Aleph Cavernas de Aço

[Resenha] Cavernas de Aço, de Isaac Asimov

10.4.14Dana Martins

por Dana Martins

- Livro: Cavernas de Aço
- Livro 1: Série Espaciais
- Próximo: The Naked Sun (Os Robôs)
- AutorIsaac Asimov
- Editora: Aleph 
- Comprar: Travessa, Saraiva
- No Skoob
- Esse livro faz parte da Volta ao Mundo em 12 Livros







Minicrítica ~ Resumo:
Cavernas de Aço é uma mistura de ficção científica com investigação policial (alguém conhece a série Almost Human?), onde conhecemos Elijah Baley, um investigador que fica responsável por descobrir o que está por trás de um assassinato. Mas não é qualquer um que morreu: é o embaixador dos Mundos Siderais. E por causa disso eles exigem que Elijah trabalhe ao lado de um robô. O problema é que isso é a última coisa que qualquer terráqueo quer. Como ele vai andar com um robô entre as pessoas? Como ele vai levar essa coisa para casa? E se essa coisa for capaz de fazer o trabalho dele, o que garante que ele não vai ser substituído?

O livro desenvolve esse medo da substituição ao mesmo tempo que nos apresenta a um universo distópico bem trabalhado. Eu adorei a forma como o Isaac Asimov trabalha esse futuro e desenvolve os personagens diante da situação. A investigação não é lá tudo isso, mas serve para fazer as coisas acontecerem. Indico para qualquer um que queira pensar nossa sociedade no futuro e conhecer robôs. 

No verso da edição linda da Aleph ainda
tem as 3 leis da robótica! 
Sobre o universo de Cavernas de Aço

É legal pensar nesse futuro onde a população é tão grande que foi preciso criar um sistema rígido para todo mundo poder sobreviver. É quase como se todos vivessem em um albergue futurista: cada um tem seu quarto com o necessário, usam banheiros comunitários e comem uma porção monitorada no refeitório. Aliás, é quase como o que vemos no livro A Esperança da Suzanne Collins, no distrito 13.

Outra coisa interessante é que eles vivem nessas Cidades (as "cavernas de aço"), que são quase como shoppings gigantes de vários andares onde a pessoa se locomove através de esteiras (alguém lembra de os Jetsons?). E ninguém sai dessas Cidades. É permitido sair e existe um campo enorme do lado de fora onde coisas são plantadas, mas ninguém vai lá. Se a gente pensar um pouco, parece com o nosso estilo de vida.

Cavernas de Aço vs. Realidade:

Eu moro no Rio de Janeiro, agora mesmo eu posso ouvir uma buzina distante na avenida que passa aqui perto e são 18:58, eu não saio de jeito nenhum nesse horário porque você não vai a lugar nenhum. Outro dia saí a essa hora para encontrar a minha amiga em um shopping que de carro em um dia livre dá menos de 5 minutos daqui, nem táxi quis me levar até lá por causa do trânsito e eu levaria pelo menos uma hora para chegar. As pessoas vivem empilhadas às vezes ou em péssimas condições. Enquanto basta pegar a estrada menos de meia hora para qualquer direção que é possível ver terrenos e mais terrenos livres. Tem gente que nunca sai da cidade. Ou de um bairro. (não estou dizendo para ocupar terreno dos outros, mas há muito espaço para crescer)


Eu desenvolvi um pouco mais na comparação para dar uma ideia melhor sobre como o livro pode ser legal. Nós podemos fazer várias relações com o nosso presente e futuro próximo (ou passado!), pensando no que isso significa sobre a nossa sociedade. A ficção científica não serve só para gente viajar para outros mundos, mas também para conhecer outros mundos dentro do nosso.

E como o livro trata da questão Robôs vs. Humanos, nós temos um personagem que precisa rever o que acredita e acabamos com uma história sobre ver algo de várias perspectivas. E é engraçado é que a Bíblia é fundamental para mostrar essa diferença!

O que eu gostei? 

Eu gostei muito. Acho que o que mais me atraiu foi o desenvolvimento dos dilemas e do mundo - eu tive que me segurar para não dar spoilers e ficar fazendo comparações tipo a acima aqui.

A história também é uma investigação. Não foi o que mais me atraiu, mas é algo para se ter em mente. O protagonista vai se afundando mais e mais conforme a história anda e você quer saber a solução. A conclusão, pra mim, foi um pouco fraca, mas não fez diferença na minha leitura.

E uma das coisas que é bem legal: os personagens. Eu gosto como o Elijah é cheio de preconceitos e vai aprendendo a enxergar o outro lado. E gosto que mesmo assim ele se sinta forçado a expressar sua superioridade humana em relação ao robô.

Meu personagem preferido é o Daneel. Ele é um robô e não entende sarcasmo, é até um pouco inocente por causa disso. Apesar de ser meio frustrante o robô não ter um "coração"...

Só para completar: esse livro foi escrito lá pelo início de 1950 e é surpreendente que a escrita do livro nem parece algo antigo. Tudo bem que depois de O Sol é para Todos e outros livros do Charlie's Booklist, eu já deveria saber disso, mas enquanto eu lia não conseguia deixar de pensar que parece um livro escrito hoje em dia.


A edição da Aleph de Cavernas de Aço não é só linda, como ainda vem com essa introdução onde o próprio Asimov fala dos robôs na literatura e de sua história com os robôs e os livros, que é muito boa. E olha que eu normalmente não gosto de introduções.

Sobre a nota: Eu não acho que seja O LIVRO, até porque se você pensar só em termos de história perde muito (é uma coisa comum), mas o desenvolvimento do mundo e dos personagens merecem muito. Gostei e quero ler mais do Asimov, inclusive os próximos livros dessa série.

Aliás, você sabia que existe uma cronologia e todos os livros do autor estão ligados?

Nota:
(4,5/5 conversinhas)



Aproveitar para falar que esse livro foi enviado pela a Aleph que decidiu apoiar o Volta ao Mundo em 12 Livros! Para quem não conhece, a Aleph é uma editora que traz edições lindas e bem feitas de grandes livros da ficção científica, nos dando a oportunidade de conhecer grandes autores como o Asimov. (:



Versão moderna. Eu assistiria totalmente


Dorian, robô de Almost Human. Não encontrei nada na internet sobre isso, mas Almost Human é total Cavernas de Aço. 

David, do filme Prometheus. Outro que me faz lembrar do Daneel. 

E qual é a dessa mania de dar nome para robôs com D?

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2 comentários

  1. Eu AMEI esse livro, acho incrível e intrigante o mundo que Asimov constrói e, devo convessar, adoro Daneel. :) Aliás, adorei sua comparação entre ele e o David!

    Coincidentemente, comecei hoje a escrever minha resenha para esse livro! Se quiser ler, passa lá no meu blog (devo publicar quarta que vem) e a gente discute melhor. :)

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  2. Eu estou LOUCO pra ler esse livro. Lembro que vi a Tati Feltrin comentar sobre esse ele uma vez e, assim como você, falou super bem da obra!
    Só não comprei ainda porque não rola pagar mais de 40 reais em um livro :\ Mas assim quer ler, volto aqui para a gente comentar melhor! HAHA

    P.S.: Deveria estar participando do projeto desde janeiro, porém procrastinação + cursinho não me permitem fazer nada kkkkk Mas farei um esforcinho para fazer parte dele no próximo mês ;)

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