a trilha como um todo continua pecando um pouquinho na originalidade.
Não é a mesma coisa que ouvir inserida no filme, mas você pode conferir a trilha sonora no player aqui em cima enquanto lê o post e tirar suas próprias conclusões.
Dana: MÉDIO. Pra ser sincera, quando vi isso aqui eu não conseguia lembrar de nada sobre som no filme, então definitivamente não me marcou. (e olha que eu sou a maníaca das trilhas instrumentais!!!) Mas vendo o vídeo que o João mostrou, lembrei que é algo beeeem clássico de filmes de aventura (sessão da tarde) e filmes da Disney antigos. Se você pensar assim, é muito legal, porque é como aqueles filmes antigos que a gente via sem compromisso, mas com um conteúdo subversivo. (jesus, coloquei o vídeo acima pra tocar e: ESSA MÚSICA TEM PODER!!! JÁ QUERO REVER O FILME NO TELÃO COM CAIXAS DE SOM GIGANTES, PAI)
Diego: MÉDIO. As partes leves foram revigorantes e bastante emotivas. De fazer o coração levitar um pouquinho. No entanto, nos momentos mais pesados a música acaba partindo para um timbre mais genérico e forçado que eu não gostei. Não foi algo que atrapalhou minha experiência. Eu saí do cinema só lembrando das partes boas da música. Apenas ao revisitar o material é que pude constatar esse outro lado da sonoridade de Malévola.
- Desenvolvimento de personagens
Igra: MÉDIO. Eu vi muita gente falando sobre isso, mas eu achei que, tirando as três fadinhas, a maior parte dos personagens foi bem desenvolvida. A Malévola em si, que era obviamente a principal parte, foi construída de uma maneira incrível, bati palminhas de pé. A Aurora estava inocente demais, mas era essa a ideia que queriam passar: a da bondade, delicadeza, ingenuidade. É claro que uma galera criticou, dizendo que ela parecia abobalhada, mas eu juro que discordo. Era uma criança, correto? Já o Stefan pra mim foi uma surpresa. Consumido pelo poder, ele foi de um polo a outro, da luz às trevas, chegou até a me lembrar o Darth Vader (!). O príncipe encantado e as fadinhas, pessoalmente, foram os únicos pecados do filme. No caso das fadinhas, no entanto, chega a ser compreensível: não havia o que desenvolver ali, embora obviamente fossem três pessoas diferentes (quando na verdade o filme tratou como se fossem uma só). O príncipe, da mesma forma, pareceu jogado, cuspido, colocado ali por mera convenção na história, o que me incomodou. No entanto, dou médio justamente por isso: o que era pra ser desenvolvido, foi desenvolvido. E muito bem, aliás.
João: BAIXO. Uma das coisas que eu mais gostei nesse filme foi como humanizaram a Malévola. É sempre bom mostrar que existe o bem e o mal dentro de cada um e, nesse sentido, ela foi a protagonista perfeita. Mas só eu tive a impressão de que esqueceram totalmente de fazer isso com outros personagens? O rei Stefan se torna o vilão principal sem um motivo realmente plausível (ok, ganância. Mas daí pra virar a encarnação do mal é meio difícil, né?), a rainha só aparece pra fazer cara de sonsa (oi, tem uma louca querendo matar o seu bebê!!!!)... Até as três fadinhas, coitadas, que são a melhor parte do filme original, foram transformadas em patetas para serem responsáveis pela parte forçada do humor do filme. Não precisava, né? E não vou nem comentar sobre a Aurora, que deve ter recebido o "dom" da infantilidade pra ficar o filme todo daquele jeito (vamos fingir que é culpa do "vai crescer com graça e beleza e etc").
Enfim, foi como se todos os personagens fossem muletas pra sustentar a Malévola nos holofotes. Sim, eu sei que o filme é sobre ela, mas não se constrói uma história se importando só com o protagonista, por mais incrível, linda, sarcástica, perfeita, Angelina que ele(a) seja.
"-Isto está horrível. - É porque está em você, querida." AUHAUHAUHAUAH. Só eu acho esse humor despretensioso bem mais engraçado? (daí você vai revisar o post e começa a rir novamente) |
Dana: MÉDIO. Personagens até tem, agora desenvolvimento... Tirando a Malévola e o Stefan, mais alguém tem alguma transformação? Agora em defesa ao Stefan: acho que não é só ganância, é culpa com medo, que deixa ele super paranoico. Quando ele corta as asas da Malévola é um momento decisivo em quem ele quer ser: você vê que ele não tem nem coragem pra matar de verdade, então mesmo que ele encontre uma solução que parece menos pior (tirar as asas), ele sabe que não é ok e não está feliz. Ele sabe que aquilo vai separá-los para sempre. Com os anos isso só vai crescendo e se junta ao medo do poder dela. Vamos pensar assim: se ela tem que lidar com ter perdido algo, ele tem que lidar com ter roubado algo. Isso foi bem desenvolvido? Nem tanto. Mas o próprio filme dá os motivos? Sim. (e a Rainha eu nem vi, gente, e olha que eu procurei HUAHUAH)
Sabe que esse comentário do João sobre as fadinhas me fez pensar? Porque se eu vou falar de um personagem que eu gostei, eu falaria do Diaval - o ajudante da Malévola. Então estamos aqui, em um filme que inverte a situação, querendo mostrar o outro lado da história. Quando eu assisti eu achei que as fadinhas eram idiotas, mas porque era pra ser mesmo. O objetivo era mostrar o outro lado - então enquanto na versão tradicional elas são as heroínas (fadas madrinhas?), ali nós vemos que não é bem assim. Elas eram idiotas e se não fosse a Malévola, a princesa teria morrido (o que é reforçado quando a Aurora quase cai do penhasco). Talvez a escolha da atriz que fez a Umbridge e ainda vestindo rosa não seja algo tão aleatório.
A Aurora é triste, João disse tudo. Aquela discussão com a Malévola quando ela descobre da maldição quase não tem sentido, porque no dia anterior (???) mesmo a Malévola tentou contar pra ela e falou indiretamente. O príncipe era até completamente desnecessário, se eles não quisessem tanto reverter o clichê igual a Frozen.
Diego: ALTO. Uma coisa que eu considero fundamental de se considerar é que, como a história original, o filme trabalha com alguns personagens planos. Nós normalmente temos um preconceito ferrado com esse tipo de personagem, mas eles servem a seu propósito lindamente. Phillip, por exemplo, só entra na história para reforçar nossa ideia, fundamentada no conhecimento da história original, de que seu beijo irá salvar Aurora. Ele não precisa ser desenvolvido, pois esse não é o conto dele. Não por menos, não o vemos sequer nos trailers. Eu adorei as dinâmicas de Malévola com Aurora, Stephan e Diaval – todas com bases muito simples, mas bem executadas. As únicas personagens que me desapontaram foram as fadinhas. Entendo que não havia necessidade de dar grande destaque a elas, mas sendo as únicas personagens que conheciam Malévola durante todo o enredo, é desapontador ver que elas se aliam a Stephan sem motivo aparente e não manifestam sequer uma nesga de opinião a respeito da transformação radical da fada.
- Roteiro
Igra: ALTO. SÓ EU GOSTEI DO ROTEIRO, GENTE? Ok, ok, sim, já entendi. Eu achei toda a construção muito boa, o modo como as coisas foram montadas e levaram ao desfecho. Tenho um problema com o desenvolvimento de alguns personagens, como o príncipe encantado, mas tirando isso, achei tudo muito bom. E ah!, tiraria mais meio ponto com a ideia de se devolver as asas à Malévola. Quero dizer, não havia problema nisso, mas até o momento em que elas são devolvidas, eu nem sabia que era possível. Isso me incomodou bastante. De qualquer modo, continuo achando toda a história e seu desenvolvimento muito bem bolados. A fuga do clichê no final também me lembrou Frozen*, especialmente porque indicou que a Malévola era como uma mãe, e amor de mamai é sempre o mais forte oin <3. O príncipe estava lá, meio de lado, e a própria Aurora também, mas acho que isso foi bom, porque nenhum dos dois tomou (ou ofuscou) a própria Malévola embora fosse meio difícil, já que ela era a Angelina.
João: BAIXO. Houve várias falhas que prejudicaram o desenrolar da história. A começar pelo tempo escasso que utilizaram para contá-la (só uma hora e meia, gente? O que foi isso? Falta de dinheiro, de criatividade...?), que, como causa direta do item anterior, fez com que só a Malévola pudesse ter um bom desenvolvimento, enquanto outros personagens só apareciam o quanto fosse conveniente. Além disso, o clímax pouco empolgante, que parece seguir a tradição vinda de Oz e Alice (porque né), também afeta a apreciação total da obra.
Outra coisa que me incomodou é que a abordagem do amor verdadeiro vs. amor romântico acabou ficando muito parecida com a de Frozen, que ainda está muito fresco em nossas memórias. Isso faz com que você saiba o que vai acontecer desde que levam o príncipe pra acordar Aurora (ou até antes), o que tira boa parte do impacto que a cena do beijo deveria causar.
Dana: MÉDIO. Eu falei no grupo do CC que eu sempre quis parar pra analisar os contos de fadas e adaptações, porque as histórias são tão simplistas que fico pensando em como eles conseguem fazer isso funcionar em um filme. Aquele último da Branca de Neve foi uma tristeza. Mas de algum modo Malévola funcionou com uma história pura sobre uma mulher que perde a esperança, faz merda, acaba reaprendendo a acreditar e precisa consertar o que fez. João disse o resto.
Diego: ALTO. Sou o primeiro a reconhecer que o roteiro tem falhas. A história foi contada de forma atribulada e se beneficiaria de uma hora extra de filme para fazer tudo o que se dispõe. No entanto, eu gostei muito de como a produção conseguiu criar uma narrativa bastante ambivalente e aberta a interpretações. Isso torna um filme digno de nota, e este foi. Malévola é uma discussão sobre os conflitos entre a sociedade civilizada e a natureza, uma reflexão sobre a perda da liberdade dentro dos relacionamentos e, acima de tudo, uma história sobre como se abrir novamente para o amor depois de sofrer uma tragédia inconcebível. Não por menos, tudo pode ser visto como uma grande metáfora para o estupro, visto que o roubo das asas de Malévola é uma violação física e o comportamento dela e de Stephan no decorrer da história são coerentes com essa visão. Se o filme me fez pensar em tudo isso, é graças a qualidade do roteiro, que é simples, mas eficaz.
Diferente de meus colegas, eu
fiquei em polvorosa quando o beijo de Phillip não deu certo. Malévola fez o que
eu queria ter visto em Frozen: um beijo de duas pessoas que se gostam não
funcionar como amor verdadeiro. Uma verdadeira lição sobre o amor, bem mais
poderosa do que a de Frozen. Além disso, o amor mostrado neste filme me
emocionou muito mais. Tendo um sobrinho de quase cinco meses, eu e minha família
nos identificamos muito com esse poder de cativação infantil que Aurora apresenta.
Ela é uma síntese da pureza infantil que nos deixa fascinado nas crianças
pequenas.
- Criação de mundo e efeitos visuais
Paleta de cores desses filmes parece sempre a mesma, mas vamos relevar |
Igra: ALTÍSSIMO, DEZ DEZ DEZ. Gente, eu tenho queda por fantasia, e aquelas asas da Malévola era inacreditáveis. A cena dela girando nas nuvens (e depois no clímax), GENTE, TAMBÉM QUERO TER ASAS, ONDE EU COMPRO????* E não venham me falar sobre como os bichinhos (alguns) era nojentos, porque eu também achei, mas isso me levou a pensar que beleza não é nada!! Vide o próprio Stefan. Além disso, achei bem menos superficial que Frozen, Alice ou Oz. O João fala aqui embaixo sobre esse mundo não existir na história original, mas gente, era um mundo com FADINHAS. Elas tinham que vir de algum lugar. Falando nisso, só eu fiquei curiosa com a verdadeira origem da Malévola? Quero dizer, ela era a única fada meio ~~humana~~, mas não tinha pais. Onde estavam os pais dela? Haviam morrido como?
João: ALTO. Ok, confesso que reclamei até não querer mais sobre esse mundo mágico que eles criaram, dizendo que o filme não tem o mesmo espaço que Oz ou Alice pra fazer essas coisas e etc. Mas é impossível não reconhecer que isso acabou ampliando o universo do conto original e dando espaço para o sempre caprichado espetáculo visual da Disney acontecer. As criaturinhas coloridas podem não ter servido pra muita coisa, mas ficaram muito simpáticas em tela e combinaram bem com os outros elementos. Só não curti tanto o clima sombrio que deram pro castelo, já que ali deveria ser o lar das pessoas "do bem". Mas ele reflete a personalidade do rei no filme e cumpre o propósito que quiseram dar àquele espaço, então dá pra relevar.
Dana: ALTO. Lindo, maravilhoso, tudo de bom, contos de fadas (isso nem é propriamente um elogio, mas aqui é). Eu adorei as cenas no meio do mato porque mataram um pouco a minha saudade de Dragon Age, com aquele clima de fantasia medieval. A parte das fadas também é encantadora - me fizeram lembrar do livro Dreams and Shadows (QUE EU AINDA NÃO RESENHEI AQUI. FUUU). Em resposta ao João, talvez o clima sombrio do castelo seja exatamente por que é a perspectiva da Malévola - para ela e as fadas (os Moors), eles eram os "do mal." Aliás, talvez esse seja o mesmo motivo de reforçar tanto o Rei Stefan como o do mal na história. Eles inverteram o que é feito. Em nenhuma história da Disney eles pensam duas vezes em mostrar os vilões em lugares sombrios e com cara de "do mal" - e aqui não é diferente. Aliás, talvez aqui seja ainda mais necessário isso, porque está mostrando o outro lado. Os lindos reis e humanos "do bem", esse tempo todo também estiveram sendo "do mal".
Diego: MÉDIO. Visualmente impecável. Não tem como não se apaixonar pela estética desse filme, é verdade. Mas não há explicação nenhuma a respeito das criaturas fantásticas da história, e isso me incomoda um pouco. Eu nem estou falando de explicar a origem delas ou algo assim, mas o que elas são ou fazem ali, entende? Eu reconheço que isso pode ter sido intencional. Os Moors são uma metáfora para a força da natureza, coisa que é ressaltada pela cena em que Malévola joga a pedra no fundo do lago. Os seres, como a pedra, não têm um proposito especifico. Eles apenas existem. São uma manifestação pura. E eu acho isso muito, muito legal. Mesmo! Só que ainda assim, sinto que eles poderia ter desenvolvido mais em cima dessa temática, talvez mostrando o trabalho de subsistência dos Moors quando eles não estão lutando com humanos. Tudo o que realmente vemos são criaturas dançando e fazendo guerra de lama. E é só isso?!
Dana: ALTO. Lindo, maravilhoso, tudo de bom, contos de fadas (isso nem é propriamente um elogio, mas aqui é). Eu adorei as cenas no meio do mato porque mataram um pouco a minha saudade de Dragon Age, com aquele clima de fantasia medieval. A parte das fadas também é encantadora - me fizeram lembrar do livro Dreams and Shadows (QUE EU AINDA NÃO RESENHEI AQUI. FUUU). Em resposta ao João, talvez o clima sombrio do castelo seja exatamente por que é a perspectiva da Malévola - para ela e as fadas (os Moors), eles eram os "do mal." Aliás, talvez esse seja o mesmo motivo de reforçar tanto o Rei Stefan como o do mal na história. Eles inverteram o que é feito. Em nenhuma história da Disney eles pensam duas vezes em mostrar os vilões em lugares sombrios e com cara de "do mal" - e aqui não é diferente. Aliás, talvez aqui seja ainda mais necessário isso, porque está mostrando o outro lado. Os lindos reis e humanos "do bem", esse tempo todo também estiveram sendo "do mal".
Diego: MÉDIO. Visualmente impecável. Não tem como não se apaixonar pela estética desse filme, é verdade. Mas não há explicação nenhuma a respeito das criaturas fantásticas da história, e isso me incomoda um pouco. Eu nem estou falando de explicar a origem delas ou algo assim, mas o que elas são ou fazem ali, entende? Eu reconheço que isso pode ter sido intencional. Os Moors são uma metáfora para a força da natureza, coisa que é ressaltada pela cena em que Malévola joga a pedra no fundo do lago. Os seres, como a pedra, não têm um proposito especifico. Eles apenas existem. São uma manifestação pura. E eu acho isso muito, muito legal. Mesmo! Só que ainda assim, sinto que eles poderia ter desenvolvido mais em cima dessa temática, talvez mostrando o trabalho de subsistência dos Moors quando eles não estão lutando com humanos. Tudo o que realmente vemos são criaturas dançando e fazendo guerra de lama. E é só isso?!
- Drama
Igra: ALTO. Acho que é o único ponto em que não houve grandes divergências, justamente com o tópico de efeitos especiais. Eu achei a mudança do Stephan e a da Malévola (e suas relações) muito convincentes, além de, obviamente, muito dramáticas. A única coisa que me incomodou (e me impediu de dar um altíssimo como o João) foi o fato de que a reação da Aurora (perante a descoberta da maldição) durou apenas cinco segundos. Depois que ela recebeu o beijo da Malévola, ela esqueceu toda a desgraça. Enfim.
Dana: Nada a acrescentar.
Elogiou, ganhou pizza |
Diego: ALTO. Já falei ali em cima como gostei
das interações neste filme. O tormento do rei, a angustia da fada, a graça da
criança, a ousadia do corvo. Mesmo os personagens mais simples (exceto as
fadinhas) contribuíram na construção emocional do filme. Tudo é muito simples,
mas perfeitamente executado. Merece os parabéns.
- Fidelidade à história original
- Fidelidade à história original
Igra: MÉDIO. Se eu não me engano, na história original, a Malévola perde o confronto com o Stefan (até porque, no original, a Malévola é a vilã, não a vítima). Mas invertendo os ângulos, acho que essa mudança foi até boa. Na realidade, essa é, juntamente com Rapunzel e Alice, uma das minhas histórias favoritas dos contos de fadas, o que me faz ser tendenciosa na hora de julgar (sempre vou achar tudo lindo e maravilhoso). Apesar disso, preciso reconhecer que havia coisas ali que estavam longe de aparecer em qualquer livro infantil, como o próprio reino encantado no qual a Malévola vivia.
João: BAIXO. Simplesmente porque saí do cinema com a impressão de que não vi os mesmos personagens, lugares, enfim, o mesmo mundo que conheci com a animação clássica da Bela Adormecida. Sei que mantiveram alguns elementos bastante característicos do original - os espinhos, o dragão, a maldição... Fizeram até algumas cenas praticamente idênticas, como a do batizado de Aurora (tirando o fato da terceira fadinha nem dar o presente dela. Sim! Essa parte é tão legal...) -, mas as mudanças também foram drásticas. Principalmente quanto aos personagens (não falo da Malévola, sei que a proposta era vê-la por um ângulo diferente), de personalidades muito diferentes, e o clima geral do filme. E PELO SIMPLES FATO DA MALÉVOLA NÃO VIRAR AQUELE DRAGÃO ROXO GIGANTE AWESOME. Isso não é um defeito propriamente dito, até porque a divulgação teve como slogan "don't believe the fairy tale" (não acredite no conto de fadas) e a gente já tinha uma noção do que esperar. Eu só senti falta de toda aquela atmosfera, daquela... elegância (?) que faz a animação original ser tão marcante.
Dana: MÉDIO. Eu não lembro nem do conto de fadas, que é a história original. Nem da adaptação da Disney. Mas parece que o consenso geral é que não agradou? HAUHUAH E acho que o conto original também virou uma bengala da Malévola e da vontade de mostrar o lado de um vilão.
Diego: BAIXO -sqn. Não considero esse tópico pertinente. Por mais que as estéticas tenham sido resgatadas, são duas adaptações diferentes, com propósitos e temas diferentes. Não há parâmetro de comparação, se não o conto de fadas original dos Grimm, ou pelo menos a versão de Perrault. Nesse caso, deveriam ser de sete a doze fadas abençoando a princesa. Teriam de se passar cem anos entre o furo na agulha e o beijo do príncipe. Malévola não teria presença na história para além da primeira cena. Ah, sem falar que nem o clássico da Disney, nem o novo filme tem a mãe de Phillip, que tem sangue de ogro, querendo devorar os rebentos de Aurora.
- Comentários finais
Igra: Eu gostei muito do filme. Daria 4 conversinhas, ou até mesmo 4,5. Não acho que ele comete grandes crimes, apenas não veria de novo por agora, porque acho que uma vez só foi o suficiente. Há elementos que me encantam de cara, como o clima fantasioso, asas e a parte medieval (além do poder subindo a cabeça de alguém). O filme não me decepcionou, muito pelo contrário, ele me surpreendeu. Eu gostei bastante. O final foge do clichê, embora seja meramente previsível, mas o desfecho continua sendo bom.
Dana: MÉDIO. Eu não lembro nem do conto de fadas, que é a história original. Nem da adaptação da Disney. Mas parece que o consenso geral é que não agradou? HAUHUAH E acho que o conto original também virou uma bengala da Malévola e da vontade de mostrar o lado de um vilão.
Diego: BAIXO -sqn. Não considero esse tópico pertinente. Por mais que as estéticas tenham sido resgatadas, são duas adaptações diferentes, com propósitos e temas diferentes. Não há parâmetro de comparação, se não o conto de fadas original dos Grimm, ou pelo menos a versão de Perrault. Nesse caso, deveriam ser de sete a doze fadas abençoando a princesa. Teriam de se passar cem anos entre o furo na agulha e o beijo do príncipe. Malévola não teria presença na história para além da primeira cena. Ah, sem falar que nem o clássico da Disney, nem o novo filme tem a mãe de Phillip, que tem sangue de ogro, querendo devorar os rebentos de Aurora.
- Comentários finais
Igra: Eu gostei muito do filme. Daria 4 conversinhas, ou até mesmo 4,5. Não acho que ele comete grandes crimes, apenas não veria de novo por agora, porque acho que uma vez só foi o suficiente. Há elementos que me encantam de cara, como o clima fantasioso, asas e a parte medieval (além do poder subindo a cabeça de alguém). O filme não me decepcionou, muito pelo contrário, ele me surpreendeu. Eu gostei bastante. O final foge do clichê, embora seja meramente previsível, mas o desfecho continua sendo bom.
João: Talvez a maioria dos meus comentários tenha sido negativa, mas isso não quer dizer que odiei o filme (sinceramente, quem consegue odiar algo tão bem produzido como Malévola?). Apenas acho que, analisando de forma mais crítica (como eu fiz), enxergamos vários defeitinhos que nos impedem de aproveitar a história totalmente. É por isso que vou assistir de novo quando sair em DVD, já sabendo o que esperar, pra aproveitar melhor todas as coisas positivas que Malévola tem a oferecer. Mas, por enquanto, continuo feliz com essa ação da Disney de trazer os clássicos de forma repaginada, conquistando um novo público e fazendo o antigo se apaixonar novamente. Já estou com altas expectativas pro A Bela e a Fera \o/
Dana: Eu não tava nem com vontade de ver. Se não fosse Once Upon A Time, eu nem lembraria que a vilã Malévola existe. Ainda vi esse filme logo depois de reassistir X-Men com meu irmão. Mas foi uma boa surpresa - uma história que me prendeu do início ao fim e que eu gostei bastante. Acho que eu nem teria pensado muito nela* se não fosse o fato de que algumas pessoas realmente não gostaram, enquanto outras amaram. E eu no meio tipo "wtf, tem alguma coisa nesse filme que eu não vi?" O Diego disse no grupo secreto do CC que quem não gostou se prendeu demais ao filme da Disney, e eu concordo. Esse é o filme da Malévola. Enquanto quem gostou demais é por causa do conteúdo do filme, afinal, é uma história que não afunda muito nos estereótipos - aliás, é sobre reverter estereótipos com uma protagonista mulher super-poderosa. Para quem quer se divertir, por favor, assista com qualidade de imagem e som alto.
*mentira, eu pretendo analisar o filme da perspectiva da esperança em um dos próximos posts.
Diego: #tomameulike
A gente acha que não gostou de Malévola, mas... |
*mentira, eu pretendo analisar o filme da perspectiva da esperança em um dos próximos posts.
Diego: #tomameulike
E você, já assistiu Malévola? O que achou de bom e ruim no filme? E qual clássico gostaria de ver repaginado nas telonas? Conta pra gente nos comentários!
Saiba mais sobre Malévola na nossa resenha do filme!
Saiba mais sobre Malévola na nossa resenha do filme!
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2 comentários
O que eu mais gostei do Diaval é que ele era meio que uma voz da consciência da Malévola. São várias as vezes em que ela faz algo que ele desaprova e quando ele fala demais, ela o transforma em corvo de novo. rs
ResponderExcluirAchei que foi uma grande contribuição ao filme ter essa vozinha da consciência que no desenho não existe. Malévola só é má, pronto, acabou. Aqui não, nós vemos que alguém decepcionado por alguém pode se entregar às chamas da vingança (Mwhuahuahua!), mas que também pode haver redenção nestes atos. No geral, a mensagem do filme é bastante positiva, bem diferente do conto original do século XVII, onde a princesa foi estuprada enquanto dormia. O__o
Abraço!
momentumsaga.com
Ainda não assisti ao filme, mas não resisti e li todos os comentários do post hehehe - não ligo para spoilers, então sossegado. Ter a Angelina Jolie no papel de Malévola faz a gente ter uma expectativa a mais, creio eu. Li resenhas falando coisas muito boas, um ou outro ponto negativo, e fiquei interessada; bom, veremos, né.
ResponderExcluirBeijos, Livro Lab