Vocês sabiam que Asimov criou uma cronologia para orientar a leitura de seus livros? Pode até parecer que os livros de robôs não tem nada a ver com a trilogia da fundação, mas o autor confirmou que está tudo interligado, e que ele está narrando um único grande futuro. Com tantos volumes ambientados em diferentes épocas, tanta informação reincidente nas histórias e tanta gente lendo livros dele no VAM12L este mês, talvez seja bom entender um pouquinho mais do Universo Asimov.
Depois do clique tem spoilers. Você foi avisado.
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Séculos depois, nos livros Espaciais, acompanhamos uma terra dependente de robôs, com cidades fechadas em cúpulas que levam seus moradores a desenvolverem agorafobia; e com relações atribuladas com outras colônias do ainda jovem império humano, como os planetas Aurora, Solaria e Melpomenia. “As Cavernas de Aço”, “Os Robôs” e “Robôs do Amanhecer” acompanham as investigações do detetive Elias Baley e as mudanças que sua postura a respeito dos robôs acarretam. Já “Os Robôs e o Império” narra os motivos pelos quais a terra foi evacuada, além de ser um fim simbólico da era dos robôs, visto que a quebra das leis da robótica fazem parte da trama.
Ah, o conto d'O Homem Bicentenário, que inspirou o filme de mesmo nome, também também é desta época.
Muitos anos depois do fim da terra, somos apresentados ao Império Galáctico, o governo unificado das centenas de colônias espaciais que resultaram da expansão territorial humana. Seus três livros, “Era Galáctica”, “Poeira de Estrelas” e “As Correntes do Espaço” não tem nenhuma relação entre si, mas servem para nos apresentar essa nova realidade espacial em que planetas interagem como países. Suas histórias, embora menos interligadas com o todo, são bem interessantes (um deles envolve viagens no tempo!) e nos ajudam a se acostumar com o que será o cenário principal da mais famosa trilogia do autor.
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o líder do império galáctico. Não, pera... |
Os livros da Fundação começam em Trantor, capital do Império, onde Hari Seldon, através da combinação de múltiplas ciências, desenvolveu a psicohistória, uma matéria capaz de prever o futuro da humanidade. Através dela, o homem viu que a prosperidade do Império Intergaláctico duraria cerca de 300 anos, e então levaria a humanidade por um período de escuridão de mais de 30 mil. Para evitar isso, ele apela ao governo espacial e consegue fundos para criar a Fundação da Enciclopédia Galáctica, que tem como objetivo arquivar todo o conhecimento humano na eventualidade de uma catástrofe acontecer e nossos descendentes precisarem da informação. Porém, visto que o Império não quer que a ideia de que seus dias estão contados se popularize, a Fundação é mandada para o fim do universo, no pobre planeta de Terminus.
“Fundação” e “Fundação e Império” contam sobre a vida na Fundação através das décadas, sua organização e interação com os reinos independentes que surgem ao redor, rebeldes do Império em evidente decadência. Inicialmente uma sociedade pacifica, a Fundação é forçada a tomar medidas agressivas para lidar com investidas militares dos rebeldes e gradualmente se transforma ela mesma em um império com amplos domínios intergalácticos – expansão que só se interrompe com as investidas de um conquistador de galáxias capaz de manipular emoções humanas, e cujas ações não estavam previstas no trabalho de Hari Seldon. Só então que a presença do Segunda Fundação é revelada, uma organização de psíquicos com motivos escusos que representa uma grande ameaça para todos, mas talvez seja a única coisa capaz de impedir o novo inimigo.
“Segunda Fundação” se aprofunda nos conflitos iniciados no livro anterior, assim como nas tentativas de descobrir e destruir a Segunda Fundação de uma vez por todas. Então vêm “Limites da Fundação”, onde teorias de que a organização teria sobrevivido e se esconde no planeta lendário de onde teria surgido toda a civilização, Terra, levam Golan Trevize a uma investigação que se conclui basicamente com uma decisão que pode mudar todo o destino da humanidade. Por fim, “Fundação e a Terra” narra a busca de Trevize pelo planeta lendário, que ele sente que deve conhecer para saber se tomou a decisão certa, e grandes revelações vindas de uma figura que estaria presente por trás da história da humanidade por milênios.
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E é isso. Embora exista um gancho para se desenvolver mais aventuras dentro desse universo incrível, tais ideias nunca viram a luz do dia, pois o autor morreria de Aids pouco depois do lançamento de seu último texto. De fato, alguns destes livros foram lançados postumamente. No Brasil, Asimov é publicado pela editora Aleph, que faz edições lindas de sua obra. Saiba mais no nosso guia de compras do #VAM12L.
Para o #VAM12L estou lendo Fundação, mais para o final da cronologia, e vocês, a onde estão se encaixando nela?
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2 comentários
Oi! Só umas correções: Não há "Segundo Império", mas a "Segunda Fundação". No mesmo parágrafo, a grafia é "Hari Seldon", não "Haris", mas imagino que foi typo porque tava escrito certo antes. E não é "A Fundação", é sempre "Fundação", só... Além disso, boa explicação! É ótimo saber que tudo é uma cronologia só, o que dá bastante gás pra procurar referências nos livros mais avançados.
ResponderExcluirOs Robos e o Império foi publicado no Brasil?
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