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Clube de Escrita: a organização mágica da sua história
29.5.14Igraínne
OI, CRIANÇAS, como vocês estão? Bom dia, boa tarde, boa noite, hoje é dia de escrever, escrever melhor talvez, escrever mais, quem sabe, mas escrever - no sentido próprio da palavra. O negócio é que esse post é um novo "olá" ao Clube de Escrita, porque, nos últimos dias, tenho sentido que falta organização na minha vida (especialmente para, mais uma vez, ESCREVER). Logo, seguindo o conselho de um amigo, eu resolvi montar um mapa, uma linha do tempo e um índice de personagens para a minha história.
Acreditem em mim, funciona. E além de funcionar, ajuda você a se sentir ainda mais envolvido com o seu próprio livro.
Acreditem em mim, funciona. E além de funcionar, ajuda você a se sentir ainda mais envolvido com o seu próprio livro.
Linha do tempo
A primeira coisa que eu percebi que faltava na minha organização era uma linha do tempo. Por quê? Porque minha história tem muita informação que antecede a própria história. Confuso, eu sei, mas hei de explicar::::
Dependendo de como você planejou o seu enredo, de como a ideia chegou até você, a história em si pode possuir uma bagagem. A bagagem é aquilo que acontece antes do conflito principal que torna o tal conflito pertinente o bastante para ser contado, narrado e escrito. No meu caso, por exemplo, quando eu decidi escrever, eu já sabia que a história se passaria 20 depois de uma guerra catastrófica que durou 10 anos. A quantidade de tempo, se você parar para pensar, pode ser irrelevante, o que importa, na verdade, é que a coisa toda só acontece depois de uma enorme guerra que matou milhares de pessoas e etc.
PORÉM, contudo, todavia, entretanto, havia muita informação referente a essa tal guerra (informação que eu teria que passar para o leitor para que ele pudesse entender as consequências). Tudo isso, essa quantidade toda de informação, depois eu notei, precisava ser fornecida aos poucos, para que ninguém (nem mesmo eu mesma) acabasse se perdendo.
Foi aí que escrevi o primeiro capítulo. E notei que, ainda assim, havia informação demais sobre todo o tempo do "antes". Tanta informação que alguns amigos (para os quais ofereci a história, incluindo o João aqui do blog) me disseram que estava soando como um capítulo NO MEIO DO LIVRO, e não no início. O início, por si só, servia (e serve, seja qual for o livro) para situar e apresentar um mundo, ainda que esse mundo seja o real - o planeta Terra, o Brasil, enfim. O leitor precisa entender onde tal personagem vive, como estuda, onde trabalha, por que foi parar ali, etc. E essas coisas estavam sendo sufocadas, na minha história, pela explicação da guerra e de suas consequências.
No fim, eu acabei cortando/adaptando toda essa informação. Transformei algumas coisas em prólogo, outras eu simplesmente tirei dali para, quem sabe um dia, serem incluídas nos capítulos seguintes.
Mas o problema persistia, embora dessa vez atingisse apenas a mim.
Eu estava me confundindo naquela linha do tempo. Notei que minha necessidade de explicar tudo no início era uma forma de também explicar tudo para mim mesma para eu não esquecer, era como ter um manual que eu pudesse consultar.
E então o site ExamTime entrou na minha vida!!!!!! E tudo ficou cor-de-rosa-choque-chicletinho. Um amigo me sugeriu a plataforma porque nela eu podia (e posso) criar todo tipo de mapa mental que eu quisesse. O que é um mapa mental? Uma forma de construir esquemas de qualquer coisa que você queira. No caso das histórias, você pode incluir informações básicas sobre o enredo, como os fatos se interligam e muita mais. E eu decidi criar uma Linha do Tempo, uma linha que me ajudaria a lembrar todas as coisas necessárias. Não precisava escrever todas as informações que me viessem à cabeça, mas apenas a chamada, uma pergunta, uma expressão que me fizesse entender.
Mapa Mágico
Além da linha do tempo, diversas outras necessidades podem aparecer quando você estiver escrevendo. Especialmente se a sua história for de fantasia, porque isso - embora não seja uma regra - quase sempre implica em "novo mundo". Ora, se é um novo mundo, é um lugar diferente e, portanto, o mapa/as localizações não são como as nossas, correto?
Descobri no google diversos mapas de mundos mágicos que servem de inspiração para qualquer história. O legal é você criar um totalmente novo, mas caso isso se torne trabalhoso demais, você pode usar um deles apenas como base. No meu caso, por exemplo, a história é de fantasia, mas não tem esse "mundo novo". O mundo dos personagens é o mesmo que o nosso, de modo que eu só quis usar as concentrações populacionais como referência.
Como podem ver, eu peguei um mapa coloridinho e bonitinho no google (eu confesso, sim, confesso) e o editei miseravelmente no paint. Eu considerei pedir para o João aqui do blog (que manja dos paranuaê da edição de imagens) ajeitar para mim, mas logo desisti, porque percebi que, na verdade, a perfeição não importa, o que importa é o mapa servir de referência, dar uma base para que você não fale besteira no meio do livro. Por exemplo, numa história fantástica, você precisa saber mais ou menos a distância que separa determinados lugares, especialmente para que personagens distintos não levem tempos muito discrepantes para atravessar cidades: "Fulano viaja de lugar tal a tal em três dias. O outro coleguinha, devido a pressa, fez o percurso em uma hora". It's not normal.
Guia de Personagens (aka árvore genealógica)
Uma coisa que eu também percebi escrevendo foi que personagem demais complica tudo. Eu contei, na minha vã tentativa de organizar numa tabelinha inocente no meu caderno, 18 personagens principais. Pior do que confundi-los, no entanto, era confundir quem pertencia a qual grupo, quem tinha tal poder, quem era o quê dos treco tudo.
Depois de novamente considerarsuicídio desistir da história, resolvi usar o santo site ExamTime again. O resultado? Uma enorme árvore (que não é genealógica, mas tá valendo) que me ajudou/ajuda em todos os aspectos. A principal vantagem é que eu consegui colocar as relações entre os personagens nessa árvore, uma verdadeira salvação!!!11!!!11!!1!!!!!11
Mostrei o esquema acima para uma amiga e ela disse que estava muito confuso. Fiquei pensando em reeditar para que vocês entendessem e mais uma vez me vi diante daquela afirmação: o importante não é ser legível para todo mundo, e sim legível para o autor. Porque isso tudo que eu mostrei aqui serve para orientar quem escreve a respeito da própria história, para que ele mesmo consiga formar um enredo coeso e sem imperfeições de coerência. Essa é a ideia.
Listas!!!
Por fim, percebi que algumas informações precisavam apenas ser listadas. Por exemplo, no meu caso, nem todo mundo do clã A tem os poderes característicos do clã A, portanto, eu precisava definir esses poderes para que não houvesse confusão. Isso foi facilmente resolvido com a ideia de fazer uma tabelinha com os nomes e poderes de cada personagem. O legal de fazer essa lista é que não precisa nem mesmo ser no google drive, nada de planilha. É apenas única e exclusivamente uma lista.
E você, lindo leitor, deve colar essa lista na parede, no armário, no espelho... Em qualquer lugar que seja de fácil consulta. Às vezes os buracos nas histórias são causados por simples esquecimento e isso ajuda como um verdadeiro incentivo. Toda vez que você vê a tal lista, você lembra o quanto a sua história é incrível, tão incrível que até mesmo precisou de um planejamento. Meu amigo que me indicou o ExamTime, por exemplo, disse uma frase sensacional que jamais irei esquecer: "Escrever um livro é como montar uma empresa". Então pegue essa empresa e fique rico com ela.
A primeira coisa que eu percebi que faltava na minha organização era uma linha do tempo. Por quê? Porque minha história tem muita informação que antecede a própria história. Confuso, eu sei, mas hei de explicar::::
"É mais como magia negra" -nn |
Dependendo de como você planejou o seu enredo, de como a ideia chegou até você, a história em si pode possuir uma bagagem. A bagagem é aquilo que acontece antes do conflito principal que torna o tal conflito pertinente o bastante para ser contado, narrado e escrito. No meu caso, por exemplo, quando eu decidi escrever, eu já sabia que a história se passaria 20 depois de uma guerra catastrófica que durou 10 anos. A quantidade de tempo, se você parar para pensar, pode ser irrelevante, o que importa, na verdade, é que a coisa toda só acontece depois de uma enorme guerra que matou milhares de pessoas e etc.
PORÉM, contudo, todavia, entretanto, havia muita informação referente a essa tal guerra (informação que eu teria que passar para o leitor para que ele pudesse entender as consequências). Tudo isso, essa quantidade toda de informação, depois eu notei, precisava ser fornecida aos poucos, para que ninguém (nem mesmo eu mesma) acabasse se perdendo.
Foi aí que escrevi o primeiro capítulo. E notei que, ainda assim, havia informação demais sobre todo o tempo do "antes". Tanta informação que alguns amigos (para os quais ofereci a história, incluindo o João aqui do blog) me disseram que estava soando como um capítulo NO MEIO DO LIVRO, e não no início. O início, por si só, servia (e serve, seja qual for o livro) para situar e apresentar um mundo, ainda que esse mundo seja o real - o planeta Terra, o Brasil, enfim. O leitor precisa entender onde tal personagem vive, como estuda, onde trabalha, por que foi parar ali, etc. E essas coisas estavam sendo sufocadas, na minha história, pela explicação da guerra e de suas consequências.
Eu precisa de um vira-tempo para me organizar. |
No fim, eu acabei cortando/adaptando toda essa informação. Transformei algumas coisas em prólogo, outras eu simplesmente tirei dali para, quem sabe um dia, serem incluídas nos capítulos seguintes.
Mas o problema persistia, embora dessa vez atingisse apenas a mim.
Eu estava me confundindo naquela linha do tempo. Notei que minha necessidade de explicar tudo no início era uma forma de também explicar tudo para mim mesma para eu não esquecer, era como ter um manual que eu pudesse consultar.
E então o site ExamTime entrou na minha vida!!!!!! E tudo ficou cor-de-rosa-choque-chicletinho. Um amigo me sugeriu a plataforma porque nela eu podia (e posso) criar todo tipo de mapa mental que eu quisesse. O que é um mapa mental? Uma forma de construir esquemas de qualquer coisa que você queira. No caso das histórias, você pode incluir informações básicas sobre o enredo, como os fatos se interligam e muita mais. E eu decidi criar uma Linha do Tempo, uma linha que me ajudaria a lembrar todas as coisas necessárias. Não precisava escrever todas as informações que me viessem à cabeça, mas apenas a chamada, uma pergunta, uma expressão que me fizesse entender.
Abra a imagem em uma nova guia para ver maior. |
A verdade é que, você, lindo leitor, não precisa usar realmente essa sequência, embora eu tenha notado que ela se encaixa em diversos livros de distopia, como Jogos Vorazes e Divergente, ainda que meu livro nem sequer seja uma distopia. De qualquer forma, você pode usar tudo da forma que quiser. A última parte, por exemplo, pode significar "dias narrados agora", caso for um romance de época. Se você gosta de flashbacks e usa alternância de tempo para narrar a história, pode apontar isso no próprio esquema. Outra coisa legal é trabalhar com datas. No meu caso, eu sei que a guerra durou 10 anos, mas quando começou, quando terminou? Eu inclui isso numa segunda linha do tempo que fiz, essa mais detalhada.
Mapa Mágico
Além da linha do tempo, diversas outras necessidades podem aparecer quando você estiver escrevendo. Especialmente se a sua história for de fantasia, porque isso - embora não seja uma regra - quase sempre implica em "novo mundo". Ora, se é um novo mundo, é um lugar diferente e, portanto, o mapa/as localizações não são como as nossas, correto?
Um lugar meio assim, sabe? |
Descobri no google diversos mapas de mundos mágicos que servem de inspiração para qualquer história. O legal é você criar um totalmente novo, mas caso isso se torne trabalhoso demais, você pode usar um deles apenas como base. No meu caso, por exemplo, a história é de fantasia, mas não tem esse "mundo novo". O mundo dos personagens é o mesmo que o nosso, de modo que eu só quis usar as concentrações populacionais como referência.
Breve explicação: no meu livro, cujo nome ainda não defini, há três clãs distintos de pessoas com ~~poderes~~. Após a tal guerra de 10 anos, um desse clãs foi quase dizimado, embora ainda se pudesse achar pessoas desse grupinho em todos os continentes.
Pontinhos azuis como representantes do clã quase dizimado na guerra, pontinhos vermelhos e vinhos representando os outros dois grupos. |
Como podem ver, eu peguei um mapa coloridinho e bonitinho no google (eu confesso, sim, confesso) e o editei miseravelmente no paint. Eu considerei pedir para o João aqui do blog (que manja dos paranuaê da edição de imagens) ajeitar para mim, mas logo desisti, porque percebi que, na verdade, a perfeição não importa, o que importa é o mapa servir de referência, dar uma base para que você não fale besteira no meio do livro. Por exemplo, numa história fantástica, você precisa saber mais ou menos a distância que separa determinados lugares, especialmente para que personagens distintos não levem tempos muito discrepantes para atravessar cidades: "Fulano viaja de lugar tal a tal em três dias. O outro coleguinha, devido a pressa, fez o percurso em uma hora". It's not normal.
Guia de Personagens (aka árvore genealógica)
Uma coisa que eu também percebi escrevendo foi que personagem demais complica tudo. Eu contei, na minha vã tentativa de organizar numa tabelinha inocente no meu caderno, 18 personagens principais. Pior do que confundi-los, no entanto, era confundir quem pertencia a qual grupo, quem tinha tal poder, quem era o quê dos treco tudo.
Depois de novamente considerar
Abra a imagem em uma nova guia para ver maior. |
Mostrei o esquema acima para uma amiga e ela disse que estava muito confuso. Fiquei pensando em reeditar para que vocês entendessem e mais uma vez me vi diante daquela afirmação: o importante não é ser legível para todo mundo, e sim legível para o autor. Porque isso tudo que eu mostrei aqui serve para orientar quem escreve a respeito da própria história, para que ele mesmo consiga formar um enredo coeso e sem imperfeições de coerência. Essa é a ideia.
Por fim, percebi que algumas informações precisavam apenas ser listadas. Por exemplo, no meu caso, nem todo mundo do clã A tem os poderes característicos do clã A, portanto, eu precisava definir esses poderes para que não houvesse confusão. Isso foi facilmente resolvido com a ideia de fazer uma tabelinha com os nomes e poderes de cada personagem. O legal de fazer essa lista é que não precisa nem mesmo ser no google drive, nada de planilha. É apenas única e exclusivamente uma lista.
E você, lindo leitor, deve colar essa lista na parede, no armário, no espelho... Em qualquer lugar que seja de fácil consulta. Às vezes os buracos nas histórias são causados por simples esquecimento e isso ajuda como um verdadeiro incentivo. Toda vez que você vê a tal lista, você lembra o quanto a sua história é incrível, tão incrível que até mesmo precisou de um planejamento. Meu amigo que me indicou o ExamTime, por exemplo, disse uma frase sensacional que jamais irei esquecer: "Escrever um livro é como montar uma empresa". Então pegue essa empresa e fique rico com ela.
E você? Como costuma organizar a sua história? Conta pra gente!
- Igraínne M.
(vulgo Igra)
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1 comentários
Gostei do post, da citação, e agora espero montar uma boa empresa! hahahaha
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