Hoje é véspera de Páscoa, minha gente! Tempo de pensarmos na renovação e no amor!
Só que como ninguém especificou que amor ou renovação precisam ser tratados, venho hoje renovar as energias dos intrépidos NanoWriters que estão aí na luta durante o Camp de Abril, lembrando vocês do que o amor às palavras pode acarretar em nossas vidas.
Sim, estou falando de publicação.
Mais que isso, estou falando do sucesso de vendas. Sabe, é fácil olhar para quem já conseguiu e imaginá-los como entidades superiores, detentores de uma sabedoria e disciplina sobrenaturais ou algo assim, mas se prestar atenção em relatos e entrevistas verá que eles só estão alguns passos na nossa frente, e que é tudo questão de persistência e sorte.
Eu coleciono histórias de autores, e nessa Páscoa vou compartilhar algumas das melhores com vocês.
Raphael Draccon
A história de Draccon começa aos seis anos de idade, quando ele conheceu Bruce Lee e decidiu que se igualaria à figura virando escritor, roteirista e faixa preta. Conseguiu realizar os três sonhos, mas só nos interessa o primeiro. Depois de inúmeras recusas por parte de profissionais da indústria que alegavam que um livro como Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas jamais vingaria no mercado nacional, Raphael começou a pensar em como conseguir uma oportunidade.
O rapaz olhou a lista de mais vendidos da época, viu O Futuro da Humanidade, de Augustus Cury entre eles e teve uma ideia. Tentou contato com editora, agente e até esposa do homem, mas com ele não conseguiu falar. Até que Cury anunciou uma tarde de autógrafos no Rio, para a qual Raphael compareceu com a intenção de convencê-lo a lhe deixar roteirizar "O Futuro da Humanidade".
E ele conseguiu. O roteiro foi escrito e só não virou realidade porque a produtora optou por outro título para ser produzido. Mas nada disso foi em vão, pois Draccon conseguira a evidência que procurava. Bastou um elogio do diretor Claudio Torres ao roteiro de Draccon para o agente internacional de Cury se convencer e apostar suas fichas no rapaz que tentava impressionar.
Publicou cinco livros que já venderam na casa dos milhares – inclusive no México. Atualmente na Rocco, já foi editor da Fantasy e alavancou a jovem editora no mercado nacional. Em breve, irá estrear no primeiro reality show sobre escritores no Brasil. Draccon continua o mesmo, sempre correndo atrás de oportunidades.
Fabio Yabu
Apaixonado por Super Sentais japoneses, Yabu começou a produzir histórias em quadrinho online sobre sua própria equipe de super-heróis, os Combo Rangers. Seu sucesso foi tamanho que se arriscou a transformar o conceito em uma publicação mensal. Infelizmente não deu certo e ele teve de abandonar o projeto.
Foi então para o mercado de histórias infantis. Criou uma saga de livros infantis de extremo sucesso, As Princesas do Mar cujos direitos para a produção de uma série foram vendidos para um estúdio francês. Escreveu mais de doze livros infantis, incluindo A Última Princesa, com os quais conseguiu respeito e evidência na indústria. Há alguns anos, mudou de nicho e escreveu, com o pseudônimo Abu Fobiya, os livros de terror Branca dos Mortos e os Sete Zumbis, Protocolo Bluehand: Zumbis e Independência ou Mortos.
Atualmente está retomando a produção dos Combo Rangers depois do hiato de dez anos. A campanha no Catarse angariou mais que o dobro da meta necessária para a sua produção (e eu comprei uma cópia autografada <3). Escreve um mangá nacional baseado no jogo Elsword e assinou com a editora Globo para o lançamento de seus próximos livros.
André Vianco
Apaixonado pelo lado mais sombrio das histórias desde que entrou em contato com o rei do Terror, Stephen King (trocadilho não intencional), escreveu Os Sete enquanto trabalhava atendendo telefonemas nas madrugadas para uma empresa de cartões de crédito. Depois de três anos na empresa, foi demitido. Vianco tinha uma escolha: ele poderia apostar na segurança e guardar seu fundo de garantia para se sustentar até arrumar um novo emprego, ou poderia investir tudo em seu sonho de literatura e seja o que Deus quiser.
Aparentemente, Deus estava do lado dos vampiros nessa. André ia de porta em porta nas livrarias menores de São Paulo e região para divulgar sua edição independente. As vendas foram estáveis, mas tem uma em particular que mudou a vida de Vianco. Luiz Vasconcelos, editor da Novo Século, viu o título do rapaz por aí e se interessou. Entrou em contato e propôs a criação do selo de jovens autores da empresa. A partir daí, seu trabalho teve crescimento e destaque constante e estável até que, em 2012, com a moda dos vampiros, estourou completamente.
Já escreveu 17 livros, que já venderam para lá dos milhões. Ainda fiel a sua primeira editora, a Novo Século, Vianco também desenvolve novos projetos para a Rocco e para a rede Globo. Dirigiu alguns curtas, inclusive uma adaptação seriada de algumas de suas obras.
Carolina Munhóz
Apaixonada pela fantasia desde pequena, conheceu seu destino nas palavras de Rowling. Aos dezesseis, escreveu seu primeiro livro, A Fada, que só seria publicado anos depois. Fez intercâmbio para os Estados Unidos, onde conheceu o elenco do filme Harry Potter e começou a trabalhar para o site brasileiro Potterish. Voltou ao Brasil com medo de estar protelando seus sonhos e assinou com uma pequena editora de Campinas. Desde então, lutou pela divulgação. Já passou por três editoras, participou de Reality Shows e concursos, trabalhou em diversas empresas e viajou pela Europa.
Em 2012 lançou O Inverno das Fadas pela Fantasy, onde seu atual marido trabalhava como editor. O sucesso foi estrondoso, foi eleita a melhor escritora jovem pelo prêmio Jovens Brasileiros e desde então não parou mais de crescer. Atualmente está de contrato assinado para uma trilogia com a Rocco, seus três livros já venderam na casa dos milhares e em breve irá protagonizar o primeiro reality show brasileiro sobre escritores com seu marido, Raphael Draccon (para mais informações, ler o começo do texto).
Eduardo Spohr
Spohr veio ao mundo da literatura sem pretensões. Depois de estudar Comunicação Social e trabalhar como publicitário e jornalista, Eduardo começou a participar de um podcast chamado Nerdcast. Lá dentro, sob um pseudônimo a principio, começou a contar sua história aos ouvintes e viu que havia público. Flertando com a ideia, conseguiu ganhar um concurso que lhe premiou com uma pequena impressão de seu livro, A Batalha do Apocalipse toda vendida através do site Jovem Nerd.
Vendo que o projeto era rentável, produziu mais cópias e as vendeu pelo site. A qualidade de seu trabalho foi lhe dando a evidência merecida através dos anos. Chegou a vender quatro mil cópias de forma totalmente independente antes de chamar a atenção da editora Record, que hoje o publica pelo selo Verus.
Além de vender super bem por aqui, sua saga já foi lançada em diversos países da Europa. Spohr continua trabalhando nos podcasts, faz palestras, leciona sobre produção literária e continua escrevendo incríveis histórias sobre anjos.
Trivia facts
1 - Os livros do Fabio Yabu e do Eduardo Spohr foram inicialmente publicados pela Nerdbooks, selo do site Jovem Nerd, antes de ambos assinarem com outras editoras; 2 - Spohr foi quem apresentou Munhóz e Draccon; 3 - Carolina, Raphael e André Vianco estão trabalhando no mesmo selo de jovens leitores da Rocco atualmente; 4 - Eu só fui descobrir todas essas coincidências realizando a pesquisa para escrever o texto.
Você, leitor-escritor, está livre para interpretar o que quiser, mas vendo essas histórias eu concluo que existe sim receita para o sucesso: junte a paixão pelo que se faz com conhecimento para enxergar as oportunidades, paciência para encontrá-las e persistência para não desistir no meio do caminho, misture com uma pitada de sorte e pronto!
A pegadinha é que, para cada caso, as medidas são diferentes. Ninguém sabe realmente quanto tempo vai demorar ou quanta sorte será precisa, então só nos resta continuar tentando.
TAGS:
André Vianco,
Carolina Munhóz,
CCLivros,
clube de escrita,
Diego Matioli,
Eduardo Spohr,
escrita,
Fabio Yabu,
histórias de sucesso,
literatura,
literatura brasileira,
Raphael Draccon
3 comentários
Olá!
ResponderExcluirHá um errinho no texto, Diego. O selo Verus é da editora Record, não da Globo, como mencionou no capitulo(?) do Eduardo e no "Trivia facts". E, pelo que sei, o André Vianco escreve para a rede Globo, não para a editora.
Abraço!
Ops! Já corrigi o erro! E quanto ao Vianco, eu acho que ficou ambiguo mesmo. Explicitei que era a rede, e não pra editora. Obrigado pelos avisos!
ResponderExcluir:]
ExcluirÓtimo texto, a propósito!