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[Resenha] A Fada, de Carolina Munhóz

19.3.14Anônimo

- Livro: A Fada
- Autora: Carolina Munhoz
- Editora: Leya
- Comprar: Saraiva, Submarino, Cultura
- No Skoob











Minicrítica-Resenha
Aos dezoito anos, Melanie perdeu o pai, foi abandonada pela mãe, descobriu que era uma fada e foi deixada na terra para completar uma missão da qual ninguém realmente sabe nada a respeito – exceto, talvez, o jovem bruxo Arthur, que lhe atropela acidentalmente uma noite. Sim, a sinopse é estranha, o livro também. Imaturo e com algumas falhas, A Fada, romance de estreia de Carolina Munhoz, escrito por ela aos dezesseis, é uma leitura a respeito da qual ainda não consegui me decidir. Tem algo de Lewis, de Meyer, de Cabot. Tem algo de bom, mas também algo que falta. 

Não entendeu nada? Nem eu. Depois do clique eu tento me explicar de novo. 

A Fada conta a história de Melanie Aine das Fadas, a herdeira do trono de Fairyland. Por motivos misteriosos, ao completar dezoito anos seu pai veio a sofrer um falecimento precoce e sua mãe foi forçada a se tornar rainha regente até que a garota pudesse assumir o trono. Só que ninguém sabe o que ela precisa fazer para poder fazer isso. Sua missão é um mistério, e até que ele seja revelado, a garota vive dias de confusão e luto admirando a Trafalgar Square e tentando entender seu futuro. 

   
Carolina hoje
A narrativa está no limite entre a introspecção típica de romances   sobrenaturais e um fluxo de pensamento completamente caótico. Melanie não parece decidir o que pensa das coisas, cogitando uma infinidade de opiniões a respeito de tudo o que lhe acontece sem nenhum fio condutor sustentando esses pensamentos. No mesmo parágrafo ela diz que tem raiva da mãe, que ama a mãe, que entende a mãe, que não entende a mãe. E embora todos esses sentimentos conflitantes sejam válidos, eles apenas são jogados no leitor sem nenhum tipo de percussão para coordena-los. O texto é agradável, embora a construção de frases da autora me incomode um pouco. A imaturidade dela na época em que o escreveu é nítida, embora seu potencial também seja visível. É uma sensação estranha, como se o livro não fosse bom, mas também não fosse ruim. 

Arthur, o interesse romântico da garota, é introduzido de forma súbita e toma atitudes precipitadas a respeito dela frequentemente. O relacionamento deles não se desenvolve com naturalidade, mas em um rompante de paixão intenso, coisa que não me agrada, já que as inseguranças da garota a respeito do assunto costumam ser pouco emocionantes na maior parte do livro graças a isso. Nunca há dúvidas sobre o amor do casal.

   
e no lançamento da primeira edição
Há comportamentos e deduções inexplicáveis da parte dos protagonistas, como uma luta súbita seguida de uma noite regada a champanhe na jacuzzi. E nem irei mencionar a noite em que Melanie,   nas suas palavras, "se torna mulher". Há ideias boas no livro, o universo e as regras que ela criou parecem ser interessantes, mas a execução não me agradou. 

Embora não tenha tido dificuldades com o livro, cuja leitura foi rápida, era perceptível que minha paciência estava prestes a acabar. O grande mistério no qual o texto se segura se desvenda de forma fraca e isso me frustrou muito. Não que o mistério seja ruim. Ele é até interessante. Mas a maneira com que ela consegue a resposta me soa absurda até agora.

O epílogo, para a surpresa geral, é muito bom mesmo. Te faz fechar o livro com um sorriso no rosto apesar de todos os percalços na leitura. E digo mais: te faz considerar dar mais uma chance a autora, hoje bem mais experiente do que na época em que escreveu A Fada. 

Se quer um conselho: acho que este não é o melhor livro para se começar a ler Carolina Munhóz. Se pudesse escolher hoje, acho que me arriscaria em Feérica, cuja sinopse me intriga mais.


(2,5 de 5 Conversinhas)


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