Aleph CCLivros

O Universo Asimov

21.3.14Anônimo


Vocês sabiam que Asimov criou uma cronologia para orientar a leitura de seus livros? Pode até parecer que os livros de robôs não tem nada a ver com a trilogia da fundação, mas o autor confirmou que está tudo interligado, e que ele está narrando um único grande futuro. Com tantos volumes ambientados em diferentes épocas, tanta informação reincidente nas histórias e tanta gente lendo livros dele no VAM12L este mês, talvez seja bom entender um pouquinho mais do Universo Asimov.

Depois do clique tem spoilers. Você foi avisado. 

Começamos com os Robôs, é claro. Nas previsões do autor, as maquinas já fariam parte ativa de nossa vida atualmente. Livros como “Eu, Robô”, “Sonhos de Robô” e “Visões de Robô” apresentam diversos contos sobre a inclusão de maquinas na rotina humana através das décadas. Dos modelos pesados e incapazes dos anos 80 até as máquinas avançadas de 2035. Conhecemos robôs notáveis e entendemos as consequências sócio-políticas de se depender de máquinas.

Séculos depois, nos livros Espaciais, acompanhamos uma terra dependente de robôs, com cidades fechadas em cúpulas que levam seus moradores a desenvolverem agorafobia; e com relações atribuladas com outras colônias do ainda jovem império humano, como os planetas Aurora, Solaria e Melpomenia. “As Cavernas de Aço”, “Os Robôs” e “Robôs do Amanhecer” acompanham as investigações do detetive Elias Baley e as mudanças que sua postura a respeito dos robôs acarretam. Já “Os Robôs e o Império” narra os motivos pelos quais a terra foi evacuada, além de ser um fim simbólico da era dos robôs, visto que a quebra das leis da robótica fazem parte da trama.


Ah, o conto d'O Homem Bicentenário, que inspirou o filme de mesmo nome, também também é desta época.

Muitos anos depois do fim da terra, somos apresentados ao Império Galáctico, o governo unificado das centenas de colônias espaciais que resultaram da expansão territorial humana. Seus três livros, “Era Galáctica”, “Poeira de Estrelas” e “As Correntes do Espaço” não tem nenhuma relação entre si, mas servem para nos apresentar essa nova realidade espacial em que planetas interagem como países. Suas histórias, embora menos interligadas com o todo, são bem interessantes (um deles envolve viagens no tempo!) e nos ajudam a se acostumar com o que será o cenário principal da mais famosa trilogia do autor.

o líder do império galáctico. Não, pera...
Os livros da Fundação começam em Trantor, capital do Império, onde Hari Seldon, através da combinação de múltiplas ciências, desenvolveu a psicohistória, uma matéria capaz de prever o futuro da humanidade. Através dela, o homem viu que a prosperidade do Império Intergaláctico duraria cerca de 300 anos, e então levaria a humanidade por um período de escuridão de mais de 30 mil. Para evitar isso, ele apela ao governo espacial e consegue fundos para criar a Fundação da Enciclopédia Galáctica, que tem como objetivo arquivar todo o conhecimento humano na eventualidade de uma catástrofe acontecer e nossos descendentes precisarem da informação. Porém, visto que o Império não quer que a ideia de que seus dias estão contados se popularize, a Fundação é mandada para o fim do universo, no pobre planeta de Terminus

Fundação” e “Fundação e Império” contam sobre a vida na Fundação através das décadas, sua organização e interação com os reinos independentes que surgem ao redor, rebeldes do Império em evidente decadência. Inicialmente uma sociedade pacifica, a Fundação é forçada a tomar medidas agressivas para lidar com investidas militares dos rebeldes e gradualmente se transforma ela mesma em um império com amplos domínios intergalácticos – expansão que só se interrompe com as investidas de um conquistador de galáxias capaz de manipular emoções humanas, e cujas ações não estavam previstas no trabalho de Hari Seldon. Só então que a presença do Segunda Fundação é revelada, uma organização de psíquicos com motivos escusos que representa uma grande ameaça para todos, mas talvez seja a única coisa capaz de impedir o novo inimigo. 

Segunda Fundação” se aprofunda nos conflitos iniciados no livro anterior, assim como nas tentativas de descobrir e destruir a Segunda Fundação de uma vez por todas. Então vêm “Limites da Fundação”, onde teorias de que a organização teria sobrevivido e se esconde no planeta lendário de onde teria surgido toda a civilização, Terra, levam Golan Trevize a uma investigação que se conclui basicamente com uma decisão que pode mudar todo o destino da humanidade. Por fim, “Fundação e a Terra” narra a busca de Trevize pelo planeta lendário, que ele sente que deve conhecer para saber se tomou a decisão certa, e grandes revelações vindas de uma figura que estaria presente por trás da história da humanidade por milênios. 

Além disso, há “Crônicas da Fundação” e “Prelúdio à Fundação”, livros anexos que complementam a conclusão dada nos últimos volumes da série, mas cuja descrição do enredo traria revelações fundamentais a respeito da história. Alguns também consideram “O Fim da Eternidade” um livro relacionado, embora não canônico, já que fica subentendido no livro que uma organização que gere o tempo intervém na história da humanidade para que todos os acontecimentos da Cronologia de Asimov sejam possíveis.

E é isso. Embora exista um gancho para se desenvolver mais aventuras dentro desse universo incrível, tais ideias nunca viram a luz do dia, pois o autor morreria de Aids pouco depois do lançamento de seu último texto. De fato, alguns destes livros foram lançados postumamente. No Brasil, Asimov é publicado pela editora Aleph, que faz edições lindas de sua obra. Saiba mais no nosso guia de compras do #VAM12L. 



Para o #VAM12L estou lendo Fundação, mais para o final da cronologia, e vocês, a onde estão se encaixando nela?

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2 comentários

  1. Oi! Só umas correções: Não há "Segundo Império", mas a "Segunda Fundação". No mesmo parágrafo, a grafia é "Hari Seldon", não "Haris", mas imagino que foi typo porque tava escrito certo antes. E não é "A Fundação", é sempre "Fundação", só... Além disso, boa explicação! É ótimo saber que tudo é uma cronologia só, o que dá bastante gás pra procurar referências nos livros mais avançados.

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  2. Os Robos e o Império foi publicado no Brasil?

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